Varíola
doença infecciosa / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Varíola foi uma doença infeciosa causada por uma de duas estirpes do vírus da varíola – variola major e variola minor.[3] O último caso natural da doença foi diagnosticado em outubro de 1977, o que levou a Organização Mundial de Saúde a certificar a erradicação da doença em 1980.[6] O risco de morte após contrair a doença era de cerca de 30%, sendo superior em bebés.[2][7] Entre os sobreviventes, as sequelas mais comuns eram a extensa cicatrização da pele e cegueira.[2]
Varíola | |
---|---|
Criança com Varíola (Bangladesh, 1973) | |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Iniciais: Febre, vómitos, úlceras na boca[1] Tardios: Bolhas com líquido que evoluem para crostas[1] |
Complicações | Cicatrizes na pele, cegueira[2] |
Início habitual | 1 a 3 semanas após exposição[1] |
Duração | Cerca de 4 semanas[1] |
Causas | Variola major, Variola minor (transmitida entre pessoas)[2][3] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas e confirmado por RCP[4] |
Condições semelhantes | Varicela, impetigo, molusco contagioso, varíola dos macacos[4] |
Prevenção | Vacina contra a varíola[5] |
Tratamento | Cuidados de apoio[6] |
Prognóstico | Risco de morte: 30%[1] |
Frequência | Erradicada (último caso em 1977) |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B03 |
CID-9 | 050 |
CID-11 | 2054716425 |
DiseasesDB | 12219 |
MedlinePlus | 001356 |
eMedicine | emerg/885 |
MeSH | D012899 |
Leia o aviso médico |
Os sintomas iniciais mais comuns de varíola eram febre e vómitos.[1] Aos sintomas iniciais seguia-se a formação de úlceras na boca e erupções cutâneas na pele.[1] Após vários dias, as erupções cutâneas evoluíam para bolhas características, repletas de líquido e com uma depressão ao centro.[1] A determinado momento, as bolhas ganhavam crostas e desprendiam-se, deixando cicatrizes na pele.[1] A doença era transmitida diretamente entre pessoas ou através do contacto com objetos contaminados.[2][8] A prevenção era feita com a vacina contra a varíola.[5] Nos casos em que a doença já tinha sido contraída, podiam ser usados alguns antivirais.[5]
Desconhece-se a origem da varíola.[9] As primeiras evidências da doença encontram-se em múmias egípcias datadas do século III.[9] Ao longo da História a doença ocorreu em surtos.[6] Estima-se que no século XVIII morressem de varíola na Europa cerca de 400 000 pessoas por ano e que um terço dos casos resultasse em cegueira.[6][10] Entre as mortes causadas por varíola estão as de três monarcas reinantes e uma rainha consorte.[6][10] Estima-se que ao longo do século XX a varíola tenha causado entre 300 e 500 milhões de mortes.[8][11][12][13] Em 1967 ocorriam ainda 15 milhões de casos por ano.[6]
Em 1798, Edward Jenner descobriu que a vacinação era capaz de prevenir a varíola.[6] Em 1967, a Organização Mundial de Saúde intensificou as medidas para erradicar a doença.[6] A varíola é uma das duas doenças infecciosas erradicadas até à data, a par da peste bovina, erradicada em 2011.[14][15]