Slobodan Milošević
Político sérvio / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Slobodan Milošević (em sérvio: Слободан Милошевић, pronunciação sérvia: [sloˈbodan miˈloʃevitɕ] (escutarⓘ); Požarevac, 20 de agosto de 1941 — Haia, 11 de março de 2006) foi presidente da Sérvia de 1989 a 1997 e da República Federal da Jugoslávia de 1997 a 2000. Também foi o principal líder do Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.[1]
Slobodan Milošević Слободан Милошевић | |
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Slobodan em 1988 | |
Presidente da República Federal da Iugoslávia | |
Período | 23 de julho de 1997 a 5 de outubro de 2000 |
Antecessor(a) | Zoran Lilić |
Sucessor(a) | Vojislav Koštunica |
Presidente da Sérvia | |
Período | 8 de maio de 1989 a 23 de julho de 1997 |
Sucessor(a) | Milan Milutinović |
Dados pessoais | |
Nascimento | 20 de agosto de 1941 Požarevac, Sérvia ocupada |
Morte | 11 de março de 2006 (64 anos) Haia, Países Baixos |
Nacionalidade | Sérvio |
Alma mater | Universidade de Direito de Belgrado |
Cônjuge | Mirjana Marković (1971–2006) |
Filhos(as) | Marko e Marija |
Partido | Liga dos Comunistas da Iugoslávia Partido Socialista da Sérvia |
Religião | Nenhuma (ateu) |
O período em que Slobodan ficou no poder na Sérvia e na República Federal da Iugoslávia foi marcado por mudanças importantes nestes países, incluindo reformas constitucionais na Sérvia nas décadas de 1980 e 90 que reduziram a autonomia dos territórios sob controle sérvio e transformou o país de uma república unipartidarista comunista para um sistema pluripartidário. Ele acabou então presidindo sobre a desintegração da Iugoslávia e a subsequente guerra civil que assolou a região. Fundou a República Federal da Iugoslávia em 1992 (formada basicamente por Sérvia e Montenegro) e negociou os Acordo de Dayton, que encerrou a brutal Guerra da Bósnia em 1995. Ele permaneceu como o homem-forte da Sérvia até o ano 2000, quando foi oficialmente derrubado do poder.[2]
Logo depois da intervenção militar da OTAN na Iugoslávia em 1999, Milošević passou a ser acusado pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia por crimes de guerra e contra a humanidade, que incluíam acusações de genocídio, perpetrados por tropas e milícias sob seu comando na Bósnia, Croácia e Kosovo.[3]
Milošević renunciou à presidência iugoslava entre manifestações que se seguiram à concorrida eleição presidencial de 24 de setembro de 2000. Foi preso pelas autoridades federais iugoslavas em 31 de março do ano seguinte, sob suspeita de corrupção, abuso de poder e apropriação indébita. Foi também preso pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII), um comitê das Nações Unidas, sob a acusação de crimes contra a humanidade, de violar as leis e costumes de guerra, violações graves às Convenções de Genebra e genocídio, por seu papel durante as guerras na Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo.[4][5] A investigação inicial a respeito de Milošević não foi adiante, por falta de evidências concretas. Por isso, o primeiro-ministro sérvio, Zoran Đinđić, enviou-o a Haia, Países Baixos, sede do Tribunal Penal Internacional, para ser julgado por crimes de guerra.[6]
Milošević foi responsável por sua própria defesa; o julgamento terminou, no entanto, sem qualquer veredito, já que ele acabou morrendo durante o seu decorrer, depois de quase cinco anos encarcerado na Prisão de Criminosos de Guerra, em Haia.[7] Milošević sofria de doenças cardíacas e tinha hipertensão arterial, e morreu em decorrência de um enfarte do miocárdio.[8][9] O Tribunal negou qualquer responsabilidade sobre a morte de Milošević, alegando que ele se recusara a tomar os medicamentos que lhe foram receitados, e preferiu medicar-se por conta própria.[10]
O legado de Slobodan Milošević na região da antiga Iugoslávia é controverso. Muitos sérvios o saúdam como um nacionalista que lutou por seu país contra as potências estrangeiras da OTAN. Outros o pintam como uma figura autoritária, um criminoso de guerra que levou os povos da sua nação a uma série de cruéis e árduas guerras civis, marcadas por abusos e genocídio.[11][12]