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A Série 1400 (90 94 1 101401-4 a 90 94 1 101467-5), igualmente conhecidas como English Electric, é um tipo de locomotiva a tracção diesel-eléctrica, que entrou ao serviço da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses entre 1967 e 1969,[1] e que continua ao serviço da sua sucessora, a empresa Comboios de Portugal.[2]
Série 1400 | |
---|---|
Locomotiva n.º 1422, na Estação Ferroviária de Porto-São Bento. | |
Descrição | |
Propulsão | Diesel-eléctrica |
Fabricante | English Electric e SOREFAME |
Modelo | LD 844 C |
Ano de fabricação | 1967-1969 |
Locomotivas fabricadas | 67 |
Classificação UIC | Bo' Bo' |
Tipo de serviço | Regional InterRegional |
Características | |
Bitola | Bitola Ibérica (1668 mm) |
Comprimento | 12,720 m |
Largura | 3,260 m |
Altura | 4,355 m |
Peso da locomotiva | 64,4 ton |
Tipo de combustível | Gasóleo |
Fabricante do motor | English Electric |
Motor primário | Motor Diesel |
Limite de RPM | 850 rpm |
Tipo de motor | 8CSVT |
Gerador | 1 (CO EE 819) |
Motores de tração | 4 (EE 548) |
Número de cilindros | 8 V |
Tipo de transmissão | Elétrica |
Tração múltipla | 3 |
Performance | |
Velocidade máxima | 105 km/h |
Potência total | 1370 cv |
Potência disponível para tração | 1330 cv |
Esforço de tração | 2400 Kg |
Sistema de freio | Ar e Vácuo |
Itens de segurança | Homem Morto CONVEL |
Operação | |
Ano da entrada em serviço | 1967-1969 |
Proprietário atual | Comboios de Portugal Medway |
Situação | Ao serviço |
Na década de 1960, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses empenhou-se num processo de modernização, principalmente através da aquisição de material circulante a gasóleo e eléctrico,[3] de forma a expandir a frota e substituir o material circulante a vapor.[4][5] Assim, inseriu uma cláusula relativa à aquisição de locomotivas a gasóleo de linha, no seu plano de investimentos para 1965 a 1967, no âmbito do Plano Intercalar de Fomento.[6] No entanto, este ponto não foi incluído pelo governo quando enviou a proposta às Câmaras Parlamentares, mas concedeu que poderia ser futuramente discutido, caso se conseguissem encontrar fontes de financiamento adequadas, especialmente através de créditos no estrangeiro.[6] O parecer da Câmara Corporativa considerou indispensável a compra das locomotivas, devido à necessidade de racionalizar as operações ferroviárias, e a importância que estas possuíam na indústria nacional.[6] Pouco depois desta discussão se tornar pública, apareceram propostas de várias firmas internacionais, que defenderam este investimento, e garantiram que existiam boas fontes de financiamento disponíveis.[6]
A Companhia já tinha ponderado que deviam ser adquiridas cinquenta locomotivas, das quais quarenta deviam ser montadas em território nacional, de forma a defender a indústria portuguesa, devendo desta forma utilizar materiais que pudessem ser trabalhados por fábricas nacionais.[6] Com base nestas condições, apareceram nove propostas, que foram estudadas pelo Conselho de Administração da CP, tendo sido escolhida a firma britânica English Electric, que apresentou a melhor oferta.[4] Esta decisão baseou-se igualmente nas dimensões daquela empresa, e pelo seu prestígio no Reino Unido e no estrangeiro.[6] Por outro lado, devido à sua nacionalidade britânica, esta encomenda foi considerada como parte da antiga aliança entre os dois países.[6] Assim, foi encomendado à English Electric um conjunto de cinquenta locomotivas[3] diesel-eléctricas, que seriam destinadas aos serviços de passageiros e mercadorias.[6]
A cerimónia da assinatura do contrato teve lugar em 10 de Novembro de 1965, na sala de reuniões do Conselho de Administração da Companhia.[6] O financiamento para esta operação foi assegurado por meio de créditos ao banco Lazard Brothers, de Londres, tendo as garantias bancárias sido prestadas pelo Banco de Fomento Nacional.[6][4] O contrato previa a entrega de dez locomotivas até doze meses após a assinatura, devendo as restantes quarenta unidades ser construídas nas instalações das Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas, e entregues ao ritmo de cinco locomotivas por mês.[6] O contrato teve um valor de 257.547.000 escudos, ou 3.187.463 libras.[6] Para o fabrico em Portugal, a English Electric comprometeu-se a prestar apoio técnico à SOREFAME.[6]
As primeiras dez locomotivas foram construídas pela English Electric, no Reino Unido,[7][3] tendo a primeira sido transportada desde Liverpool até ao Entreposto de Alcântara, onde chegou nos primeiros dias de Janeiro de 1967.[3] As restantes vieram ainda durante esse ano.[5]
As unidades restantes foram montadas nas instalações da Amadora da SOREFAME,[3][8] entre 1967 e 1969, com autorização da fabricante britânica.[7][5] Foram afectas às oficinas de Contumil, junto à cidade do Porto.[9] No entanto, a entrega do segundo lote de locomotivas sofreu vários atrasos, o que provocou uma escassez de material motor no Norte do país, forçando o deslocamento de várias locomotivas a vapor do Sul para aquela zona.[10]
Em 1973, a CP assinou um contrato com a empresa Montreal Locomotive Works, para o fornecimento de vinte locomotivas diesel-eléctricas, de forma a substituir um número igual de locomotivas da Série 1400 nas linhas não electrificadas no centro de Portugal.[11] Assim, estas unidades poderiam ser deslocadas para a região Norte, onde iriam revezar cerca de trinta locomotivas a vapor, que eram as últimas de via larga em território nacional.[11]
A locomotiva 1439 esteve envolvida no desastre de Moimenta-Alcafache, na Linha da Beira Alta, em 19 de Setembro de 1985.[8] Em 1989, encontravam-se a rebocar o serviço Expresso Estremadura, entre Lisboa e Badajoz.[12]
Em 1991, uma locomotiva foi afecta ao depósito de Tunes-Faro para rebocar os comboios de ligação aos InterRegionais entre Lisboa e o Algarve.[13] Em 1999, as locomotivas da Série 1200 acabaram os seus serviços no Algarve, sendo substituídas, no Ramal de Lagos, por comboios constituídos pelas English Electric e por carruagens Sorefame A9y no Ramal de Lagos.[13] Já anteriormente, as English Electric tinham estado a substituir a Série 1200, nas linhas de relevo mais acidentado.[14] Estas locomotivas também afastaram a Série 1500 para as regiões no Sul de Portugal.[5]
Em Dezembro de 2000, a locomotiva 1407 sofreu um acidente junto a Ermida, na Linha do Douro.[8] Em 2001, a continuidade desta série ao serviço estava assegurada, sendo apenas abatidas as unidades cujo custo de reparação de avarias ou acidentes fosse muito elevadas; previa-se que as locomotivas número 1424 e 1453 fossem integradas no espólio do Museu Nacional Ferroviário, tendo esta última sido decorada com o esquema de cores original, azul e branco.[15] Neste ano, algumas das locomotivas encontravam-se a rebocar as composições dos serviços Regional, como o entre Portalegre e Entroncamento, e InterRegional.[8]
Em 2003, duas das locomotivas foram abatidas pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses, uma vez que foram consideradas desnecessárias para o serviço comercial.[16]
Em 2004, existiam 24 locomotivas desta série ao serviço da divisão CP Carga da empresa Comboios de Portugal, número que já tinha sido reduzido a 23 em 2005.[17] Nesta altura, outras quatro locomotivas encontravam-se afectas à divisão de longo curso daquela operadora.[18] Em 2008, estavam a ser utilizadas nos comboios turísticos na Linha do Douro, traccionando carruagens históricas.[19]
Devido ao seu elevado número e à diversidade de condições em que operam, foram as unidades que sofreram mais acidentes.[8]
Esta série era originalmente composta por 67 locomotivas diesel-eléctricas,[20][1] com a numeração 1401 a 1467.[2] Podem atingir uma velocidade máxima de 105 km/h.[2][20] Esta foi até então a mais série mais numerosa de locomotivas diesel-eléctricas da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[9][5] Foram baseadas no modelo LD 844 da firma britânica English Electric, sendo portanto correspondentes à Série 20 da operadora British Rail.[5] Apresentam uma potência média e a sua condução é considerada fácil, sendo portanto aptas para todo o tipo de serviços, excepto os comboios rápidos; desta forma, circularam por toda a rede nacional de via larga.[5] Os rodados apresentam uma configuração em Bo' Bo',[15] e a transmissão é eléctrica.[2] O motor de tracção tem uma potência de utilização de 1330 Cv.[15]
: | qt. | estado |
---|---|---|
︎ ✔ | 9 | ao serviço |
︎ ♦ | 2 | cedidas |
︎ ⏩ | 17 | vendidas, em Portugal |
︎ ⏭ | 11 | vendidas, no estrangeiro |
︎ ⛛ | 8 | abatidas |
︎ ⚒ | 1 | em reparação |
︎ ✖ | 19 | demolidas |
67 | (total) |
№ | : | a | observações |
---|---|---|---|
1401 | ︎ ✖ |
2004 | Demolida após acidente.[carece de fontes] |
1402 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida[carece de fontes]; estivera no Depósito do Barreiro desde pelo menos 2009, após acidente em 2004.[21] |
1403 | ︎ ✖ |
1979 | Demolida após colisão com a 1420 em Valongo.[carece de fontes] |
1404 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1405 | ︎ ⏭ |
2009 | Vendida à Ferrobaires (Argentina).[22] |
1406 | ︎ ✖ |
2005 | Demolida após acidente na Ferradosa.[carece de fontes] |
1407 | ︎ ✖ |
2000 | Demolida após o Desastre Ferroviário de Ermida. |
1408 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Santa Apolónia.[carece de fontes] |
1409 | ︎ ⏭ |
2001 | Vendida aos T.B.A. (Argentina).[23] |
1410 | ︎ ⏭ |
2006 | Vendida para à F.C. (Argentina).[24][23] |
1411 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço: parqueada no Barreiro.[carece de fontes] |
1412 | ︎ ⏩ |
2020 | Recuperada após acidente em Braga, a 29 de Dezembro de 1992.[25] Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1413 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P.,[26] afeta ao Depósito de Contumil; esquema de pintura original.[carece de fontes] |
1414 | ︎ ✖ |
2020 | Demolida devido a incêndio;[carece de fontes] estava abatida ao serviço no Depósito de Contumil, à venda desde 2018.[27] |
1415 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Contumil.[carece de fontes] |
1416 | ︎ ✖ |
2020 | Demolida após acidente.[carece de fontes] |
1417 | ︎ ⏭ |
2006 | Vendida à L.S.M. (Argentina).[23] |
1418 | ︎ ⏭ |
2006 | Vendida à L.S.M. (Argentina).[23] |
1419 | ︎ ✖ |
2020 | Demolida;[porquê?][carece de fontes] estava abatida ao serviço no Depósito de Contumil, à venda desde 2018.[27] |
1420 | ︎ ✖ |
1979 | Demolida após colisão com a 1403 em Valongo.[8] |
1421 | ︎ ⏭ |
2007 | Vendida à Ferrobaires (Argentina).[carece de fontes] |
1422 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1423 | ︎ ⏭ |
2007 | Vendida à F.C. (Argentina).[carece de fontes] |
1424 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Contumil; esquema de pintura original.[28] |
1425 | ︎ ⏭ |
2007 | Vendida à F.C. (Argentina).[carece de fontes] |
1426 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida.[porquê?][carece de fontes] |
1427 | ︎ ⚒ |
2022 | Em reparação no Barreiro. |
1428 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1429 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Santa Apolónia.[29] |
1430 | ︎ ✖ |
1989 | Demolida após queda ao Rio Tejo entre Barca da Amieira e Ródão.[8] |
1431 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1432 | ︎ ✔ |
2022 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Contumil. |
1433 | ︎ ✖ |
1973 | Demolida após colisão com a 1443 entre Casa Branca e Alcáçovas.[8] |
1434 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida.[porquê?][carece de fontes] |
1435 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1436 | ︎ ✔ |
2021 | Ao serviço da C.P..[30] |
1437 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1438 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Contumil.[carece de fontes] |
1439 | ︎ ✖ |
1985 | Demolida após colisão com a 1961 no desastre de Moimenta-Alcafache.[8] |
1440 | ︎ ⏭ |
2006 | Vendida à L.S.M. (Argentina).[23] |
1441 | ︎ ♦ |
2009 | Ao serviço da Somafel.[31] |
1442 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço.[carece de fontes] |
1443 | ︎ ✖ |
1973 | Demolida após colisão com a 1433 entre Casa Branca e Alcáçovas.[8] |
1444 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1445 | ︎ ♦ |
2010 | Ao serviço da Takargo.[32] |
1446 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1447 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço.[carece de fontes] |
1448 | ︎ ⏭ |
2010 | Vendida à F.C. (Argentina).[33][23] |
1449 | ︎ ⏩ |
2008 | Vendida à Takargo.[34] |
1450 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1451 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço.[carece de fontes] |
1452 | ︎ ✖ |
2009 | Demolida[carece de fontes] após ter estado encostada em Contumil devido a acidente em 2009.[35] |
1453 | ︎ ⛛ |
2001 | Abatida ao serviço; esquema de pintura original.[carece de fontes] |
1454 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço,[carece de fontes] após ter estado encostada no Poceirão.[36] |
1455 | ︎ ✔ |
2020 | Ao serviço da C.P., afeta ao Depósito de Contumil. [carece de fontes] |
1456 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1457 | ︎ ⛛ |
2020 | Abatida ao serviço.[carece de fontes] |
1458 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida após colisão com a 1909 no Poceirão;[carece de fontes] estivera anteriormente encostada no Barreiro.[37] |
1459 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida;[porquê?][carece de fontes] estivera anteriormente encostada no Barreiro.[38] |
1460 | ︎ ✖ |
2015 | Demolida.[porquê?][carece de fontes] |
1461 | ︎ ⚒ |
2020 | Em reparação no Barreiro.[39] |
1462 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1463 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1464 | ︎ ⏩ |
2011 | Vendida à Somafel.[40] |
1465 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1466 | ︎ ⏩ |
2020 | Vendida à Medway.[carece de fontes] |
1467 | ︎ ⏭ |
2006 | Vendida aos T.B.A. (Argentina).[23] |
Em 2018 foram postos à venda no Depósito de Contumil quatro bogies originários de (duas, três, ou quatro) locomotivas desta série,[27] seguramente produto de desmontagem de unidades apenas parcialmente danificadas.[carece de fontes]
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