Protestos no Cazaquistão em 2022
protestos e agitação no Cazaquistão contra o governo / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os Protestos no Cazaquistão em 2022 eclodiram no dia 2 de janeiro após um aumento repentino e acentuado nos preços do gás que, segundo o governo do Cazaquistão, se deveu à alta demanda e à fixação de preços. Os protestos começaram na cidade petrolífera de Zhanaozen, mas rapidamente se espalharam para outras cidades do país,[6][7] incluindo a maior cidade, Almati. O crescente descontentamento com o governo e o ex-presidente Nursultan Nazarbayev também influenciou manifestações maiores. Como não há grupos populares de oposição contra o governo cazaque, a agitação parece ser articulada diretamente pelos cidadãos. Em resposta, o presidente Kassym-Jomart Tokayev declarou estado de emergência na região de Mangystau e Almati, a partir de 5 de janeiro. No mesmo dia, o primeiro-ministro Askar Mamin renunciou, junto de seu gabinete.[8][9][10] A mobilização tem sido apontada como a maior revolta social desde a independência do país em 1991, provocando também uma inversão da imagem do Cazaquistão como a mais estável república da Ásia Central, onde raramente existem protestos. Apesar do pivô econômico, as manifestações logo ganharam um conteúdo político de oposição ao regime pós-soviético marcado por denúncias de corrupção, lideranças vitalícias e repressão política. Os manifestantes tem usado a palavra de ordem “Shal ket!” ("O homem velho deve ir embora!") em todo país, uma referência à Nazarbayev e o circulo social entorno dele que mantém um firme domínio da economia e política no país.[11]
Protestos no Cazaquistão em 2022 | |||||||||||||
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Acima manifestação em Aqtöbe em 4 de janeiro de 2022 abaixo incêndio na prefeitura de Almati em 6 de janeiro | |||||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||||
Manifestantes | Governo Cazaque:
OTSC: | ||||||||||||
Líderes | |||||||||||||
Liderança descentralizada | Kassym-Jomart Tokayev Askar Mamin Alihan Smaiylov Ély Togjanov Nursultan Nazarbayev | ||||||||||||
Baixas | |||||||||||||
238 mortos[1] 1 000+ feridos[2] 9 900 presos[3] |
19 militares mortos[4] 748 feridos[5] |
Como concessão, o Presidente Tokayev disse que os preços máximos do gás dos veículos de 50 tenge por litro foram restaurados por 6 meses.[12][13][14] A 7 de janeiro, disse numa declaração que "a ordem constitucional foi em grande parte restaurada em todas as regiões do país".[15][16][17] Também anunciou que tinha ordenado às tropas que usassem a força letal contra os manifestantes, autorizando indicações para "disparar para matar" sem aviso a quem se manifestasse, chamando os manifestantes de "bandidos e terroristas" e dizendo que o uso da força continuaria para "destruir os protestos".[18][19][20][21]
Em 11 de janeiro, o governo central cazaque afirmou que os protestos haviam sido encerrados e a ordem restaurada. Segundo o presidente do país, as manifestações contra seu governo foram feitas por "terroristas estrangeiros" e afirmou ter sofrido uma "tentativa de golpe". Com os protestos encerrados, as tropas da OTSC, lideradas pela Rússia, se retiraram do Cazaquistão.[22]