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escritora moçambicana Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Paulina Chiziane (Manjacaze, Gaza, 4 de junho de 1955) é uma escritora moçambicana.[1]
Paulina Chiziane | |
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Paulina Chiziane | |
Nascimento | Paulina Chiziane 4 de junho de 1955 (69 anos) Manjacaze, Moçambique |
Cidadania | Moçambique |
Alma mater | |
Ocupação | escritora |
Distinções | Prémio José Craveirinha de Literatura, 2003 Prémio Camões, 2021 |
Género literário | Romance, conto |
Movimento literário | Pós-modernismo |
Obras destacadas | Sétimo juramento |
Paulina Chiziane cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, anteriormente chamada Lourenço Marques. Nasceu numa família protestante onde se falavam as línguas Chope e Ronga. Aprendeu a língua portuguesa na escola de uma missão católica. Começou os estudos de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem ter concluído o curso.
Participou ativamente na cena política de Moçambique como membro da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), na qual militou durante a juventude.[2] A escritora declarou, numa entrevista, ter apreendido a arte da militância na Frelimo. Deixou, todavia, de se envolver na política para se dedicar à escrita e publicação das suas obras. Entre as razões da sua escolha estava a desilusão com as directivas políticas do partido Frelimo pós-independência, sobretudo em termos de políticas filo-ocidentais e ambivalências ideológicas internas do partido, quer pelo que diz respeito às políticas de mono e poligamia, quer pelas posições de economia política marxista-leninista, ou ainda pelo que via como suas hipocrisias em relação à liberdade económica da mulher.
É a primeira mulher que publicou um romance em Moçambique.[3] Iniciou a sua atividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana. As suas escritas vêm gerando discussões polémicas sobre assuntos sociais, tal como a prática de poligamia no país. Com o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento (1990), a autora discute a poligamia no sul de Moçambique durante o período colonial. Devido à sua participação ativa nas políticas da Frelimo, a sua narrativa reflete o mal-estar social de um país devastado pela guerra de libertação e os conflitos civis que aconteceram após a independência.
Paulina vive e trabalha na Zambézia. O seu romance Niketche: Uma História de Poligamia ganhou o Prémio José Craveirinha em 2003.[4]
Em 2016, anunciou que decidiu abandonar a escrita porque está cansada das lutas travadas ao longo da sua carreira.[5]
Em 2021, tornou-se a primeira mulher africana a ser distinguida com o Prémio Camões, a mais prestigiosa honraria conferida a escritores lusófonos, patrocinada pelos governos de Brasil e Portugal.[6] Sobre o inédito reconhecimento, declarou Paulina: "Não contava com isso. Recebi a notícia e disse: 'Meu Deus! Eu já não contava com essas coisas bonitas!' É muito bom. Esse prêmio é resultado de muita luta. Não foi fácil começar a publicar sendo mulher e negra. Depois de tantas lutas, quando achei que já estava tudo acabado, vem esse prêmio. O que eu posso dizer? É uma grande alegria."[7]
Entre as suas obras encontram-se:[14][15][16]
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