Olímpio Mourão Filho
militar brasileiro / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Olímpio Mourão Filho (Diamantina, 9 de maio de 1900 – Rio de Janeiro, 28 de maio de 1972) foi um militar brasileiro conhecido como o autor do Plano Cohen, documento utilizado para justificar o golpe do Estado Novo em 1937, e, à frente da 4.ª Região Militar/Divisão de Infantaria (4ª RM/DI), como precipitador do golpe de Estado de 1964. Atingiu a patente de general-de-exército e terminou a carreira presidindo o Superior Tribunal Militar (STM) em 1967–1969.
Olímpio Mourão Filho | |
---|---|
Nascimento | 9 de maio de 1900 Diamantina, Minas Gerais |
Morte | 28 de maio de 1972 (72 anos) Rio de Janeiro, Guanabara |
Nacionalidade | brasileira |
Progenitores | Mãe: Mariana Correia Rabelo Mourão Pai: Olímpio Júlio de Oliveira Mourão |
Cônjuge | Almira Linhares Mourão v. 1955), Maria Tavares Bastos |
Educação | |
Profissão | militar |
Filiação | |
Serviço militar | |
Serviço | Exército Brasileiro |
Anos de serviço | 1921–1964[lower-alpha 1] |
Patente | General de exército |
Comando |
|
Conflitos |
Como chefe do serviço secreto da Ação Integralista Brasileira, redigiu sob ordem de Plínio Salgado o roteiro de uma fantasiosa tomada de poder por comunistas. Nas mãos do governo, o texto foi divulgado e falsamente atribuído à Internacional Comunista como plano real de insurreição, com a finalidade de justificar a adoção de poderes ditatoriais por Getúlio Vargas. As acusações de ter servido à implantação do Estado Novo prejudicaram sua carreira e criaram desconfiança duradoura entre os outros oficiais, mesmo tendo sido absolvido num Conselho de Justificação do Exército em 1955.[3]
Serviu na logística da Força Expedicionária Brasileira e trabalhou nas telecomunicações no governo de Juscelino Kubitschek. Após defender a posse de João Goulart na Presidência em 1961,[4] nos anos seguintes considerou-o ameaça ao sistema político e conspirou pela sua derrubada enquanto servia em Santa Maria, Rio Grande do Sul, São Paulo e Juiz de Fora, Minas Gerais. Reivindicava ter constituído a “maior conspiração das Américas”, mas suas articulações eram apenas uma parte da atividade conspiratória e outros conspiradores buscavam controlá-lo. Em Minas Gerais, teve como aliados seu subordinado, o general Carlos Luís Guedes, e o governador Magalhães Pinto. Concretizou a deposição de Goulart ao, antes da data prevista pelos outros conspiradores, deslocar sua 4.ª RM/DI de Minas Gerais na Operação Popeye, dando início ao golpe.
Seu papel na continuação e vitória do golpe foi menor.[5] Na ditadura militar resultante, foi escanteado das posições de poder pelos demais golpistas[6][7] e relegado à posição de ministro do STM. Durante a ditadura criticou os governos de Castelo Branco e Costa e Silva, tendo posição política errática, a princípio de linha-dura e depois crítica ao autoritarismo.[8] Em 1979, anos após sua morte, a publicação de suas memórias pelo jornalista Hélio Silva criou grande polêmica, pois atacavam duramente os demais militares.