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banco de desenvolvimento multilateral Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também referido como Banco de Desenvolvimento do BRICS [2][3] e, mais frequentemente, como Banco do BRICS [4] ou Banco dos BRICS,[5][6] é um banco de desenvolvimento multilateral fundado pelos cinco estados integrantes do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).[7][8]
Edifício-sede do NBD em Xangai | |
Países-membros do Novo Banco de Desenvolvimento. | |
Tipo | Instituição financeira internacional |
Fundação | 15 de julho de 2014 (10 anos) |
Sede | Xangai, China |
Membros | Bangladesh Brasil China Egito Emirados Árabes Unidos Índia Rússia África do Sul Uruguai |
Línguas oficiais | Inglês |
Filiação | BRICS |
Presidente | Dilma Rousseff[1] |
Sítio oficial | www.ndb.int |
Segundo o Acordo sobre o estabelecimento do NBD, "o Banco deverá apoiar projetos públicos ou privados por meio de empréstimos, garantias, participações acionárias e outros instrumentos financeiros". Além disso, o NBD "deve cooperar com organizações internacionais e outras entidades financeiras, e fornecer assistência técnica para projetos a serem apoiados pelo Banco."[7]
O capital inicial autorizado do banco é de US$ 100 bilhões, dividido em 1 milhão de ações com valor nominal de US$ 100.000 cada. O capital subscrito inicial do NBD é de US$ 50 bilhões, dividido em ações integralizadas (US$ 10 bilhões) e ações resgatáveis (US$ 40 bilhões). O capital subscrito inicial do banco foi distribuído igualmente entre os membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Acordo sobre o NBD especifica que cada membro tem um voto e que nenhum membro possui poder de veto.[7]
A instituição é sediada em Xangai, na China.[9] O primeiro escritório regional do NBD foi aberto em Joanesburgo, África do Sul.[10] O segundo escritório regional foi estabelecido em 2019 em São Paulo,[11] seguido por outros escritórios na Rússia e na Índia.[12][13] Em setembro de 2021, o banco anunciou sua primeira expansão com a admissão de três novos membros: Uruguai, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh.[14]
A criação do banco foi acordado pelos líderes do BRICS na Quinta cúpula do BRICS, realizada em Durban, na África do Sul, em 27 de março de 2013.[8]
Em 15 de julho de 2014, o primeiro dia da Sexta cúpula do BRICS, realizada em Fortaleza, no Brasil, o grupo de economias emergentes assinou o documento há muito aguardado para criar o Novo Banco de Desenvolvimento de 100 bilhões de dólares e um fundo de moeda de reserva no valor de mais outros 100 bilhões de dólares.[15][7] Ambos irão contrariar a influência das instituições de crédito. Também foram assinados documentos sobre a cooperação entre as agências de crédito à exportação BRICS e um acordo de cooperação em matéria de inovação.[16] No Brasil, o acordo constitutivo do banco foi promulgado pelo decreto Nº 8.624, de 29 de dezembro de 2015.[17]
O banco dos BRICS terá sua sede em Xangai, na China. Seu primeiro presidente será indiano. O Brasil deverá indicar o presidente do Conselho de Administração do banco. À Rússia caberá nomear o presidente do Conselho de Governadores, e a África do Sul sediará o Centro Regional Africano da instituição.[18][19] O NBD deverá também impulsionar ainda mais o comércio entre os cinco componentes do grupo, que já movimenta cerca de 54 bilhões de dólares anuais.[19] O capital inicial do banco será de 50 bilhões de dólares (podendo chegar, futuramente, a 100 bilhões de dólares), valor a ser integralizado pelos cinco países em partes iguais, em até sete anos.[7]
O presidente inaugural do conselho de administração virá do Brasil. O presidente inaugural do Conselho de Governadores será russo. O primeiro centro regional banco será localizado na África do Sul.[20]
Em fevereiro de 2023, pela primeira vez da história do NDB um governo solicitava a renúncia do presidente do banco, o governo brasileiro solicitou a renúncia do presidente Marcos Troyjo, cujo mandato encerraria somente em 2025; para substituí-lo estava cotado o nome da ex-presidente Dilma Rousseff.[21][22][23]
Em 24 de março de 2023, a ex-presidente Dilma Rousseff, indicada para substituir Marcos Troyjo pelo governo brasileiro, foi aprovada pelo Conselho de Governadores do banco, tendo um mandato até julho de 2025, ela é a primeira política a assumir o cargo.[24]
Entre os objetivos do banco está o de fornecer financiamento para projetos de infraestrutura. A instituição também irá prestar assistência aos outros países que sofrem com a volatilidade econômica após o fim da política monetária expansionista dos Estados Unidos.[25]
Segundo Dilma Rousseff, o novo banco deve representar uma alternativa "para as necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais", que são o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial), instituições criadas em 1945, pelos Acordos de Bretton Woods. Essas instituições têm sido consideradas, pelos países emergentes, como pouco representativas dos seus interesses.[26]
O FMI tem sido criticado em termos da eficácia dos seus métodos no enfrentamento de conjunturas de crise, e vem perdendo credibilidade pelo menos desde o final dos anos 1990, por ocasião da crise financeira asiática.[27][28][19] Quanto ao Banco Mundial, também tem sido alvo de críticas quanto à sua eficácia na promoção do desenvolvimento e redução da pobreza. Principal instituição multilateral de financiamento de infraestrutura no chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial é, por tradição, dirigido por um representante do governo dos Estados Unidos, país que também é responsável pelos maiores aportes de recursos para a instituição.[18][29]
A distribuição atual das ações entre os países membros da NBD é apresentada na tabela a seguir.[7]
País | Número de ações subcritas | Ações (número) votos exercíveis | Capital subscrito valor (bilhões de USD) | Capital Subscrito (% do total) |
---|---|---|---|---|
Brasil | 100,000 | 100,000 | 10.000 | 18.98% |
Rússia | 100,000 | 100,000 | 10.000 | 18.98% |
Índia | 100,000 | 100,000 | 10.000 | 18.98% |
China | 100,000 | 100,000 | 10.000 | 18.98% |
África do Sul | 100,000 | 100,000 | 10.000 | 18.98% |
Egito | 11,960 | 11,960 | 1.196 | 2.27% |
Bangladesh | 9,420 | 9,420 | 0.942 | 1.79% |
Emirados Árabes Unidos | 5,560 | 5,560 | 0.556 | 1.06% |
Uruguai | ||||
Ações não alocadas | 473,060 | 473,060 | 47.306 | |
Total | 1,000,000 | 1,000,000 | 100.000 | 100.00% |
Já foram aprovados 30 projetos, com um montante em torno de US$ 8.1 bilhões de dólares, apenas nos países do BRICS, entre os anos de 2016 e 2018.[30] Os investimentos foram em diversas áreas de infraestrutura, mas a maioria foi direcionada ao setor de transportes e 26% ao desenvolvimento de energias alternativas.[31] Na XI Cúpula do BRICS, em novembro de 2019, que será sediada em Brasília, deverá ser inaugurado uma representação do escritório Regional das Américas do NDB, com sede em São Paulo. O principal objetivo dessa representação regional é prospectar e elaborar projetos para o NDB financiar no Brasil e na região.[32]
Em 14 de julho de 2020, o Senado Federal do Brasil, aprovou o decreto legislativo[33] que institui um escritório regional nas Américas, com sede na cidade de São Paulo e unidade de representação em Brasília.[34]
O Acordo do Novo Banco de Desenvolvimento entrou em vigor em julho de 2015, com a declaração oficial de todos os cinco estados que o assinaram. Os cinco membros fundadores do Banco incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Os Artigos do Acordo do Banco especificam que todos os membros das Nações Unidas podem ser membros do banco, no entanto, a parcela das nações BRICS nunca pode ser inferior a 55% do poder de voto.
A expansão da adesão ao NDB é considerada por alguns especialistas como crucial para seu desenvolvimento de longo prazo, ajudando a impulsionar o crescimento de negócios do banco.[35]
De acordo com a Estratégia Geral do Banco para 2017-2021, o NDB planeja expandir gradualmente sua adesão para não sobrecarregar excessivamente sua capacidade operacional e de tomada de decisões.[36]
Em setembro de 2021, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Uruguai se juntaram ao NDB.[37]
Em dezembro de 2021, o NDB admitiu o Egito como novo membro.[38]
A Argélia formalmente apresentou um pedido para se juntar ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS após a visita do presidente argelino à China.
Membros potenciais ou prospectivos incluem Honduras e Arábia Saudita.[39][40]
Foto | Nome | Mandato | Nacionalidade | Currículo | Notas |
---|---|---|---|---|---|
K. V. Kamath | 11 de maio de 2015 – 27 de maio de 2020 | Índia |
|
Primeiro presidente do Novo Banco de Desenvolvimento | |
Marcos Troyjo | 27 de maio de 2020 – 24 de março de 2023 | Brasil |
|
Primeiro ocidental a presidir uma organização multilateral sediada na Ásia | |
Dilma Rousseff | 24 de março de 2023 – presente | Brasil |
|
Primeira mulher a liderar o Novo Banco de Desenvolvimento |
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