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evangelista cristão e apóstolo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Mateus[a] Evangelista, Mateus Apóstolo ou São Mateus' foi, segundo o relato dos Padres da Igreja, um dos Doze Apóstolos, o autor do Evangelho de Mateus e, segundo os relatos de Jerônimo de Estridão[b] e Eusébio de Cesareia,[3] o autor do Evangelho dos Hebreus.
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Mateus | |
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O Evangelista Mateus inspirado por um anjo, por Rembrandt. | |
O Publicano, Apóstolo, Evangelista e Mártir | |
Nascimento | Galileia, Palestina |
Morte | c. década de 70 Hierápolis ou Etiópia |
Veneração por | Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igreja Luterana e Igreja Anglicana. |
Principal templo | Catedral de Salerno, Itália |
Festa litúrgica | 21 de setembro no ocidente 16 de novembro no oriente |
Atribuições | Um anjo inspirando-o |
Padroeiro | dos contabilistas, de Salerno e da Itália, entre outros[1] |
Portal dos Santos |
Entre os primeiros seguidores e apóstolos de Jesus, Mateus é mencionado em Mateus 9:9 e Mateus 10:3 como tendo sido um coletor de impostos de Cafarnaum que foi convidado para o círculo dos Doze por Jesus. É também mencionado como um dos doze apóstolos, embora sem referência à sua profissão anterior, em Marcos 3:18, Lucas 6:15 e Atos 1:13. Geralmente identificado como o Levi, filho de Alfeu, também coletor de impostos e que é citado em Marcos 2:14 e Lucas 5:27.[4]
Durante a ocupação romana, que iniciou em 63 a.C. com a conquista de Pompeu, Mateus coletava impostos do povo hebreu para Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia.[4] Sua coletoria estava localizada em Cafarnaum. Judeus que enriqueciam desta maneira eram desprezados e considerados párias. Porém, como um coletor de impostos, ele deve ter sido alfabetizado em aramaico (ainda que provavelmente não em grego nem em latim).[5][6][7]
Foi neste cenário, perto de onde hoje está Almagor, que Jesus convidou Mateus para ser um dos Doze Apóstolos. Após o chamado, Mateus convidou Jesus para um banquete em sua casa. Ao ver isto, os escribas e os fariseus criticaram Jesus por cear com coletores de impostos e pecadores. A provocação fez Jesus responder, «Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.» (Lucas 5:29).[7] Jesus assim Como entrou na casa de Zaqueu que também era coletor de impostos, Lucas 19.
O ministério de Mateus no Novo Testamento é bastante complexo de atestar. Quando ele é mencionado, é geralmente junto com Tomé. Como discípulo, ele seguiu Cristo e foi uma das testemunhas da Ressurreição e da Ascensão. Depois, Mateus, Maria, Tiago e outros seguidores próximos a Jesus se recolheram ao cenáculo em Jerusalém.[8][9] Na mesma época, Tiago[c][10] sucedeu a Jesus como líder da igreja de Jerusalém.[11]
Eles permaneceram nas redondezas de Jerusalém e proclamaram que Jesus, filho do carpinteiro José, era o Messias prometido nas profecias. Acredita-se que estes primeiros cristãos judeus eram chamados nazarenos[12]:pp. 597&722.[13] É quase certo que Mateus era um deles, uma vez que tanto o Novo Testamento quanto o Talmud assim atestam.[14]
Mateus pregou por quinze anos o Evangelho em hebraico para a comunidade judaica na Judeia. Mais tarde, ele viajaria fora da Judeia para outras provincias romanas, presumivelmente seguindo o ordenamento de Jesus em Mateus 28:16–20 e espalhou os ensinamentos de Jesus entre os etíopes, macedonianos, persas e partos.[9] Tanto a Igreja Católica quanto a Ortodoxa sustentam a crença tradicional de que ele tenha morrido mártir na Etiópia,[5][15] defendendo Santa Ifigênia da Etiópia.
Os cristãos do tempo de Mateus ainda se consideravam judeus e, como tais, eles adoravam no Templo[12]:pp. 957 & 722[16] e reverenciavam a Lei dada por Deus a Moisés. Eles também reverenciavam uma tradição oral chamada Torah Shebeal Peh, que interpretava a lei escrita. Foi neste contexto cultural (chamado Sitz im Leben) que a tradição oral cristã nasceu, conforme Jesus e rabinos cristãos desenvolveram a "mensagem" (evangelios) oral interpretando a lei escrita.[17][18][19]
Quando o Segundo Templo de Jerusalém foi destruído em 70 d.C., esta tradição oral não era mais possível e se tornou necessário escrevê-la, o que ocorreu na Mishná (parte do que seria posteriormente o Talmude).[20][21][22][23][24] Acredita-se que Mateus traduziu a "tradição oral cristã" (ou Logia) na forma escrita antes de partir para Roma.[d][15]
Orígenes afirma que o primeiro evangelho foi escrito por Mateus.[25][26] Este evangelho foi escrito em hebraico em Jerusalém para ser utilizado por cristãos-judeus e traduzido para o grego, embora esta não tenha sobrevivido. Uma cópia do original hebraico era mantido na Biblioteca Teológica de Cesareia Marítima. A comunidade nazarena transcreveu uma cópia para Jerónimo, que a utilizou em sua obra De Viris Illustribus.[2] O Evangelho de Mateus era então chamado "Evangelho dos Hebreus"[27] ou, às vezes, "Evangelho dos Apóstolos"[28][29][30] e acredita-se que ele foi o original "Mateus grego" encontrado na Bíblia. Porém, esta interpretação foi contestada por estudiosos modernos como Bart Ehrman e James Edwards.[e][31][32][33][34]
Os padres da Igreja Epifânio de Salamina e Jerônimo de Estridão mencionam um evangelho primordial, o hoje perdido Evangelho dos Hebreus, que foi parcialmente preservado nos escritos deles, e que teria sido escrito por Mateus.[33] Epifânio porém não afirma por si que o autor seria Mateus, ele apenas afirma que esta era a crença dos heréticos Ebionitas.[34] Certos estudiosos hoje em dia, notavelmente Raymond E. Brown, acreditam que "o evangelho canônico de Mateus foi escrito em grego por alguém que não foi testemunha ocular e cujo nome é desconhecido para nós e que dependia de fontes como o Evangelho de Marcos e a fonte Q",[35] uma teoria conhecida como Prioridade de Marcos. Há opiniões divergentes, como a de Craig Blomberg.[36][37][38]
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