Chamado de Mateus
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O Chamado de Mateus (ou Vocação de Mateus) é um episódio da vida de Jesus que aparece nos três evangelhos sinóticos (Mateus 9:9–13, Marcos 2:13–17 e Lucas 5:27–28) e que retrata o primeiro encontro entre Jesus e Mateus.[1]
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1599-1600. Por Caravaggio, atualmente na Capela Contarelli em San Luigi dei Francesi, em Roma.
É neste episódio que Jesus profere um de seus famosos ditos, «Não vim chamar os justos, mas os pecadores!» (Marcos 2:17).
Nos três evangelhos, este episódio acontece logo após a cura do paralítico em Cafarnaum e é seguido pela parábola do Vinho Novo em Odres Velhos. Nos evangelhos de Marcos e Lucas, Mateus é chamado de "Levi" e "filho de Alfeu".[2]
Relato bíblico
De acordo com o relato do Evangelho de Mateus:
“ | «Jesus, partindo dali, viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me. Ele se levantou e o seguiu. Estando ele à mesa em casa, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se com Jesus e com seus discípulos. Os fariseus, vendo isto, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo-o, disse: Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos. Porém ide aprender o que significa: 'Quero misericórdia e não holocaustos'; pois não vim chamar os justos, mas os pecadores!» (Mateus 9:9–13) | ” |
Análise
Resumir
Perspectiva
Um coletor de impostos pode significar duas coisas: ele poderia ser uma pessoa contratada pelo governo romano, que pagava impostos para Roma e tinha o direito de coletar impostos de uma região ou um cobrador de pedágios para Herodes Antipas,[3] cobrando daqueles que pretendiam entrar em partes da Palestina. Cafarnaum era uma região de grande tráfego de pessoas e mercadorias na época e qualquer uma das interpretações é possível.[4] Seja como for, Marcos deixa claro que Levi era impopular e ocupava uma posição detestada pelos judeus.
A maior parte dos estudiosos — e quase todas as traduções da Bíblia — afirmam que este evento ocorreu na casa de Levi, embora os textos originais afirmem eles comiam na "sua" casa, que pode ser a de Levi ou a casa onde morava Jesus ou ainda a casa onde ele estava pregando.[3] Marcos afirma que muitos agora seguiam Jesus, mais do que os quatro discípulos que ele arregimentou antes.
Salmos 119:31 e Salmos 101:31 tratam do desgosto de Deus com os pecadores. No "Chamado de Mateus", Jesus responde aos escribas com o famoso "Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos; eu não vim chamar os justos, mas os pecadores!" A versão em Mateus 9 interpõe um "Porém ide aprender o que significa: 'Quero misericórdia, e não holocaustos'" entre as duas sentenças de Marcos. Lucas 5 acrescenta ao final um "... ao arrependimento". Jesus se compara a um doutor para mostrar que, assim como o doutor combate uma doença trabalhando com o doente, ele precisa ir até os pecadores para ajudá-los a superar seus pecados.
Arte cristã
O "chamado de Mateus" foi o tema de obras de arte por diversos autores, entre elas:
- Vocação de São Mateus (1599-1600), por Caravaggio, atualmente na Capela Contarelli em San Luigi dei Francesi, em Roma.
- Hendrick ter Brugghen (1621).
- Juan de Pareja (252)
Um dos principais atributos de Mateus na arte é o texto em latim "Veni, sequere me" e variações ("Segue-me").
Ver também
Referências
- The Gospel of Matthew by R. T. France 2007 ISBN 080282501X page 349
- The life of Jesus by David Friedrich Strauss, 1860 published by Calvin Blanchard, page 340
- Brown et al. 602
- Kilgallen 55
Bibliografia
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