Loading AI tools
socióloga e eurodeputada portuguesa Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Marisa Isabel dos Santos Matias (Coimbra, Sé Nova, 20 de fevereiro de 1976)[1] é uma socióloga e política portuguesa. Atualmente, assume as funções de deputada à Assembleia da República e vice-presidente da bancada parlamentar do Bloco. Anteriormente, foi eurodeputada pelo Bloco de Esquerda. Na carreira académica em sociologia, tem obra relacionada com o meio ambiente e a saúde pública.[2]
Marisa Matias | |
---|---|
Deputada à Assembleia da República pelo Distrito do Porto | |
No cargo | |
Período | 26 de março de 2024 até à atualidade |
Legislatura | XVI da República Portuguesa |
Eurodeputada no Parlamento Europeu pela República Portuguesa | |
Período | 14 de julho de 2009 até 25 de março de 2024 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Marisa Isabel dos Santos Matias |
Nascimento | 20 de fevereiro de 1976 (48 anos) Sé Nova, Coimbra, Portugal |
Nacionalidade | portuguesa |
Alma mater | Universidade de Coimbra |
Partido | Bloco de Esquerda |
Profissão | socióloga política |
Em 2016 foi candidata às presidenciais, tendo ficado em terceiro lugar, com 10,12% dos votos, tornando-se a mulher mais votada de sempre em eleições presidenciais em Portugal até então. Esse recorde permaneceu até às eleições seguintes, sendo suplantado por Ana Gomes.[3]
Em 2021 voltou a ser candidata pelo Bloco de Esquerda, às presidenciais, tendo ficado em quinto lugar, com 3,95%.[4]
Viveu com os pais em Alcouce (Bendafé, Condeixa-a-Nova) até aos 22 anos,[5][6][7] mas começou a trabalhar aos 16 anos para pagar os estudos e auxiliar no orçamento familiar. A luta, essa, começou no ensino secundário em Coimbra, quando fez greves de zelo devido à Prova Geral de Acesso. Ingressa no curso de Sociologia. Nos anos que passou na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, envolveu-se ativamente nos movimentos estudantis contra as propinas e participou na refundação do núcleo de estudantes, do qual foi vice-presidente.[8]
Todo o seu percurso académico foi feito enquanto trabalhadora-estudante. Fez limpezas, serviu à mesa e com 22 anos foi a primeira da família a licenciar-se. Em 1997 começou a trabalhar como secretária da Revista Crítica de Ciências Sociais, ligada ao Centro de Estudos Sociais (CES), onde viria a tornar-se investigadora em 2004. Deu aulas no ensino profissional e em cursos de pós-graduação, nas áreas da sociologia e cidadania.[8]
Investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES)[9] (desde 2004), foi anteriormente assistente de investigação desse mesmo Centro (2000-2004) e professora de sociologia e outras disciplinas nas escolas profissionais ITAP - Instituto Técnico e Artístico Profissional de Coimbra e Profitecla (2000-2001). Foi secretária de redação da Revista Crítica de Ciências Sociais (1998-2000).
Fez todo o seu percurso académico na área da Sociologia, na Universidade de Coimbra, desde a licenciatura até ao doutoramento em Sociologia, com a tese: A natureza farta de nós? Saúde, ambiente e novas formas de cidadania (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2009). O seu mestrado, também em Sociologia, foi no domínio dos estudos sociais da ciência e da tecnologia.
Publicou vários artigos científicos, capítulos de livros e outras publicações, nacionais e internacionais, sobre relações entre ambiente e saúde pública, ciência e conhecimentos e democracia e cidadania. Colaborou enquanto formadora/professora em vários cursos de formação e programas de pós-graduação. Realizou investigação científica nas áreas da saúde ambiental, sociologia da ciência, sociologia da saúde e sociologia política.
Membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda e da sua Comissão Política e vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia, é também Vice-Presidente da Associação Europeia de Alzheimer e Membro do Conselho Consultivo da SERES. Foi membro da direção da Pro-Urbe, associação cívica de Coimbra. Foi mandatária nacional do “Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”, no âmbito do referendo nacional pela despenalização do aborto em Portugal. Ativista do movimento contra a coincineração em Souselas. Encabeçou a lista do Bloco de Esquerda nas eleições à Câmara Municipal de Coimbra (2005).
Em 2009 foi eleita deputada do Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda, integrando o grupo político GUE/NGL. Durante essa legislatura fez parte da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), da qual foi coordenadora, da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI) até junho de 2012, e a Comissão de Assuntos Económicos e Monetários (ECON) a partir de Junho de 2012. Integrou também as delegações para as relações com os Países do Maxereque,[10] com o conselho legislativo da Palestina e com a África do Sul.
Logo no início do mandato foi nomeada relatora do Parlamento Europeau para a elaboração e negociação da diretiva que previne a entrada de medicamentos falsificados na cadeia legal de distribuição, um negócio que rende mais de 400 mil milhões de euros anuais para as redes de falsificação e que coloca em risco a vida dos pacientes. A diretiva proposta e negociada ao longo de quase dois anos com os grupos parlamentares e com os governos viria a ser aprovada em 2011. Foi a segunda vez desde a integração de Portugal na UE que uma deputada portuguesa foi responsável por uma diretiva-quadro, lei que será transposta para a ordem jurídica dos 28 estados-membros até 2016.
Paralelamente, foi também relatora da estratégia europeia de combate ao Alzheimer e a outras demências, que seria igualmente aprovada em 2011. Integrou e copresidiu ao grupo de trabalho europeu para a Diabetes, tendo sido coautora da primeira resolução alguma vez aprovada no Parlamento Europeu tendo em vista a definição de linhas políticas estratégicas de combate à epidemia da diabetes (2010). Dedicou-se ainda à elaboração e aprovação de propostas de resolução relativas ao cancro, HIV-Sida e foi membro integrante da comissão de inquérito parlamentar sobre o caso da vacina para a H1N1. Em 2011, foi eleita pelos pares, com mais de 350 votos obtidos em regime de voto secreto, como Deputada do Ano na área da saúde, tendo sido a única deputada do Grupo Parlamentar da Esquerda Unitária a receber este prémio desde a sua criação.
Nos anos de 2011 e 2012 foi relatora do Parlamento para a definição do Quadro Comum Estratégico de Financiamento da Investigação e Inovação, relatório que viria a ser aprovado em 2012 e que estabeleceu as bases para o desenho do que deveria ser a proposta do Programa Horizonte 2020, o programa relativo ao financiamento europeu da investigação e inovação no período 2014 a 2020. Para além da proposta do reforço de verbas e de uma melhor redistribuição geográfica dessas verbas, a proposta aprovada consagrou um aumento significativo de apoios ao trabalho científico e à atribuição de bolsas no quadro do financiamento europeu. Mais tarde, integraria a equipa dos seis relatores nomeados pelo Parlamento Europeu para a definição e negociação da proposta relativa ao Horizonte 2020, tendo ficado responsável por um dos regulamentos legislativos relativo à Agenda Estratégica para a Inovação. O pacote legislativo acabaria por ser aprovado no final de 2013, tendo já entrado em vigor em janeiro de 2014.
Em 2012 foi ainda nomeada relatora do Parlamento Europeu para a avaliação das atividades do Banco Central Europeu relativas a 2011, ano em que a presidência do BCE mudou. Num processo muito disputado e de negociações difíceis, o seu relatório viria a ser aprovado por um voto de diferença na comissão de assuntos económicos e monetários. Posteriormente, o relatório viria a ser aprovado em plenário ainda em 2013, mas Marisa Matias pediu para que o seu nome fosse retirado do relatório, em resultado de alterações aprovadas no voto final que eliminaram do relatório todas as referências críticas ao BCE enquanto membro da Troika, eliminando igualmente a proposta que obrigava o BCE a devolver aos países sob intervenção da Troika os lucros resultantes dos complexos processos de compra e venda de títulos de dívida pública.
Marisa Matias foi ainda relatora do parlamento para quatro pareceres sobre a estratégia europeia de adaptação às alterações climáticas, a redefinição do cálculo do PIB, a proposta de novo quadro financeiro plurianual e a regulação da definição de índices relativos aos bens transacionados em Bolsa.
Enquanto relatora sombra, ou seja, deputada responsável no seu grupo parlamentar para seguir e negociar propostas lideradas por outros colegas de outros grupos parlamentares, Marisa Matias acompanhou ao longo deste mandato a execução de 25 propostas parlamentares, tendo apresentado propostas de alteração e participado nas reuniões de negociação.
Foi ainda coautora de 119 propostas de resoluções parlamentares.
Enquanto Vice-Presidente do Parlamento para as relações com os países do Maxereque (Líbano, Síria, Jordânia e Egipto) integrou e presidiu ainda a várias delegações parlamentares a estes países, coordenando processos de negociação com os respetivos parlamentos nacionais, num período que foi atravessado pelas transformações introduzidas pela Primavera Árabe. Integra ainda a Delegação do parlamento para as relações com o Conselho Legislativo Palestiniano, tendo desenvolvido várias iniciativas relativas, em particular, ao cerco da Faixa de Gaza.[11]
Em 2014 encabeçou a lista do Bloco de Esquerda para as eleições europeias, tendo sido reeleita deputada do Parlamento Europeu, onde continua a integrar o grupo parlamentar GUE/NGL. Na presente legislatura, é membro da Comissão de Assuntos Económicos e Monetários (ECON), da qual é coordenadora, e da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE). É Vice-Presidente da Comissão Especial sobre as Decisões Fiscais Antecipadas e Outras Medidas de Natureza ou Efeitos Similares (TAXE), constituída na sequência dos escândalos luxleaks e swissleaks e outros. É Presidente da Delegação para as Relações com os Países do Maxereque (Líbano, Egipto, Síria e Jordânia), no âmbito da qual presidiu à delegação oficial de visita ao Líbano, durante a qual se debateu, entre outras, a questão dos refugiados. É Presidente do intergrupo dos Bens Comuns, que abrange não só os recursos naturais, em particular a água, mas também, por exemplo, espaços sociais ou jardins urbanos, ou mesmo bens imateriais como o conhecimento, a cultura, o pensamento, a criatividade os bens digitais comuns, todos eles com formas muito próprias de apropriação e de gestão. Mantém a copresidência do grupo de trabalho europeu para a Diabetes.
Na presente legislatura Marisa Matias tem acompanhado no âmbito da ECON, sobretudo, os relatórios ligadas à governação económica, ao semestre europeu, Banco Central Europeu e da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP).
No âmbito da ITRE é relatora sombra do relatório relativo ao mercado único europeu das comunicações eletrónicas, no âmbito do qual se tem batido pela manutenção da neutralidade da internet.
A 25 de setembro de 2014 presidiu à apresentação das conclusões da sessão extraordinária sobre Gaza do Tribunal Russell para a Palestina, no Parlamento Europeu, com os membros do júri: Ken Loach, Roger Waters, Vandana Shiva, David Sheen, Richard Falk, Max Blumenthal, Mohamed Omer e Michael Mansfield. Depois de no início desse mesmo mês ter integrado uma delegação de deputados do Parlamento Europeu que seria impedida de visitar a Faixa de Gaza pelas autoridades de Israel.
Marisa Matias foi a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda às eleições presidenciais de 2016.[12] O anúncio da candidatura foi feito a 7 de novembro de 2015 no Teatro Thalia, em Lisboa, e esta foi formalizada junto do Tribunal Constitucional a 17 de dezembro de 2015, com a entrega de cerca de 12 000 assinaturas. O seu mandatário nacional foi o ator António Capelo.[13]
Ficou em 3º lugar nas eleições, conquistando 10,12% dos votos, sendo a mulher mais votada de sempre em eleições presidenciais até ao momento, suplantando o resultado de Maria de Lurdes Pintassilgo em 1986.
Entre os seus apoiantes contam-se:[14][15]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.