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Manuel de Paiva Boléo (Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova, 26 de março de 1904 – Coimbra, Santo António dos Olivais, 1 de novembro de 1992) foi um dos mais importantes, eminentes e destacados linguistas portugueses do século XX. A sua importância na renovação dos estudos linguísticos em Portugal, nomeadamente na área da Dialectologia, está patente não apenas na extensão e âmbito da sua obra e produção científica, mas também no legado intelectual, científico e cívico que se traduziu na fundação da mais importante revista linguística de Portugal, na orientação de inúmeras dissertações, na formação de gerações de investigadores e docentes, na promoção da língua portuguesa (e da qualidade do seu ensino) e na criação de uma verdadeira escola de Linguística Portuguesa em Coimbra.
Manuel de Paiva Boléo | |
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Nascimento | 26 de março de 1904 Idanha-a-Nova, Portugal |
Morte | 1 de novembro de 1992 (88 anos) Coimbra, Portugal |
Nacionalidade | português |
Ocupação | linguista, dialetólogo, professor universitário |
Magnum opus | Inquérito Linguístico Boléo |
Nasceu em Idanha-a-Nova em 26 de março de 1904, foi batizado em Idanha-a-Nova a 16 de abril de 1904, como filho de Francisco de Paiva Boléo, aspirante da Fazenda Nacional em Idanha-a-Nova, natural da freguesia de São Romão, concelho de Seia, e Maria do Rosário Lopes de Paiva, doméstica, natural da freguesia e concelho de Manteigas.[1]
Frequentou entre 1922 e 1929 a Universidade de Coimbra, licenciando-se em Filologia Românica em 1929, depois de ter completado todas as cadeiras dos Cursos de Filologia Românica e Filologia Clássica. Entre 1931 e 1935 foi leitor de português na Universidade de Hamburgo. Depois do regresso da Alemanha contactou e conviveu com Leite de Vasconcellos, de quem foi amigo. Este contacto foi decisivo para a actividade posterior de Paiva Boléo na renovação da Dialectologia portuguesa.[2][3] Doutorou-se na Universidade de Coimbra em 1937 e em 1938 iniciou a sua longa e notável carreira docente nessa universidade como Professor Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Casou em Coimbra, na Conservatória do Registo Civil, a 6 de setembro de 1938, com Maria Eugénia Anacoreta Viana.[1]
Em 1942 empreendeu uma iniciativa decisiva para a Dialectologia Portuguesa, a organização e realização de um inquérito linguístico por correspondência — o Inquérito Linguístico Boléo (ILB). Este inquérito, que viria mais tarde a ser acrescentado por entrevistas e recolha de dados in loco, marcou definitivamente os estudos dialectológicos portugueses e originou a escola coimbrã de dialectologia, no âmbito da qual foram produzidos diversos estudos dialectológicos aprofundados (em dissertações, monografias e artigos). A partir dos dados do ILB foi possível, pela primeira vez em Portugal, cartografar diversas isoglossas portuguesas e delimitar de forma rigorosa áreas e sub-áreas dialectais portuguesas.
Em 1947 fundou a Revista Portuguesa de Filologia, publicação de referência no panorama linguístico português, actualmente a única revista científica de portuguesa de Linguística com reconhecimento internacional (distribuída para muitas dezenas de universidades e bibliotecas estrangeiras prestigiadas através de programas de intercâmbio).
Em 1949 ascendeu à categoria de Professor Catedrático.
Entre 1963 e 1965 coordenou a elaboração da Nomenclatura Gramatical Portuguesa (NGP), homologada e publicada em 1967 pelo Ministério da Educação como instrumento fundamental de referência para o ensino do português nas escolas. A elaboração da NGP envolveu, de forma exemplar, verdadeira discussão pública através da circulação alargada de diversas versões prévias.[4]
Em 1974 Manuel de Paiva Boléo proferiu a última lição e jubilou-se.
A Universidade de Coimbra homenageou Manuel de Paiva Boléo através da publicação de Estudos de linguística portuguesa e românica — Dialectologia e história da língua, Coimbra: Biblioteca Geral (Acta Universitatis Conimbrigensis), 1974 (tomo 1) e 1975 (tomo 2), colectânea que reuniu alguns dos seus mais importantes estudos (revistos e acrescentados pelo Autor). A revista portuguesa Biblos, da qual Paiva Boléo foi secretário, publicou em 1981 dois volumes em sua homenagem.
Morreu a 1 de novembro de 1992, na freguesia de Santo António dos Olivais, concelho de Coimbra.[1]
A obra de Manuel de Paiva Boléo é extensa. De acordo com a organização que o próprio explicitou na colectânea Estudos de linguística portuguesa e românica é possível identificar várias temáticas: i) Dialectologia e história da língua, ii) Perspectivas históricas e metodológicas, iii) Figuras da linguística portuguesa e românica, iv) Filologia, gramática e ensino de línguas, v) Sintaxe e estilística, vi) Onomástica, vii) O Português europeu e a língua portuguesa do Brasil.
Devem destacar-se, pela relevância que tiveram no desenvolvimentos dos estudos linguísticos em Portugal, os seguintes títulos:
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