Luena (Angola)
capital e comuna de Moxico, Angola Da Wikipédia, a enciclopédia livre
capital e comuna de Moxico, Angola Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Luena, também grafada como Lwena, é uma cidade e comuna angolana, sede do município de Moxico e capital da província de Moxico.
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Comuna angolana | ||
Jardim do Palácio do Governador, em Luena, em 2010. | ||
Localização | ||
Localização de Luena em Angola | ||
Coordenadas | 11° 46′ 58″ S, 19° 54′ 46″ L | |
Província | Moxico | |
País | Angola | |
Características geográficas | ||
População total (2018) | 320 000 hab. |
Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população aproximada de 320 000 habitantes.[1][2]
Foi conhecida como "Vila Luso" durante o período colonial.
Conhecida inicialmente pelo nome de "região Luvale", o primeiro português que viajou de Benguela para a região de Luena foi José de Assunção e Melo, em missão comercial, em 1794.[3]
A efetiva expedição de ocupação portuguesa só aconteceu em 3 março de 1895, após o tratado que firmou o Protetorado Lunda-Chócue. A missão foi chefiada pelo tenente-coronel Trigo Teixeira. Nesta expedição o militar transferiu definitivamente o Moxico-Velho para aonde atualmente está assentada a cidade de Luena, na época recebendo o nome de "Moxico-Novo".[3] Em Moxico-Novo o tenente-coronel Trigo Teixeira estabeleceu uma Colônia Penal Militar Agrícola, que depois tornou-se a Fortaleza Ferreira de Almeida.[4]
Em 25 de fevereiro de 1922, o Moxico-Novo passou a chamar‐se Vila Luso, em virtude da visita do governador colonial José Norton de Matos para supervisionar as obras do Caminho de Ferro de Benguela, que acabava de chegar na localidade.[3] O nome Vila Luso era uma homenagem à cidade de Luso, em Portugal.[4]
Em 18 de maio de 1956 as autoridades coloniais resolvem alterar o estatuto jurídico de Vila Luso dando a ela o título de cidade, mais apropriado para localidades que eram capitais distritais. No ano seguinte iniciou-se um extenso projeto de obras públicas na cidade.[4]
Durante a Guerra de Independência de Angola, na década de 1960, partindo de Luau, Luena foi tomada pelo MPLA, numa ousada operação que expulsou os portugueses. A partir de 1973 a região começa a sofrer diversos ataques da UNITA e da Força de Defesa da África do Sul, com o MPLA perdendo o controle da cidade para o exército estrangeiro em 1975, durante a Operação Savana.[5]
De 11 de novembro de 1975 a janeiro de 1976, já na Guerra Civil Angolana, as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) travaram grandes embates para a expulsão das tropas invasoras sul-africanas, na que ficou conhecida como "batalha do Luso". A cidade de Luena foi libertada depois de dois meses de ocupação estrangeira.[5]
Em 1975/1976, como a cidade tinha um nome português que identificava de alguma forma esta região com o país colonizador, o governo angolano decidiu mudar o sua denominação, dando-lhe o nome do rio Luena, que banha a região.[6]
Foi em Luena que ocorreram alguns episódios que finalizaram a Guerra Civil Angolana, sendo uma das bases de operações decisivas das Forças Armadas de Angola durante batalhas finais que levaram a morte de Jonas Savimbi, líder da UNITA, encerrando o conflito, em 2002.
Durante as guerras muitas ONG trabalharam em Luena, incluindo MSF Belgique, Jesuit Relief Service, GOAL Irlanda, Vietnam Veterans e Medair.
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger predomina na cidade o clima subtropical úmido (Cwa), com pluviometria média anual de cerca de 1200 mm e temperatura média de 21ºC.
A cidade situa-se numa área com altitudes médias de 1350 metros acima do nível do mar.
A cidade é constituída por diversos bairros. Alguns destes são: Nazaji, Popular, Mandembué, Zorro, Saíde Mingas, Santa Rosa, Sinai-Velho, Sinai-Novo, Aço, Capango, Cuenha, Chifuchi, Alto Campo e Zona Verde.
A capital do Moxico é habitada por diversos grupos étnicos, sendo que os mais numerosos são os chócues e ganguelas, além de grupos menores luvales, luenas, ovimbundos, ambundos, luchazes e lundas.
Pela rodovia EN-250 Luena consegue acesso à Chicala, ao oeste, e; a Léua, a leste. Pela EN-180 tem-se acesso a Camanongue, ao norte, e; ao Lucusse, ao sul.
A cidade é conectada pelo Caminho de Ferro de Benguela ao Porto do Lobito, na costa atlântica angolana. É um importante corredor de escoamento da produção local, bem como para o transporte de passageiros. Também dá acesso ao Luau, no extremo-leste do país.[7]
A cidade também é servida pelo Aeroporto Comandante Dangereux.[8]
A cidade do Luena possui duas instituições de ensino de grande relevo, sendo o Instituto Médio de Administração e Gestão do Luena, de nível médio-técnico, e; o Instituto Superior Politécnico do Moxico (ISP-Moxico), de ensino superior.[9]
Em Luena existem alguns pontos de interesse, entre eles encontra-se a Reserva Florestal do Luena. Esta floresta ocupa uma área de 1800 Km² e é demarcada pelos rios Luena e Camege, além do Lago Dilolo. Tem também o Parque Nacional da Cameia.
Algumas das principais construções de Luena são a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias do Luena, as ruínas do Forte de Dilolo, as Ruínas do Moxico Velho e o Sítio Arqueológico do rio Cassai, onde se encontram pedras gravadas com pegadas de pessoas, animais, entre outros sinais.[10]
Uma das principais festividades da cidade é a Procissão do Corpo de Deus, promovida pela Diocese de Luena.
A principal prática esportiva da cidade é o futebol, tanto que exite até uma equipa profissional, a Futebol Clube Bravos do Maquis, que joga seus campeonatos no Girabola.
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