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Esta é uma lista dos hierarcas ortodoxos cujo título contém uma referência à cidade de Kiev.
A história da cristandade na Ucrânia está intimamente ligada à história da Igreja Ortodoxa Russa, tradicionalmente começando quando Santo André teria chegado onde hoje é Kiev e profetizado a construção de uma grande cidade cristã, erigido uma cruz onde seria hoje a Igreja de Santo André.[1][2] A efetiva cristianização da região, no entanto, começaria no século IX, quando o Império Bizantino enviou bispos ao então Grão-Canato de Rus e os santos irmãos Cirilo e Metódio fizeram missões lá.[3] Em 988, o Cristianismo foi oficializado por Vladimir I, grão-duque de Kiev, em evento conhecido como Batismo da Rus.[4][5]
Com a invasão mongol da Rússia, no século XIII, a sé do metropolita de Kiev foi transferida para Vladimir, e posteriormente para Moscou, dando origem ao que é conhecido atualmente como o Patriarcado de Moscou. No século XIV, o grão-duque Algirdas da Lituânia tentou o retorno dessa sé para Kiev, que estava sob seu controle. Em 1620, a União de Brest transferiu esta sé para Igreja Católica Romana, gerando a Igreja Greco-Católica Ucraniana, mas a sé ortodoxa seria reinstituída pelo Patriarcado Ecumênico no mesmo ano.
Em 1685, as então seis eparquias em território ucraniano foram transferidas para a jurisdição da Igreja Ortodoxa Russa, com Gideão (Esviatopolco-Chetvertinski) sendo escolhido como metropolita de Kiev, Galícia e Pequena Rússia.[6] Esta sé, no entanto, progressivamente perdeu força, com suas eparquias sendo transferidas para outras jurisdições, culminando na limitação do título do metropolita Arsênio a metropolita de Kiev e Galícia em 1767 por édito de Catarina II da Rússia.[7] Com sua morte três anos depois, a sé foi reduzida a uma simples diocese. A Igreja da Ucrânia se tornou provisoriamente um exarcado em 1921, e, após um duro período de duras perseguições sob a União Soviética, finalmente restaurou sua autonomia em 1990.
O primeiro bispado russo é mencionado pela primeira vez em 891, como o 60ª na lista de distritos eclesiásticos subordinados ao Patriarca de Constantinopla, e 61ª na carta do Imperador Leão VI (r. 886–911). A sé episcopal, subordinada à Constantinopla, existia em Tmutarakan, na Península de Taman, desde o século VIII.[8][9]
No início do século IX os patriarcas Inácio e Fócio de Constantinopla enviaram bispos para a Rússia, não sabe se para Tmutorokan ou Kiev.[3][9] Durante o reinado dos príncipes Ascoldo e Dir, o Cristianismo foi bastante difundido em Kiev. Muitos historiadores afirmam que Ascoldo e Dir eram cristãos. As crônicas dizem que naquela época havia uma igreja "Catedral" de Santo Elias e outros. No século IX já existia uma igreja de São Nicolau no túmulo de Ascoldo. E no tratado do príncipe Igor com Constantinopla, os guerreiros russos fazem um juramento: Cristãos - Deus Todo-Poderoso, e não batizados - Perun. A princesa Olga também era cristã e seu neto, Vladimir, o Grande, fez do Cristianismo a religião oficial.[9]
De acordo com alguns historiadores, até 1037 a Igreja de Kiev estava subordinada à Sé de Ocrida, que naquela época era autocéfala, e não ao Patriarcado de Constantinopla, então os primeiros bispos e metropolitas eram búlgaros que pregavam na língua eslava.[10][11] Uma vez que o metropolita Teopento (1037–1049) imediatamente procedeu a reconsagração da Igreja dos Dízimos, então, provavelmente, por volta de 1037 em Constantinopla, os cristãos que consagraram a Igreja dos Dízimos, em 995, foram considerados hereges. Daquela época em diante, a Igreja russa, durante todo o período pré-mongol foi chefiada quase exclusivamente por gregos que foram fornecidos à Sé de Kiev pelos Patriarcas de Constantinopla.[12] É por isso que até 1037 não há informações sobre os metropolitas de Kiev nas fontes de Constantinopla.[9] Em 1054, após a remoção de Hilarião (1051–1054/55) e a nomeação do metropolita grego Efraim (1054–1065), a Igreja de Kiev finalmente se tornou uma das metrópoles do Patriarcado de Constantinopla.
A Metrópole de Kiev foi estabelecida em 988 (de acordo com Stroev, em 1037[13]) e governada pelo patriarca de Constantinopla até a invasão dos Mongóis da Horda Dourada e a eventual partição de Rússia de Kiev entre o Grão-Ducado da Lituânia, o Reino da Hungria e a Horda de Ouro, com seu vassalo Grão-Ducado de Moscou. No início, levou a uma sucessão de dioceses moscovitas em sua própria metrópole e, embora não tenha sido reconhecida no início, acabou se transformando em Patriarcado. Mais tarde, as dioceses que estavam sob o Grão-Ducado da Lituânia foram reorganizadas dentro da Comunidade Polaco-lituana e como parte do processo de polonização acabou aderindo à União de Brest, entrando em comunhão com o Papa de Roma. A eparquia de Mukačevo, que estava sob o Reino da Hungria, se tornou uma das dioceses ortodoxas mais duradouras no oeste, até que também foi catolicizada pela União de Uzhhorod.[14]
Bispos missionários na Rússia de Kiev, antes do Batismo da Rússia em 988.
Os Metropolitas de Kiev e Toda a Rússia eram os primazes da Sé de Kiev da Igreja Ortodoxa de Constantinopla.
No século XIV, o imperador bizantino Andrónico II Paleólogo sancionou a criação de duas sés metropolitanas adicionais em Galícia (1303) e Navahrudak (1317).
Metrópole da Galícia, sé episcopal do Patriarcado de Constantinopla, estabelecida em 1303 em Galícia, no Reino da Rússia (Galícia-Volínia) (1303–1347 e 1371–1401).[32]
Metrópole da Lituânia, sé episcopal do Patriarcado de Constantinopla, estabelecida em 1299, e tinha sua sede em Navahrudak (Bielorrússia) mais tarde em Vilnius, no Grão-Ducado da Lituânia (1299–1330, 1354–1389 e (não canonicamente) 1415–1420).[33]
Em 1458, o patriarca Isidoro II de Constantinopla reorganizou as dioceses ortodoxas dentro do território do Grão-Ducado da Lituânia, incluindo Kiev, em uma nova sé e seus primazes receberam um novo título: Metropolita de Kiev, Galícia e Toda a Rússia. A sede da sé episcopal estava localizada em Vilnius.
Em 1595, a metrópole de Kiev, como sede em Vilnius, assinou a União de Brest com a Igreja Católica Romana, estabelecendo assim uma Igreja uniata.
Em 1620 - cerca de 25 anos após a implementação da União de Brest - o patriarca Cirilo Lucaris, de Constantinopla, restabeleceu a metrópole ortodoxa em Kiev (1620–1685) com uma hierarquia paralela, dentro da Comunidade Polaco-Lituana. A nova metrópole foi organizada com bispos que se recusaram a aderir à União de Brest. O primeiro hierarca finalmente reconhecido pela Coroa da Polônia foi Pedro Moguila.
A Metrópole Ortodoxa de Kiev foi, em 1686, transferida do Patriarcado Ecumênico para o Patriarcado de Moscou. Em 27 de janeiro de 1688, o título do metropolita de Kiev foi alterado para "de Kiev, Galícia e Pequena Rússia", o que refletia a transferência real da metrópole de Kiev do Patriarcado de Constantinopla para o Patriarcado de Moscou.
Em 1770, o metropolita de Kiev foi destituído de bispos sufragâneos e transformado em uma arquieparquia com o título de "metropolita" em homenagem.
Em 1921 a autonomia parcial foi restabelecida na forma de exarcado.
Em 1990, o Exarcado Ucraniano recebeu o status de "autogoverno" formando a Igreja Ortodoxa Ucraniana.[36]
Esta Igreja foi estabelecida por um Concílio de Unificação em 15 de dezembro de 2018. O concílio votou para unir as igrejas ortodoxas ucranianas existentes (a Igreja Ortodoxa Ucraniana - Patriarcado de Kiev, a Igreja Ortodoxa Autocéfala da Ucrânia e parte da Igreja Ortodoxa Ucraniana - Patriarcado de Moscou) por meio de seus representantes, com base na independência canônica completa. O primaz da Igreja é o "Metropolita de Kiev e de Toda a Ucrânia". Todos os membros da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev e da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Ucrânia, e dois membros da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou,[39][40] fundiram-se na Igreja Ortodoxa da Ucrânia e o Concilio de Unificação elegeu Epifânio, ex-metropolita de Pereaslávia e Belotserkovski da Igreja Ortodoxa Ucraniana - Patriarcado de Kiev, como seu primeiro primaz.[41][42][43][44][45][46] O Tomos do Patriarcado de Constantinopla que concedeu autocefalia à Igreja Ortodoxa da Ucrânia foi assinado em 5 de janeiro de 2019.
A Igreja Ortodoxa da Ucrânia é reconhecida apenas pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, bem como pelo Patriarcado de Alexandria, Igreja da Grécia e Igreja do Chipre.
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