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Jie (em chinês: 桀; de acordo com a tradição, 1728–1675 a.C.) foi o décimo sétimo e último governante da dinastia Xia da China.[1] É tradicionalmente tido como um tirano e um opressor que encaminhou a sua dinastia ao fim.[2][1]
桀 Jié | |
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Rei da China | |
Jie com duas amantes. | |
Antecessor(a) | Fa de Xia |
Sucessor(a) | Chengtang |
Mo Xi Zhao Hua | |
Dinastia | Dinastia Xia |
Pai | Fa de Xia |
Mãe | Consorte de Fa |
Jie de Xia
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Nome chinês | |||||||||||||||||||||
Chinês: | 桀 | ||||||||||||||||||||
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Em Chinês antigo | |||||||||||||||||||||
Chinês antigo: | N-[k]<r>at |
Por volta de 1600 a.C., Jie foi derrotado por Chengtang,[3] findando a dinastia Xia que governara por quinhentos anos e fundado a nova dinastia Shang.[3][4]
Jie é conhecido geralmento como Xia Jie (夏桀) ou Jie de Xia. O nome que lhe foi outorgado era Lü Güi (履癸).[5] Subiu ao trono no ano de Renchen (壬辰).[6] Inicialmente, a capital estava em Zhenxun. Viveu ali por três ano e construiu o seu palácio.[6] Ao mesmo tempo, destruiu a pirâmide de Rong (容台) e sufocou uma rebelião dos quanyi (também conhecidos como "Bárbaros Fei") depois de terem entrado em Qi, perto de Fen.[6]
O seu pai era Fa de Xia e a sua mulher.
O reinado de Jie é marcado pela vida luxuosa do monarca, servindo-se de escravos e governando os seus súbditos com extrema crueldade.[5] O seu estilo governativo era errante e cheio de luxúria, entretenimento e sexo. Ele não gostava de quem o criticasse e muitos estavam assustados.[7]
No sexto ano do reinado de Jie, ele alojou presentes e animações procedentes de vassalos e vizinhos. Recebeu um do povo bárbaro Qizhong. No décimo primeiro ano, convocou todos os seus vassalos para a sua corte. O Reino de Youmin não foi e por isso, em represália, Jie atacou-o e conquistou-o.[6]
No décimo terceiro ano de governo, mudou a capital de Zhenxun para Henan. Naquela altura, começou a usar o nome Nian (輦), significando "cadeirinha", fazendo alusão ao trono no qual era levado pelo seus servos.[6]
No ano seguinte, liderou um exército para Minshan. Ali, encontrou duas das filhas do rei de Minshan, Wan e Yan. Eram muitos bonitas e não estavam casadas pelo que ele tomou-as como suas esposas, mudando-lhes o nome para Zhao (苕) e Hua. Abandonou a sua mulher original, Mo Xi (妹喜) e construiu uma pirâmide no topo do Palácio real para viver com elas.[6]
A dinastia Xia exercia soberania sobre vários reinos, um dos quais era o Reino de Shang. Durante o reinado de Jie, Shang cresceu em poder, inicialmente às custas de outros vassalos de Xia. Chengtang conseguiu ganhar muitos adeptos, reunindo mais de quarenta reinos mais pequenos.[8] Chengtang reconheceu o maltrato de Jie ao seu povo e usou este facto para convencer as pessoas a apoiá-lo. Num discurso Chengtang disse que ele não queria criar desordem, mas devido ao terror de Jie, ele tinha de seguir o mandato do céu e usar esta oportunidade para destronar Xia.[8] Ele também referiu que os próprios generais de Jie não obedeciam as suas ordens.[8]
No décimo quinto reinado de Jie, Chengtang começou movimentando a capital de Lü (履) para Bo.[6] Por volta de dous anos depois, Cheng enviou o seu ministro Yi Yin como enviado para Jie. Yi manteve-se na capital de Xia por três anos, antes de voltar para Shang.[6]
O poder de Shang continuou a crescer. No vigésimo sexto ano do reinado de Jie, Shang conquistou Wen. Dois anos depois, Shang foi atacado por Kunwu (昆吾), e vários anos de guerra entre Shang e Kunwu decorreram.[9] Apesar deste revés, Shang continuou a expandir-se, reunindo tropas vassalas em Jingbo (景亳).[6] O exército de Shang e forças aliadas a este conquistaram Mixu (密須; hodierno 密縣), Wei e atacou Gu (顧), o qual seria conquistado no ano seguinte.[9] Ao mesmo tempo, Zhong Gu, enviado de Jie, foi para Shang.[6][9]
No decorrer do reinado de Jie, os anais chineses registam estranhas e progressivamente fortes fenómenos naturais. Começaram no décimo ano da regência de Jie, quando cinco estrelas foram vistas alinhadas e houve uma chuva de meteoros, seguida dum terramoto.[6] Está documentado que Jie também viu a "cara do dinheiro" (脸钱) durante este tempo mas recusou a partilhá-lo com os seus súbditos, levando à queda da dinastia Xia.
No décimo nono ano do reinado de Jie, ele tentou construir um túnel aquático pela montanha Qu, mas no ano seguinte a montanha colapsou com um desabamento de terra.[6] Houve também uma desastre em Linsui (聆隧) no inverno.[6]
Registos da vindoura dinastia Qin, dizem que durante o último ano do domínio de Jie, que houve geadas nas manhãs de estio ao longo de todo o mês de Julho. Chuvas fortes e torrenciais tombaras edifícios, o tempo quente e frio destruiu as colheitas. Alguns cientistas relacionam este evento com um inverno vulcânico, possivelmente devido à Erupção minoica de Tera por volta de 1628 a.C..[10]
No trigésimo primeiro ano do reinado de Jie, Chengtang enviou tropas desde Er (陑) para atacar ao mesmo tempo Xia e Kunwu. Kunwu foi rápidamente derrotado.[6] Por este tempo, Xia estava a ficar cada vez chus fraca perto do rio Amarelo enquanto Shang estava a tornar-se mais forte.[7]
Isto marcaria o início dos confrontos entre Shang e Jie, confrontando-se na Batalha de Mingtiao, a qual foi lutada sob uma forte tempestade, acabou com a derrota de Xia.[6][11]
Jie fugiu para Sanzong.[6] As forças de Shang, sob o general Wuzi (戊子), perseguiram e açodaram Jie até Cheng, capturaram-no em Jiaomen e depuseram-no, acabando com a dinastia Xia. Jie seria liberado em Nanchao,[6][9] tendo morrido posteriormente de doença.[8] Chengtang sucedeu-o como rei e inaugurou desta maneira a dinastia Shang.
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