Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (Ouro Preto)
igreja em Ouro Preto, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, também conhecida simplesmente como Igreja de Nossa Senhora do Rosário, é um templo católico localizado em Ouro Preto, no estado brasileiro de Minas Gerais. Tombado pelo IPHAN, é um dos mais originais edifícios sacros do tempo do Brasil Colônia.
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O templo foi fundado pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que fora constituída em 1715. De início a Irmandade não tinha um local de culto próprio, e funcionava junto à Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Um ano após sua fundação, os irmãos compraram uma capela no bairro do Kaquende, onde mantiveram suas devoções até 1733, ano em que o Santíssimo Sacramento, ali mantido enquanto a Matriz passava por reforma, funcionando neste período como Matriz, foi trasladado da primitiva capela do Rosário de volta para sua casa no Pilar. Para a passagem da procissão, uma suntuosa festividade que se tornou famosa na história local, chamada Triunfo Eucarístico, a Irmandade dos Pretos abriu uma rua, a atual rua Getúlio Vargas.[1] Em troca deste favor, em 1753 foi dada a autorização para a construção de um templo mais imponente,[2] e em 1761 a Câmara de Ouro Preto concedeu aos irmãos um grande terreno nas vizinhanças de sua capela.[1]
A partir do testemunho histórico de José Joaquim da Silva, atribui-se o projeto a Antônio Pereira de Sousa Calheiros, com os trabalhos encarregados ao mestre-de-obras José Pereira dos Santos, mas não há documentação segura a respeito e essas atribuições foram contestadas por estudos recentes. John Bury afirmou que já foram aventadas as hipóteses, a partir de bons argumentos, de o risco ter vindo de Portugal ou da Itália, e por algum tempo pensou-se em José Pereira Arouca, mas há evidências indicando que Manuel Francisco de Araújo esteve envolvido pelo menos em parte no planejamento, e pode efetivamente ter sido o autor do projeto integral que vemos hoje. No entanto, Bury também pondera que Araújo, conhecido mais como carpinteiro, provavelmente não tinha a qualificação necessária para conceber um projeto tão sofisticado e bem integrado como este. Em contrapartida, ele sugere que o projeto possa ser uma derivação de plantas criadas na Itália e região germânica por autores como Fischer von Erlach, Filippo Juvarra, Nicolau Nasoni e Carlo Andrea Rana.[2]
Não se sabe exatamente quando a estrutura foi iniciada, provavelmente logo após o recebimento do terreno, em meados de 1762 já se encontrava em bom andamento, e há sinais de que algumas modificações no projeto original estavam sendo implementadas, trocando-se os óculos por portais. Um novo risco para a empena e o frontispício foi contratado em 1784 ao Araújo, com as obras arrematadas em 1785 por José Ribeiro de Carvalhais, que executou também as torres, terminando esta etapa em 1793.[1][3]
Nesta altura a decoração interna já ia adiantada, tendo iniciado em 1784 com a execução de dois altares, obra de Manuel José Velasco. José Rodrigues da Silva construiu outros cinco entre 1790 e 1792, pintados e dourados por Manuel Ribeiro Rosa e José Gervásio de Sousa. Sousa também realizou a pintura da capela-mor entre 1798 e 1799, dos altares de Santo Antônio, São Benedito e Santa Ifigênia, e os painéis da sacristia entre 1792 e 1794.[1]
O adro foi construído em 1820 por Manuel Antônio Viana e José Veloso Carmo. A Igreja só foi concluída entre 1822 e 1823, quando surgiram o coro, o tapavento e as portas para a capela-mor. No século XIX foram realizados diversos reparos. Outros foram executados pela antiga Inspetoria de Monumentos Nacionais na década de 1930, instalando além disso uma grade de ferro para fechar a galilé e 40 bancos de madeira na nave, projetados por José Wasth Rodrigues.[1] O templo continua vinculado à Matriz do Pilar como uma das comunidades da paróquia da Matriz.[4]
O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e em sua análise,
Há certa controvérsia a respeito de seu estilo, sendo às vezes classificada como um edifício Rococó. John Bury, um grande estudioso da arte colonial brasileira, a considera um exemplar sui generis na arquitetura mineira, onde o Rococó veio a prevalecer, e comparando os estilos Rococó e Maneirista, disse:
Mesmo que o edifício tenha os traços do Barroco, os altares são tipicamente Rococó. A decoração interna é bastante simples mas eficiente, com altares construídos de pranchas de madeira quase despojadas de entalhes, com ornamentos providos através de pintura ilusionística.[3] Os nichos são ocupados em sua maioria por santos associados à devoção negra, como Santo Antônio da Núbia e São Benedito, cujas imagens são atribuídas, sem certeza, ao padre Antônio Félix Lisboa, meio-irmão do Aleijadinho. Também são venerados Santa Ifigênia, padroeira dos escravos, e santos pouco conhecidos, como Santo Antônio de Catingeró.[5] Há documentação que indica a confecção de cinco imagens de madeira por Manuel Dias da Silva e Sousa entre 1800 e 1801, mas não as identifica.[1]
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