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língua germânica falado no sul do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O hunsrik[4] (também conhecido como hunsrickisch[5] ou hunsrückisch[6] ou ainda hunsriqueano riograndense) é uma língua germânica, derivada do dialeto Hunsrückisch. É considerada, desde 2012, como parte integrante do patrimônio histórico e cultural do estado do Rio Grande do Sul[7] e, desde 2016, como patrimônio cultural imaterial do estado de Santa Catarina.[8] Também é considerada língua cooficial nos municípios de Antônio Carlos (SC),[9] Barão (RS),[10] Ipumirim (SC),[11] Ouro (SC),[12][13] Santa Maria do Herval (RS)[14] e São João do Oeste (SC).[15]
Hunsrik Hunsrik ou Hunsrückisch | ||
---|---|---|
Pronúncia: | hunsɾɪk | |
Outros nomes: | Riograndenser Hunsrückisch, alemão hunsriqueano, alemão rio-grandense | |
Falado(a) em: | ||
Região: | América do Sul | |
Total de falantes: | 1 225 000[1] - 3 000 000[2] | |
Família: | Indo-europeia Germânico Germânico ocidental Alto alemão Médio alemão Médio alemão ocidental Hunsriqueano Hunsrik | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | Brasil[3] | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | hrx
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Estados do Brasil com presença do hunsrik
Locais onde o hunsrik é língua cooficial
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No Brasil, o hunsrik é falado em algumas regiões dos estados de Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A lingua é falada também em algumas regiões do Nordeste da Argentina e do Sudeste do Paraguai.[16][17]
O dialeto Hunsrückisch, do qual o hunsrik derivou, tem origem nos dialetos francônio-renano e francônio-moselano falados na região do Hunsrück, às margens dos rios Reno e Mosela, no oeste da Alemanha. A Alemanha, enquanto Estado-nacional, apenas se unificou em 1871, portanto o alemão-padrão hoje existente era, até o século XIX, uma língua literária, criada por Martinho Lutero na sua famosa tradução da Bíblia. O povo alemão, no seu dia a dia, não usava o alemão-padrão para se comunicar, mas diversos dialetos regionais.[18]
Até por volta de 1800, o alemão-padrão foi principalmente uma língua escrita na Alemanha. O alemão-padrão era, muitas vezes, aprendido como língua estrangeira e tinha pronúncia incerta. Com o processo de unificação do país e com a alfabetização em massa da população, o alemão-padrão passou a ser a língua usada para os falantes de diferentes dialetos se entenderem, embora os dialetos regionais tenham-se mantido como língua do lar.[19]
Com a imigração alemã no Brasil, no decorrer dos últimos dois séculos, os dialetos alemães também vieram a se estabelecer como uma língua regional. Porém, algo curioso aconteceu: enquanto na Alemanha o alemão-padrão serviu para os falantes de diferentes dialetos poderem se comunicar, no Brasil, devido à ainda incipiente consolidação do alemão-padrão quando do início da imigração, esse papel foi desempenhado por um dialeto, o hunsriqueano.[20] Existem duas hipóteses para esse fenômeno. A primeira porque a maioria dos imigrantes teriam vindo do Hunsrück, portanto seu dialeto predominou. A segunda porque o hunsriqueano apresenta traços intermediários entre os diferentes dialetos alemães, portanto serviu como um coiné entre falantes de vários dialetos. O que se sabe é que os imigrantes alemães no Brasil eram provenientes de diversas partes da Alemanha, portanto, os brasileiros falantes de hunsriqueano não necessariamente descendem de pessoas oriundas do Hunsrück.[20]
Nessas comunidades alemãs, o dialeto hunsriqueano manteve-se, durante várias décadas, como a língua principal de comunicação. As colônias alemãs no Sul formaram-se, normalmente, em regiões de floresta despovoadas ou habitadas por índios, que foram expulsos para a chegada dos imigrantes. Devido a esse isolamento, os alemães conseguiram criar uma "ilha linguística", na qual o alemão era a língua principal, e não o português.[21] No início do século XX, havia centenas de milhares de teuto-brasileiros de segunda e de terceira geração que mal conseguiam falar o português. Essa diferenciação favorecia o sentimento de grupo minoritário, que se aliava à formação de instituições étnicas sólidas, como escolas, igrejas, associações sociais e uma imprensa em língua alemã. Todos esses elementos combinados promoviam um sentimento geral de "grupo cultural".[22]
Em 1930, havia 2.500 escolas étnicas no Brasil. Dessas, 1.579 eram de imigrantes alemães.[23] Nessas escolas, as crianças aprendiam o alemão-padrão difundido na Alemanha. Esse isolamento linguístico e cultural foi combatido de forma agressiva pelo governo nacionalista de Getúlio Vargas, por meio da campanha de nacionalização. Todas as escolas alemãs no país foram fechadas, aniquilando o meio-escolar teuto-brasileiro. O alemão-padrão aprendido na escola foi, assim, eliminado, enfraquecendo muito o uso do alemão nos centros urbanos, o qual passou a ficar limitado à zona rural. Pessoas eram hostilizadas e agredidas caso falassem alemão na rua. A polícia fiscalizava a vida privada das pessoas, invadindo as casas para queimar livros escritos em alemão, ou outras línguas que não fossem o português. Muitas pessoas foram presas pelo simples fato de falarem alemão. Em 1942, 1,5% dos habitantes de Blumenau foram encarcerados por falar alemão.[24][25][26] O fechamento das escolas fez com que as pessoas se apegassem cada vez mais ao dialeto alemão usado no dia a dia, distante do alemão-padrão.[21]
A língua possui nível cooficial em algumas cidades do Brasil, com ênfase para a oficialização e o reconhecimento dado à lingua na região Sul. No estado no Rio Grande do Sul, o Hunsrik é considerado como língua cooficial no município de Santa Maria do Herval desde 2009,[14] sendo a cidade chamada por quase toda a população local de Teewald, nome da cidade em Hunsrik.[27][28] Em 2021, devido a influência na formação histórica e cultural, o município de Barão também reconheceu o Hunsrik com língua cooficial em seu território através da Lei nº 2451.[10]
No estado de Santa Catarina, a língua é considerada cooficial no município de Antônio Carlos, desde 2010, por meio da Lei Legislativa 132/2010[29] e no município São João do Oeste desde 2016 com a publicação da Lei Nº 1685.[15] Em 2020, o município de Ipumirim também reconheceu a cooficilidade através da Lei n° 1868.[30]
Apesar de não oficializada em alguns estados e municípios, a língua também possui reconhecimento de alguns desses entes federativos no Brasil. Desde 2012, o estado do Rio Grande do Sul reconhece oficialmente a língua como parte integrante do patrimônio histórico e cultural do estado com a publicação da Lei N.º 14.061/2012.[7] Desde 2016, o estado de Santa Catarina declara a língua como patrimônio cultural imaterial do estado com a publicação da Lei Nº 16.987/2016.[8] O município de São Pedro de Alcântara também declara a língua, desde 2016, como integrante do patrimônio histórico e cultural por meio da Lei Nº 1.001/2015.[31]
A língua também é ensinada como parte do currículo obrigatório desde 2016 no município de Estância Velha, por meio de ação da Secretaria de Educação e Cultura (SEMEC) e em parceria com o município de Santa Maria do Herval.[32] Os municípios de Treze Tílias e Nova Haartz também possuem ensino do hunsriqueano brasileiro como parte do currículo escolar obrigatório e estão em processo de aprovação da cooficialização da língua nos municípios.[33]
Por não possuir inicialmente uma gramática oficial e por não ser regida por um ente centralizado, há uma pluralidadade quanto à nomenclatura utilizada para a língua. Adriano Steffler desenvolveu uma “Gramática do Hunsriqueano”, um “Dicionário do Hunsriqueano” e uma forma própria do alfabeto latino com 45 letras das quais 25 são tradicionais do alfabeto (porém, sem Q) e as demais 20 são outras letras não tradicionais do mesmo alfabeto e também do Cirílico, Armênio, Copta, e do Grego.[34] A gramática desenvolvida por esse projeto não é aplicada atualmente em nenhum método de ensino ou iniciativa governamental, porém é tida como um dos primeiros esforços de padronização da língua.
Atualmente, a língua possui três propostas de codificação. A primeira, da Sociedade Internacional de Linguística, é liderada pela professora e doutora Ursula Wiesemann e possui uma aproximação mais voltada à escrita utilizada naturalmente por seus falantes nativos em ações cotidianas, como a interação interpessoal e a utilização de redes sociais. Com forte influência do alfabeto latim utilizado no português, possui o nome nativo de Hunsrik, com o objetivo de distinguí-la como língua germânica única e não apenas como um dialeto da lingua alemã.[35] Esta codificação é aplicada no ensino das escolas municipais de Santa Maria do Herval, Estância Velha e Nova Hartz, bem como em outros municípios do Rio Grande do Sul.[4] O nome hunsrik também pode ser utilizado de forma oficial para se referir à língua no português, sendo chamada oficialmente de "Lingua Hunsrik" pela maioria dos entes federativos que a reconhecem no Brasil.[7][14][31] Exemplo da escrita com a ortografía da Linguísta Alemã Úrsula Wiesemann. A grafia traduzida para o português como "hunsrisqueano brasileiro" também é aceita pelo projeto, porém a preferência é pelo uso da anterior por gerar uma diferenciação mais clara da língua. Esta forma de escrita e a nomenclatura Hunsrik para o idioma tem sido amplamente utilizada por entidades civís, educacionais e religiosas no Brasil. Além disso, é a forma padrão de escrita e nomenclatura adotada no ensino do idioma em várias cidades onde o Hunsrik se tornou uma das línguas oficiais.
O segundo projeto de codificação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é liderado pelo doutor e professor Cléo Vilson Altenhofen e possui uma aproximação mais unionista com a língua alemã, caracterizando-se pela preservação da escrita do dialeto alemão hunsrückisch com poucas variações.[36] Altenhoffen, também diz que 'o ensino de Hunsrückisch na escola é um tema complexo e depende da mobilização da comunidade (local e escolar) ... Mais preciso é, ao meu ver, defender que a “língua do aluno” merece e necessita de um espaço na escola'. Este projeto preconiza a grafia Hunsrückisch para se referir ao dialeto em sua forma nativa,[6] sendo Hunsrickisch uma alternativa como forma de ressaltar a pronúncia da palavra. Ao mesmo tempo, o projeto declara que se refere à mesma língua denotada por Hunsrik em outros projetos e também a aceita como grafia.[37] O termo Hunsrückisch também é utilizado oficialmente em declarações de alguns entes federativos.[8][29] Para diferenciar o dialeto usado no Brasil daquele usado na Alemanha, Altenhofen denominou o dialeto brasileiro de Riograndenser Hunsrückisch (com referência ao estado do Rio Grande do Sul), ou hunsriqueano rio-grandense em português. Essa nomenclatura, porém, sofre críticas de outros estudiosos, uma vez que também há quantidades consideráveis de falantes nativos em outros estados brasileiros, bem como em outros países.[38]
O terceiro projeto de codificação é liderado por Piter Kehoma Boll, nativo em Hunsrik, mestre em biologia e autodidata em linguística[39], é também muito próximo à codificação padrão da língua alemã e consiste na correção de problemas identificados em ambas codificações apresentadas anteriormente.[40] Este projeto visa desenvolver uma ortografia própria mas também etimologicamente consistente do hunsrik, podendo ser utilizada por qualquer falante nativo de hunsrik, baseando-se nas formas em que estes o escreviam/escrevem e na codificação padrão da língua alemã, com adaptações. Piter costuma apresenta os termos Hunsriqueano (Riograndense), Hunsrückisch e Deitsch para a nomenclatura da língua[41]. Este projeto é também um dos que contém o maior número de informações públicas e facilmente acessíveis acerca do ensino da língua.[41][42]
Atualmente, a UNESCO utiliza oficialmente a grafia Hunsrik para se referir à língua em sua forma nativa, oficializada com esse nome após estudos da Ethnologue, ente de caráter consultivo oficial do organismo internacional e que tem suas publicações lideradas pela Sociedade Internacional de Linguística. A grafia Hunsrik também é utilizada pela Glottolog em sua base de dados bibliográfica das línguas menos conhecidas do mundo,[43] catálogo do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva. Outros órgãos internacionais que utilizam esta grafia nativa no reconhecimento do Hunsrik como língua são o Open Language Archives Community (OLAC) da Universidade da Pensilvânia e a Organização Internacional de Normalização, este último atribui o código hrx como ISO 639-3 para a Lingua Hunsrik.[44][45] Em alguns municípios da região metropolitana de Porto Alegre, a língua também é chamada de Deitsch (Altenhofen) ou Taytx (Wiesemann), em uma clara referência às suas raízes no alemão padrão.[46]
O hunsrik é uma língua que está em contato com o português brasileiro ocorrendo um fenômeno chamado de diglossia, o que faz com que esta língua tenha influências do português e vice-versa.
Segue abaixo uma tabela com os fonemas das consoantes do dialeto. Os fonemas apresentados entre parêntesis não são nativos, mas oriundos de empréstimos linguísticos.[47][48]
Quanto ao sistema vocálico do hunsrik, assim como em outras línguas germânicas, existe distinção entre vogais tensas e lassas, mas não possui as vogais anteriores arredondadas do alemão padrão /yː/, /ʏ/, /øː/ e /œ/. Segue abaixo uma tabela com os fonemas vocálicos.[48][49]
Anterior | Central | Posterior | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Curta | Longa | Curta | Longa | Curta | Longa | |
Fechada | i | iː | u | uː | ||
Semifechada | e | eː | o | oː | ||
Média | ə | |||||
Semiaberta | ɛ | ɛː | ɔ | ɔː | ||
Aberta | a | (aː) |
Os ditongos fonêmicos do dialeto são /aɪ̯, ɔɪ̯, oɪ̯, uɪ̯, aʊ̯/.[48][50]
Anterior | Quase anterior | Central | Quase posterior | Posterior | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Curta | Longa | Curta | Longa | Curta | Longa | Curta | Longa | Curta | Longa | |
Fechada | i | iː | ||||||||
Quase fechada | ɪ | ɪː | ʊ | ʊː | ||||||
Semifechada | e | eː | o | oː | ||||||
Média | ə | |||||||||
Semiaberta | ɛ | ɛː | ɞ | ɔ | ɔː | |||||
Quase aberta | ɐ | |||||||||
Aberta | a | aː | ɒ | ɒː |
Labial | Coronal | Dorsal | Glotal | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Bilabial | Labiodental | Alveolar | Pós-alveolar | Palatal | Velar | ||
Oclusiva | p b | t d | k g | ʔ | |||
Nasal | m | n | ɲ | ŋ | |||
Fricativa | f v | s z | ʃ ʒ | ç ʝ | x ɣ | h ɦ | |
Africada | t͡ʃ | ||||||
Vibrante simples | ɾ | ||||||
Aproximante | ʋ | j | w | ||||
Lateral | l | ʎ |
Assim como o alemão padrão, o hunsrik possui três gêneros: masculino (männlich), feminino (weiblich) e neutro (sechlich).
Diferente do português, onde a maioria dos substantivos terminados em -o é masculina e terminados em -a é feminina, um padrão assim não pode ser percebido em hunsrik. A única maneira segura de identificar o gênero de um substantivo é através do artigo que o acompanha, da mesma maneira como ocorre no alemão padrão.
de Mann /tə man/ – o homem
de Hund /tə hunt/ – o cão
de Leffel /tə ˈlefl̩/ – a colher
die Fraa /ti fɾɔː/ – a mulher
die Katz /ti kʰat͡s/ – o gato
die Gawel /ti ˈkaʊ̯l̩/ – o garfo
das Kind /tas kʰint/ – a criança
das Schof /tas ʃoːf/ – a ovelha
das Messer /tas ˈmesa/ – a faca
Diferente do artigo definido, que possui uma forma para cada gênero, para o artigo indefinido, as três formas a princípio são iguais:
Quando enfatizado, sua pronúncia torna-se /eːn/:
Assim como no alemão, os três gêneros do hunsrik são indistintos, comportando-se como se fossem um gênero só. O artigo definido do plural é die.
Devido a isso, quando levamos em conta questões de declinação, podemos considerar o hunsrik como apresentando quatro gêneros: masculino, feminino, neutro e plural.
A regra para passar um substantivo do singular para o plural é: caos, não há uma regra específica!
Sim, é similar ao que vemos com o alemão. Não existe nenhuma maneira de saber ao certo, apenas pela palavra, como sua forma no plural será. Mesmo assim, veremos os tipos de mudanças que podem acontecer:
1. Não ocorre mudança: a forma no singular e no plural é a mesma. Essa (falta de) mudança é comum em substantivos masculinos e neutros e praticamente inexistente em substantivos femininos:
2. Acrescenta-se uma terminação -e. Essa mudança é comum em substantivos femininos, sendo na verdade a regra para a grande maioria deles, e é pouco frequente em substantivos masculinos e neutros, mas não completamente inexistente:
Obs.: Se a palavra terminar em -er ou -el precedido de qualquer letra que não E ou I, o acréscimo do -e final remove o -e anterior:
3. Acrescenta-se uma terminação -er. Essa mudança é encontrada somente em substantivos neutros.
4. Ocorre o fenômeno de Umlaut: a vogal na raiz da palavra é alterada para uma vogal anterior. Se a vogal for O, vai sempre ser alterada para E; se for U, sempre para I… Agora se ela for A, pode se tornar E ou Ä, sendo que Ä ocorre caso o A seja seguido de um R mudo… O ditongo AU também muda para EI. Não ocorre em substantivos neutros.
5. Umlaut + acréscimo de -er. É comum em substantivos masculinos e neutros e não ocorre em femininos. de Mann > die Menner (homem, homens)
6. Acrésimo de -s em algumas palavras emprestadas do português ou outras línguas.
7. A terminação -a é trocada por -e. É rara.
Algumas palavras possuem mais de uma forma possível para o plural, sendo uma mais conservadora, mas menos frequente, e outra mais comum. Exemplos:
Existem também alguns poucos plurais irregulares. As palavras mais comuns que os apresentam são:
Em vista das diferenças entre o dialeto falado na Europa e o que é praticado no sul do Brasil, em 1996, Cléo Altenhofen cunhou o termo Riograndenser Hunsrückisch[53] para a versão usada no Rio Grande do Sul. Obviamente a forma brasileira do dialeto foi muito influenciada pelas novas fauna, flora e pelo novo idioma nacional no qual foi inserida. Muito embora em menor escala, direta ou indiretamente, o hunsriqueano também foi influenciado por outros idiomas minoritários presentes a seu redor (i.e. Talian, em situações de convivência, mbyá-guaraní através do português, etc.). O fato de o hunsriqueano ter surgido numa região da fronteira da Alemanha com a França, ao se analisar cuidadosamente o seu vocabulário (por exemplo, palavras como pêssego, envelope, retorno), pode-se perceber que o dialeto sofreu influência também da língua francesa.
Não existem estatísticas precisas quanto ao número de pessoas que consideram o hunsriqueano sua língua materna ou que são fluentes ou mesmo que conseguem se comunicar nessa língua em algum grau de fluência, mas as estimativas estão na casa dos milhões. Note-se que a vasta maioria dos falantes do hunsriqueano no Brasil é fluente em português, devido a isso, em muitos casos, o hunsriqueano não costuma ser utilizado fora do lar ou fora de suas comunidades.
Foi declarado patrimônio línguístico do Rio Grande do Sul.[54][55] É a língua co-oficial do município de Antônio Carlos (em Santa Catarina),[56] e está atualmente em fase de oficialização em Santa Maria do Herval (no Rio Grande do Sul).[57][58]
Ao longo dos anos, principalmente após o trabalho feito pela Linguísta Alemã Úrsula Wiesemann, o idioma Hunsrik tem tido um florecimento no que tange a obras impressas, como livros, revistas, websites e artigos de jornal. As primeiras obras literárias valiam-se de uma grafia e gramática, geralmente baseada no Alemão Padrão. Nos últimos 10 anos, porém, com a padronização da grafia, novas e importantes obras tem surgido.
Todos seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem agir uns em relação aos outros num espírito de fraternidade. (Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos)
In’ən ɑɑriψэ hajzэ sωmȓ vɑɑ’n tiiʋэ sump aws-gэtrugənt, ʊn’i froӡэ vu pis tan in’əm trɛn gэvoont gэhat harэ, mustэ fa’n anȓ voon-plats hin-maϫэ. Tswɑɑj fωn tɛnэ sɛn iviч yyrэ lɑɑʋэraaj ɑn’ən tiiʋэ prunэ hin-cωm, vu nωx vazȓ trɛn-vɑɑ. “Oo! Kuk mo tωt!”, hot’ti een gэruuf. “Favas solэ’ma vajdȓ-keen? Vωm’ma hiirɛn-hupsэ!” “Vɑɑt mo!”, hot’ti anȓ gэanʋot. “Rɛn-cωmэ is vɛrkliч ωntliч lajчt, ava vɛn’dэ prunэ ɑɑx aws-trugənt, vi vils’tэ’n nωmo raws-cωmэ?” Vas’ta hajt heləft, can’da mojэ ʃɑɑdэ-tuun, todэveeψэ tɛŋk trivanoo, eps’tэ vas miчst.[60]
Alemão Padrão
Zwei Frösche
In einem außerordentlich heißen Sommer war ein tiefer Sumpf ausgetrocknet und die Frösche, die bisherigen Bewohner desselben, mußten sich nach einem andern Wohnort umsehen. Zwei derselben kamen auf ihrer Wanderschaft zu einem tiefen Brunnen, worin es noch Wasser gab. »Ei! Sieh da!« rief der eine. »Warum wollen wir weitergehen? Laß uns hier hinunterhüpfen!« »Halt!« antwortete der andere, »das Hinunterkommen ist zwar ganz leicht, aber wenn auch der Brunnen eintrocknet, wie willst du dann wieder herauskommen?« Was dir heute nutzt, das kann dir morgen schaden, darum denke nach, bevor du handelst.
Português
Os dois sapos
Dois sapos moravam na mesma piscina. Quando a piscina secou sob o calor do verão, eles saíram e partiram juntos para outra casa. À medida que avançavam, passavam por um poço profundo, cheio de água, e quando o viram, um dos Sapos disse ao outro: "Vamos descer e fazer a nossa morada neste poço: ele nos fornecerá abrigo E comida. "O outro respondeu com maior cautela:" Mas suponha que a água nos falhe. Como podemos sair de tão grande profundidade? "Não faça nada sem uma consideração pelas consequências.[61]
Aibi m. (Pomerode)
Aipi m. (Santa Catarina)
alles gut? oder alles Gute? interrog. (Süd-Brasilien)
Aviong [ɑˈvjɔŋ] subst. (Süd-Brasilien)
Balaie f. (Santa Catarina)
Barranke f. (Santa Catarina)
Barrankenhucker m. (Santa Catarina)
bass adv. u. adj. (Santa Catarina)
Bast subst. (Pomerode)
Bischo subst. (Santa Catarina)
Bischopulver s. (Santa Catarina)
Blauer m. (Santa Catarina)
botschen v. (Santa Catarina)
brigen [ˈbriʒən] v. (Süd-Brasilien)
Buger subst. (Santa Catarina)
Cachaça [kaˈʃasa] subst. (Santa Catarina)
Canecachen subst. (Süd-Brasilien)
capienen [kaˈpi:nən] v. (Santa Catarina)
chegen [ˈʃeʒən] v. (Süd-Brasilien)
Chimia [ʃiˈmi.a] s. (Süd-Brasilien)
Churrasco [ʃuˈrasko] subst. (Santa Catarina)
chuven [ˈʃuvən] v. (Süd-Brasilien)
Cuca m. (Süd-Brasilien)
das pron. impers. (Batinga)
Delecoda Delegado
Domingueira oder Domingeira [dominˈgɛɾa] subst. (Santa Catarina)
Fakong [faˈkɔŋ] subst. (Süd-Brasilien)
Fleischtag m. (Süd-Brasilien)
Foiça [ˈfɔʏ̯sa] f. (Santa Catarina)
foiçen [ˈfɔʏ̯sən] v. (Santa Catarina)
Goud oder Goudu subst. (Süd-Brasilien)
Guri oder Gurie subst. (Süd-Brasilien)
Hefami w. (Süd-Brasilien)
Janela [ʒaˈnɛla] w. (Süd-Brasilien)
Kabokler m. (Santa Catarina)
Kamion [kaˈmjɔŋ] oder Kamiong subst. (Süd-Brasilien)
Kerb w. (Süd-Brasilien)
Kuje m. (Santa Catarina)
lembrieren
Lóde/Laade m. (Batinga)
Luftschiff s. (Süd-Brasilien)
Makake oder Miko m. (Santa Catarina)
Mato m. (Santa Catarina)
Milhe subst. (Süd-Brasilien)
Milhebrot [mi(l)jɛˈbrot] oder Michabrot [miçaˈbrot], (selten) [mixaˈbrot] subst. (Süd-Brasilien)
Milhobrot [miljoˈbrot] subst. (Süd-Brasilien)
mit präp. (Süd-Brasilien)
namorieren v. (Süd-Brasilien)
Pale subst. (Süd-Brasilien)
Phätr subst. (Süd-Brasilien)
Potrier oder Potreer m. (Süd-Brasilien)
Rancho [ˈranʃo] m. (Santa Catarina)
Rappelschwanz m. (Santa Catarina)
rehnen oder rinnen v. (Batinga)
respondieren
Roça [ˈrɔsa] oder Rossa f. (Santa Catarina)
Scharke subst. (Santa Catarina)
Schuhloja [ʃuˈlɔʒa] subst. (Süd-Brasilien)
sentachen [sɛnˈtaçən] v. (Rio Grande do Sul)
Sindikat
Vergaffen s. (Süd-Brasilien)
Wald m. (Santa Catarina)
Wende f. (Santa Catarina)
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