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jornalista, crítico literário, ensaísta, historiador e professor universitário português (1887-1975) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Hernâni António Cidade ComSE • GOSE • GCSE (Redondo, Redondo, 7 de fevereiro de 1887 — Évora, 2 de janeiro de 1975) foi um professor, ensaísta, historiador e crítico literário português.
Hernâni Cidade | |
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Nome completo | Hernâni António Cidade |
Nascimento | 7 de fevereiro de 1887 Redondo, Redondo |
Morte | 2 de janeiro de 1975 (87 anos) Évora |
Residência | Rua da Quintinha, Lisboa |
Nacionalidade | Português |
Prêmios | Comendador, Grande-Oficial e Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada |
Magnum opus | Padre António Vieira - A Obra e o Homem |
Assinatura | |
Filho de António Bernardino Cidade, abegão, e de sua mulher Genoveva da Purificação Madeira, parente distante de São João de Deus, ambos naturais de Redondo, Hernâni Cidade nasceu a 7 de fevereiro de 1887 em Redondo, tendo sido batizado na freguesia de Redondo a 20 de fevereiro de 1887, com o nome de Ernando. Contudo, após autorização do arcebispo de Évora, foi efetuada a retificação do registo de batismo a 5 de julho de 1900, passando a constar o nome Ernâni.[1]
Estudou no Seminário de Évora, onde concluiu o curso de Teologia[2], no termo da qual declinou o convite para prosseguir os seus estudos na Universidade Gregoriana e abraçar a carreira eclesiástica. Inscreveu-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, custeando os seus estudos como prefeito no Colégio Calipolense e explicador particular. Terminado o curso, foi professor extranumerário no Liceu Passos Manuel e, a partir de 1914, professor efectivo do Liceu de Leiria, ensinando as disciplinas de Língua e Literatura Portuguesa.[3]
Em 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra, foi mobilizado para o Corpo Expedicionário Português e enviado como comandante de pelotão para a frente da batalha, na Flandres. Ali revelou, em várias ocasiões, a sua bravura no resgate de soldados de ambas as forças em combate. Na Batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918, foi feito prisioneiro pelas forças alemãs, tendo permanecido em cativeiro cerca de nove meses. No campo dos oficiais prisioneiros, prosseguiu o estudo da língua alemã e organizou conferências literárias aos domingos, a primeira das quais foi "Camões, poeta europeu". Viria a ser-lhe atribuída a Cruz de Guerra.[4].
Regressado a Portugal, em 1919 foi convidado para lecionar na recém-criada Faculdade de Letras do Porto como professor contratado do 2.º Grupo (Filologia Românica). Ascenderia, mais tarde, a professor ordinário e, por fim, a professor catedrático, regendo as cadeiras de Língua e Literatura Francesa, Língua e Literatura Portuguesa, Gramática Comparada das Línguas Românicas, História da Literatura Italiana, Filologia Românica, Filologia Portuguesa e História da Literatura Portuguesa. A 19 de Abril de 1926, foi-lhe outorgado pelo Conselho Escolar da mesma faculdade o grau de Doutor em Letras – Filologia Românica. Após a extinção da Faculdade de Letras do Porto, decretada pela Ditadura Militar em 1928, lecionou no Liceu Rodrigues de Freitas no Porto, tendo em 1931 transitado para a Faculdade de Letras de Lisboa, após aprovação em concurso público com a dissertação "A obra poética do Dr. José Anastácio da Cunha".[3]
Em Lisboa, participou em alguns movimentos de oposição ao Estado Novo até meados da década de 1930, mas viu-se obrigado a abandonar a actividade política sob pena de expulsão da Universidade de Lisboa. Chegou a estar incluído na lista dos professores universitários demitidos em 1935, mas a intercessão do ex-ministro da Instrução Gustavo Cordeiro Ramos junto do ditador Salazar evitou a sua expulsão.[5]
Além da sua actividade docente regular, dedicou-se a uma extensa produção cultural e científica nos domínios da Literatura e da Cultura Portuguesa, publicando vasta obra e ministrando cursos e participando em conferências em diversas universidades brasileiras, espanholas, francesas e inglesas. Foi colaborador da História de Portugal dirigida por Damião Peres, da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e do Dicionário das Literaturas Portuguesa, Galega e Brasileira, das revistas A Águia, Seara Nova, O Instituto, Biblos, Ocidente, Revista dos Centenários, Litoral, da revista luso-brasileira Atlântico, bem como das revistas das faculdades de Letras de Lisboa e do Porto. Colaborou nos jornais O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, Diário de Notícias e pertenceu ao conselho diretivo do Diário Liberal (1932-1934). Foi cofundador da revista Colóquio - Revista de Artes e Letras (1959-1970), de que foi diretor da secção literária, e da revista Colóquio/Letras, de que foi diretor de 1971 até à sua morte em 1975, ambas editadas pela Fundação Calouste Gulbenkian.[2]
Foi jubilado como professor catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, em 1957.
Casou civilmente no Porto, a 1 de julho de 1920, com Aida Feio de Oliveira Tâmega, então de 30 anos, natural do Porto (freguesia de Bonfim), filha de Manuel José de Oliveira Tâmega e de Carolina Gomes de Oliveira Tâmega. Aida Tâmega faleceu a 28 de agosto de 1963, no Rio de Janeiro, Brasil. Deste casamento nasceu Helena Cidade Moura.[1]
Em 1956, foi agraciado pela República Francesa com a Legião de Honra.[5]
A 16 de Julho de 1958 foi feito Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico, tendo sido elevado a Grande-Oficial da mesma Ordem a 2 de Julho de 1969 e a Grã-Cruz da mesma Ordem a 4 de Julho de 1973.[6]
Tem uma biblioteca e uma escola básica e secundária com o seu nome no Redondo.
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