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Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo e Souza, ou simplesmente Guiomar de Grammont (Ouro Preto, 3 de outubro de 1963) é uma escritora, editora, curadora, dramaturga, historiadora, filósofa e professora universitária brasileira.[1][2][3][4]
Guiomar de Grammont | |
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Guiomar de Grammont, Feira do Livro de Frankfurt (2022) | |
Nome completo | Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo e Souza |
Nascimento | 3 de outubro de 1963 (60 anos) Ouro Preto |
Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Escritora, editora, curadora, dramaturga, historiadora e filósofa |
Principais trabalhos | Palavras cruzadas (2015) |
Prémios | Prêmio Casa de las Américas (1993) Prêmio literário do PEN Clube do Brasil (2016) |
É professora titular e foi diretora por dois mandatos do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto. É criadora do Fórum das Letras, evento literário da Universidade Federal de Ouro Preto em Minas Gerais.[2][3][5]
Foi curadora da Homenagem ao Brasil no Salão do Livro de Paris em 2015 e editora executiva da Editora Record, entre 2012 e 2013.
Embora tenha nascido em Ouro Preto, cidade que colaborou para projetá-la como grande nome, chegou a viver em Brasília e em Goiás, terra natal do pai. Sua família paterna tinha costumes mais liberais e com forte pendor intelectual, em contraste com a comedida e religiosa família materna.[6]
É uma dos seis filhos do pai que fora estudante de Engenharia na Escola de Minas[6] e vítima da ditadura militar, cuja execução lembra à de Vladimir Herzog.[6]
Entre idas e vindas a Ouro Preto, a família se fixou definitivamente na cidade natal da escritora, onde ela estudou no católico Colégio Arquidiocesano e aos 16 anos ficou grávida de Raíssa de sua união com Paulo, estudante de Engenharia, assim como o pai dela, e professor de Química no mesmo colégio da juventude.[6]
Aprovada no vestibular em 1981, ingressou na primeira turma de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto.[6] Continuou na cidade de origem na década de 80 lecionando em escolas das redes pública e privada.[7] Em 1983, nasce Maíra, sua segunda filha.[6] No início da década seguinte, passou a dar aulas em uma faculdade privada de Governador Valadares, período no qual teve Pedro, o terceiro filho.[6]
Em 1993, retorna a Ouro Preto para lecionar no Instituto de Arte e Cultura, onde havia obtido a especialização em Cultura e Arte Barroca e foi efetiva em 1995 mediante concurso público.[6] A ligação com a instituição gerou muitos eventos e colóquios.[6]
Em 1998, obtém o mestrado em Filosofia, após a aprovação de sua dissertação, Figuras Estéticas de Kierkegaard: a sensualidade do Don Juan, a dúvida de Fausto e o desespero do Judeu Errante, defendida na Universidade Federal de Minas Gerais.[6] Contou com orientação de Alvaro Luiz Montenegro Valls.
Entre 1999 e 2000, estagiou na École des hautes études en sciences sociales, em Paris, onde foi orientada pelo professor Roger Chartier[7] e conheceu o amigo Rui Tavares.[6] Retornou em 2007, onde foi professora visitante.[3] Entre novembro de 1999 e fevereiro de 2000, foi organizadora do colóquio Autour du Brésil Baroque, na Embaixada do Brasil em Paris, durante a exposição Brésil Baroque : Entre Ciel et Terre realizada no museu do Petit Palais.[3]
Concluiu em 2002 o doutorado em Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo sob orientação de João Adolfo Hansen.[2][7] Sua tese Aleijadinho e o Aeroplano: o paraíso barroco e construção do herói colonial, tornou-se livro, publicado em 2008 pela Civilização Brasileira.
Foi coordenadora do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana de 2004 a 2007.[3]
É idealizadora e organizadora do Fórum das Letras, realizado em Ouro Preto desde 2004, que ganhou "a dimensão de uma importante plataforma de lançamento de novas ideias, sintonizada com a mudança de fisionomia do panorama literário",[8] e curadora da Bienal do Livro de Minas Gerais, realizada em Belo Horizonte,[9] sem deixar o alcance popular.[4]
Em 2007, foi a curadora do Café Literário da Bienal do Rio de Janeiro.[10] Também foi curadora da Bienal da Bahia.[3] Em 2008 e 2009, realizou, com Inês Pedrosa, o Letras em Lisboa, um encontro de escritores lusófonos, versão portuguesa do fórum realizado em Ouro Preto.[11][12] Em 2009, também foi curadora da parte brasileira do Salão do Livro Latino-Americano de Paris.
Em 2012, passou a comandar o Departamento de Literatura da editora Record, o que quase deixou Ouro Preto sem o fórum anual.[4]
Como escritora, é contista, cuja produção é baseada no "limite de prosa e poesia", ou seja, na "síntese poética ela procura configurar a intensidade da experiência de suas personagens".[13]
O livro Aleijadinho e o aeroplano, baseado em sua tese de doutorado defendida na USP, "caiu como uma bomba em território mineiro" pelo teor revisionista e crítico à mistificação de Aleijadinho. Desde o lançamento passou a enfrentar "olhares oblíquos de críticos e colecionadores que, de uma hora para outra, viram cair por terra seu herói colonial disforme".[14] O livro foi classificado por João Adolfo Hansen como "irônico, inteligente e corajoso".[15]
Foi semifinalista no 2° Festival de Novos Humoristas da ABN.[1]
Recebeu em 1993 o Prêmio Casa de las Américas, em Cuba, pelo livro O fruto do vosso ventre[7] em banca formada pelos célebres críticos literários Davi Arrigucci Júnior e Silviano Santiago.[6]
Foi finalista com A casa dos espelhos em 1995 no prêmio Cidade de Belo Horizonte em 1995.[7]
Em 2008, foi finalista no Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, que homenageia brasileiros que contribuíram para mudar o país, na categoria Prosa & Verso.[16]
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