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Os galegos são um grupo nacional, cultural e etnolinguístico que habitam primariamente a Galiza, região espanhola no noroeste da Península Ibérica. Sua língua nativa e histórica é o galego, mas o castelhano é a língua mais amplamente utilizada.
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Galego |
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População total |
Espanha 3 111 677 Argentina 118 085-1 000 000 Venezuela 33 443 Brasil 29 601-7 000 000 Suíça 29 075 Uruguai 28 470 França 16 026 Alemanha 13 254 Cuba 11 114 Reino Unido 10 051 Estados Unidos 9 482 México 7 741-4 000 000 Outros países 158 203 |
Regiões com população significativa |
Línguas |
galego •castelhano |
Religiões |
Catolicismo • ateísmo• agnosticismo • outras |
Grupos étnicos relacionados |
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A Comunidade Autónoma da Galiza, um conceito estabelecido na Constituição espanhola de 1978, é composta por quatro províncias: Corunha (em língua galega e oficialmente A Coruña,[1] em reintegrado A Corunha ou Corunha,[2] em castelhano La Coruña), Lugo, Ourense (em galego e oficialmente Ourense,[1] em reintegrado Ourense, em castelhano Orense) e Pontevedra.
No Estatuto de Autonomia da Galiza de 1981 é reconhecida nacionalidade histórica. Na Sociedade das Nações foi reconhecida nacionalidade europeia em 1933.[3]
Outras áreas de língua galega estão localizadas nas províncias espanholas de Leão e Zamora nas comunidades autónomas de Castela e Leão, das Astúrias e da Estremadura (xalimego).
O organismo estatístico regional da Galiza é o Instituto Galego de Estatística (IGE). Segundo o grupo, em 2008 a população total foi de 2 783 000. As línguas oficiais são o galego e o espanhol. O conhecimento da língua espanhola é obrigatório de acordo com a constituição espanhola e praticamente universal.[4] Quanto ao uso do galego, após muitos anos de declínio. Atualmente, aproximadamente 82% da população da Galiza fala galego e cerca de 61% da população tem-no como língua materna.
De raízes célticas, a cultura galega é rica e remonta à época pré-romana. Na Galiza, aproximadamente a metade dos topónimos não latinos transmitidos desde a antiguidade nas obras dos autores e geógrafos clássicos (Pompónio Mela, Plínio, Ptolemeu, etc.), ou nas inscrições epigráficas romanas, resultaram ser de origem celta.[5][6] Há historiadores que, sem negar essas raízes culturais, acreditam que foram usadas politicamente para afirmar as realidades nacionais da Galiza e de Portugal, em particular no século XIX.[7]
De qualquer forma, "celta" é um termo polissêmico como "latino" pode ser, e os laços entre Galiza e Irlanda foram historicamente destacados pela cultura irlandesa, desde o Lebor Gabála Érenn até as peregrinações do St. James Gate em Dublin ou o exílio após a Fuga dos Condes no século XVI.[8][9] Santiago tornou-se, segundo o Bispo Thomas Strong (tio de Thomas White, fundador do Colégio dos Irlandeses de Compostela) a "verdadeira capital do povo irlandês no exílio".[10] Dois séculos mais tarde, esta tradição influiu no Rexurdimento e levou à consideração do mito fundador por vários intelectuais galegos (Vicetto, Murguía etc.) e a sua inclusão no hino Os Pinos de Pascual Veiga e Pondal.[11]
A similaridade entre as culturas portuguesa e do noroeste da Espanha é marcante e perceptível, a ponto de muitos estudiosos não identificarem uma divisão nítida entre os dois povos irmãos. No que tange ao idioma, por exemplo, sabe-se que as línguas portuguesa e galega compartilham uma origem comum relativamente recente no galego-português e muitos linguistas ainda consideram o galego e o português contemporâneos como dois dialetos de uma mesma língua, corrente na qual se insere o movimento reintegracionista.[12][13]
Com base em tais semelhanças, as relações culturais entre Portugal e a Galiza têm-se vindo a fortalecer nos últimos anos e este movimento histórico de reaproximação já produz frutos concretos, refletindo-se nomeadamente no reconhecimento por parte da UE do Patrimônio Imaterial Galego-Português.
Entretanto vertentes mais ortodoxas e tradicionais, as quais afirmam que o galego é um idioma mais antigo que o português, têm uma postura diferente, considerando que o português é uma mistura do galaico-português medieval, miscigenado aos dialectos árabes que se usavam no território português ao sul da Península Ibérica, e portanto, idioma de mesma raiz, mas distinto do galego.
Como outras regiões da Espanha, a Galiza tem sido um paradigma da emigração em massa. A emigração galega foi notável para outras partes do país, Portugal, resto da Europa e América do Sul. Ao contrário de outras regiões espanholas (País Basco e Catalunha) — mais ricas e urbanizadas —, a Galiza manteve-se relativamente fraca, dominada pela agricultura e vilas rurais. Além do mais, o seu setor agrícola continua a ser um dos mais atrasados em Espanha. Por essas e outras razões, a Galiza era um exportador de mão de obra para o resto da Espanha. Entre 1900 e 1981, a saída líquida de pessoas da Galiza foi mais do que 825 000 pessoas. Na realidade, a cidade com o segundo maior número de população galega é Buenos Aires, na Argentina, onde imigração da Galiza era tão maciça que todos os espanhóis são agora conhecidos como gallegos (em espanhol, galegos). Durante o governo de Franco houve uma nova onda de emigração da Galiza a outros países europeus, nomeadamente França, Suíça e Reino Unido.
Estima-se que haja, atualmente, cerca de 10 milhões de descendentes ao redor do mundo.
O gentílico "galego" é atribuído em certas regiões brasileiras a pessoas brancas de cabelos e olhos claros,[14] e na Galiza há de facto uma percentagem de louros algo maior por causas históricas. Também houve uma grande mestiçagem dos descendentes de galegos no Brasil e outros países do mundo.
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