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Elgiva (em inglês antigo: Ælfgifu); fl. ca. 970 - 1002) foi a primeira esposa de Etelredo, o Despreparado (r. 968–1016) com que teve muitos filhos, incluindo Edmundo Braço de Ferro (r. 1016). Provavelmente era filha de Toredo, conde do sul da Nortúmbria.
Elgiva de Iorque | |
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Rainha consorte da Inglaterra | |
Reinado | Anos 980 — 1002 |
Antecessor(a) | Elfrida |
Sucessor(a) | Ema |
Morte | 1002 |
Cônjuge | Etelredo II |
Descendência | Etelstano Atelingo Egberto |
Casa | da Saxônia Ocidental |
Pai | Toredo |
Seu nome e parentela não aparecem nas fontes até após a conquista normanda. O primeiro a dar informação, Sucardo, descreve-a meramente como "de estirpe inglesa muito nobre" (ex nobilioribus Anglis), sem nomeá-la,[1] enquanto no começo do século XII, Guilherme de Malmesbúria relata nada. Toda informação vem de dois historiadores anglo-normandos. João de Worcester, também escrevendo no século XII, afirma que a primeira esposa de Etelredo era Elgiva, filha do nobre Etelberto (comes Agelberhtus) e mãe de Edmundo, Etelstano, Eduíno e Edgida.[2] Escrevendo nos anos 1150, Elredo de Rievaulx identifica-a como filha do conde Toredo e a mãe de Edmundo, embora não forneça nome algum. Elredo era senescal na corte do rei Davi I da Escócia (r. 1124–1150), cuja mãe Margarida descendia do rei Etelredo e sua primeira esposa. Embora seu testemunho é tardio, sua proximidade à família real pode tê-lo dado acesso a informação genuína.[3]
Os dois relatos são irreconciliáveis ao descrever dois pais diferentes à primeira esposa de Etelredo (em ambos, era mãe de Edmundo). Um meio de sanar a questão é pensar que houve duas esposas antes da chegada de Ema, a esposa normanda de Etelredo, mas a interpretação apresenta dificuldades, especialmente porque as fontes indicam apenas uma mulher.[4] Os historiadores consideram no geral que a visão dada por João de Worcester sobre seu pai era um erro, pois há suspeita da existência de Etelberto:[3][5][6] se o latim conde deve ser tido como glossa ao ofício de ealdormano, apenas duas referências duvidosas a um ou dois duques (ealdormanos) de tal nome podem ser colocadas para se encaixar na descrição.[a] As evidências combinadas sugerem que a primeira esposa de Etelredo era Elgiva, filha de Toredo. Esse magnata provavelmente era o Toredo filho de Gunar e conde do sul da Nortúmbria.[7]
Com base nas carreiras de seus filhos, seu casamento foi datado em meados dos anos 980.[7] Ao consider a autoridade de Toredo como conde de Iorque e aparentemente, o mandado naquele ofício sem nomeação real, a união teria significado um importante passo à família real dos saxões ocidentais no sentido de assegurar um ponto de apoio no norte.[8] Tal união política ajudaria a explicar as íntimas conexões mantidas pelos filhos mais velhos de Elgiva, Edmundo e Etelstano, com as famílias nobres centradas ao norte do Danelaw.[3][5]
O casamento produziu seis filhos, todos nomeados em honra aos predecessores de Etelredo, e algumas filhas desconhecidas. Os mais velhos Etelstano, Egberto, Edredo e Edmundo são atestados pela primeira vez em contratos em 993, enquanto os mais jovens Eduíno e Edgar aparecem respectivamente em 997 e 1001.[9] Alguns desses filhos parecem ter ocupado parte de sua infância em outro lar, talvez com a mãe de Etelredo, Elfrida.[3]
Dos seis filhos de Elgiva, apenas Edmundo viveu mais que seu pai e tornou-se rei. Em 1016, sofreu várias derrotas contra Canuto II e em outubro decidiram dividir o reino, mas Edmundo morreu dentro de seis semanas e Canuto tornou-se rei de todo país. Etelredo deu três de suas filhas em casamento com condes, presumivelmente de modo a assegurar a lealdade de seus nobres e assim consolidar um sistema de defesa contra os ataques viquingues.[10]
Diferente de sua sogra Elfrida, Elgiva não foi rainha ungida e nunca assinou contratos.[12] Porém, ela fez ao menos alguma impressão no registro contemporâneo. Num testamento emitido entre 975/980 e 987, tano Beortrico e sua esposa legaram a sua "dama" (hlæfdige) um amuleto que valia 30 mancos de ouro e um garanhão e pediram sua autoridade para supervisionar a implementação dos arranjos estabelecidos pelo testamento.[13] Num testamento de data posterior (990 x 1001), no qual é endereçada como "minha senhora" (mire hlæfdian), a nobre Etelgiva prometeu 30 mancos de ouro.[14] Pouco da vida de Elgiva é conhecido, então a data e circunstâncias de suas morte não podem ser recuperadas. De todo modo, parece ter morrido em 1002, talvez no parto,[15] quando Etelredo desposou Ema da Normandia, filha do duque Ricardo I, que recebeu ou adotou o nome anglo-saxão Elgiva.[16]
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