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eleição presidencial no Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A eleição presidencial de 2010 no Brasil foi realizada em dois turnos. O primeiro aconteceu em 3 de outubro de 2010, e o segundo em 31 de outubro de 2010, ambos em domingos. Foi a 6.ª eleição presidencial do país após a promulgação Constituição Federal de 1988. Esta foi a primeira vez desde o pleito de 1989, a primeira eleição direta para presidente desde 1960, em que Luiz Inácio Lula da Silva não foi candidato a presidente.[1]
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Eleição presidencial no Brasil em 2010 | ||||
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3 de outubro (primeiro turno) 31 de outubro (segundo turno) | ||||
Comparecimento | 81,88% (primeiro turno) 78,50% (segundo turno) | |||
Candidato | Dilma Rousseff | José Serra | ||
Partido | PT | PSDB | ||
Natural de | Belo Horizonte, Minas Gerais | São Paulo, São Paulo | ||
Vice | Michel Temer (PMDB) |
Indio da Costa (DEM) | ||
Votos | 55 752 529 | 43 711 388 | ||
Porcentagem | 56,05% | 43,95% | ||
Candidato mais votado no 2º turno por unidade federativa. | ||||
Titular Eleito | ||||
Em 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, é eleita a primeira presidente mulher da República Federativa do Brasil, a assumir em 1º de janeiro de 2011 sucedendo ao também presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Os candidatos dos dois maiores grupos políticos foram a ex-ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil seguir mudando,[2] tendo o deputado Michel Temer como candidato a vice-presidente,[3] e o ex-governador de São Paulo, José Serra, da coligação O Brasil pode mais,[4] tendo o deputado Indio da Costa como candidato a vice.
Segundo um artigo da agência Reuters,[1] ambos os candidatos ofereciam pouco risco à estabilidade econômica do país e seriam capazes de manter o superávit primário do orçamento a fim de pagar a dívida pública e reduzir a taxa da dívida no PIB. No mesmo artigo,[1] em uma análise sob a perspectiva econômica e fiscal, são indicadas diferenças significativas em questões como disciplina fiscal, política externa e intervenção estatal. Segundo essa visão, Serra poderia conter as despesas correntes de forma mais eficaz e Dilma favoreceria um papel maior no estado na economia, com a criação de mais empresas estatais. Serra, que autorizou a venda do banco Nossa Caixa em 2008, é visto como mais aberto às privatizações.[1] Era esperado que Dilma e Serra manteriam a política externa independente adotada por Lula, impulsionando laços com nações em desenvolvimento, pressionando pela reforma em organismos multilaterais e lutando para um assento permanente do país no Conselho de Segurança das Nações Unidas.[1]
Apesar dessa visão aparentemente pacífica oferecida por esse artigo[1] sobre os candidatos e suas propostas, muitas questões polêmicas, que apareceram especialmente no segundo turno, tornaram difícil para o eleitor identificar exatamente os fatos históricos e a plataforma de governo a ser implementada por cada um dos dois principais candidatos, caso eleito.
Marina Silva, ex-ministra do meio ambiente de Lula, era a candidata que ocupava a terceira posição nas pesquisas. No final de 2009, ela trocou o PT, partido que integrava desde sua fundação, para se juntar ao Partido Verde (PV).[5] Internacionalmente conhecida por defender a Floresta Amazônica, Marina ainda não se destacou no Brasil, obtendo sempre menos de 7% nas pesquisas de intenção de voto. Era esperado que Heloísa Helena, da Frente de Esquerda (formada por PSOL, PSTU e PCB), lançasse sua candidatura. Heloísa é ex-senadora pelo estado de Alagoas e fundou o PSOL após ser expulsa do PT em 2003 por criticar a aproximação do partido com forças de centro. Se eleita, seria a única entre os principais candidatos que poderia abandonar as políticas econômicas favoráveis ao mercado. Entretanto, Heloísa não se candidatou à presidência para tentar reconquistar sua cadeira no Senado.[6] Assim sendo, Plínio de Arruda Sampaio foi o candidato presidencial do PSOL.[6]
Quando Marina lançou sua candidatura, houve especulação na mídia de que Heloísa poderia abandonar sua candidatura para formar uma coalizão com ela. Conforme esta possibilidade era noticiada, o PSTU anunciou que se tal coalizão fosse formada, lançaria a candidatura de seu presidente José Maria de Almeida.[7] Entretanto, uma resolução aprovada pelos membros do PSOL determinava que uma coalizão seria formada caso o PV abandonasse suas alianças.[6] Esta resolução tornou muito difícil a possibilidade de uma aliança PSOL-PV, uma vez que o PV era liderado pelo filho de José Sarney, o deputado Sarney Filho, e Marina já havia dito que sua candidatura não poderia ser vista como de oposição ao projeto de Lula.[6] Uma outra facção do PV, liderada por Fernando Gabeira, era explicitamente a favor de uma aliança com Serra, o que significava que havia poucas pessoas no PV dispostas a aceitar a proposta do PSOL.[6] Conforme a Rede Brasil Atual relatou, "a coligação caminha muito mais pela vontade da pré-candidata do PV, Marina Silva, e da presidente do PSOL, Heloísa Helena, do que por aspirações de ambas as siglas".[8] Em 21 de janeiro de 2010, o grupo ligado a Heloísa Helena pôs fim às especulações lançando a pré-candidatura de Martiniano Cavalcante, líder do PSOL em Goiás.[9]
O secretário-geral do PCB nacional, Ivan Pinheiro, afirmou no programa eleitoral do partido que seria candidato à Presidência da República.[10]
O vice-presidente nacional do PTC (antigo PRN e atual Agir), Ciro Moura, afirmou no programa eleitoral do partido (ocorrido em 8 de abril de 2010) que seria candidato à Presidência da República.
Em 10 de abril de 2010 o PSOL oficializou Plínio de Arruda Sampaio como pré-candidato do partido à Presidência da República.
Em 27 de abril de 2010 o PSB decidiu retirar a pré-candidatura de Ciro Gomes em razão do seu baixo desempenho nas pesquisas e da grande preferência dos diretórios regionais em apoiar a pré-candidatura de Dilma Rousseff.[11] Outro pré-candidato que saiu da disputa foi o ex-governador do Paraná, Roberto Requião. Em 18 de maio de 2010, sua legenda, o PMDB, oficializou Michel Temer como vice na Chapa do PT à presidência.
Em 27 de junho de 2010 o PT do B (atual Avante) desiste da candidatura própria de Mario Oliveira para apoiar o paulista José Serra.[12]
Em 30 de junho de 2010 o PSC retira o apoio a candidatura de José Serra e adere a campanha de Dilma Rousseff. No mesmo dia, o PTC decide retirar a candidatura de Ciro Moura para apoiar a campanha da candidata do PT.[13]
Em razão de uma resolução do TSE, o PSL (atual União Brasil) desistiu de manter a candidatura de Américo de Souza[14] e o PHS (incorporado ao atual Podemos em 2019) desistiu da candidatura de Oscar Silva à Presidência da República.[14] Entretanto, aos 10 de julho de 2010, Américo de Souza registrou seu nome na disputa presidencial contra a vontade da Executiva Nacional do Partido Social Liberal(PSL), provocando uma crise dentro do mesmo. Entretanto, dias depois, em 15 de julho, o ministro do TSE, Ricardo Lewandowski, indeferiu o registro do maranhense.
Evitando adentrar a fase crítica da campanha sem se posicionar na disputa presidencial e garantindo uma maior proximidade a um eventual sucessor do presidente Lula, o presidente nacional do PP (atual Progressistas), Francisco Dornelles, anunciou no dia 14 de julho de 2010 apoio informal de seu partido à candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Como a decisão tardia não tem a chancela da convenção nacional, o PP não poderá ceder seu tempo de rádio e TV para a coligação de partidos que apoia a candidatura Dilma.[15]
O primeiro debate eleitoral entre os principais candidatos à presidência aconteceu no dia 5 de Agosto de 2010 e foi promovido em São Paulo pela Rede Bandeirantes de Televisão. Estiveram presentes a candidata mineira Dilma Rousseff, os paulistas José Serra (PSDB) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), e a acriana Marina Silva (PV). Apesar da pouca participação, o candidato do PSOL foi um dos mais comentados em mídias sociais como Twitter.[16]
Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.
Candidato(a) | Último cargo político | Partido e número | Candidato(a) a vice | Coligação | Tempo no horário eleitoral | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Dilma Rousseff | Ministra-chefe da Casa Civil do Brasil (2005–2010) |
PT — 13 | Michel Temer (PMDB) |
Para o Brasil seguir mudando (PT, PMDB, PDT, PCdoB, PSB, PR, PRB, PSC, PTC e PTN) |
10m 39s | ||
Ivan Pinheiro | Sem cargo político anterior |
PCB — 21 | Edmilson Costa (PCB) |
Sem coligação |
0m 56s | ||
José Maria Eymael | Deputado federal por São Paulo (1986–1995) |
PSDC — 27 | José Paulo Neto (PSDC) |
Sem coligação |
0m 56s | ||
José Serra | Governador de São Paulo (2007–2010) |
PSDB — 45 | Indio da Costa (DEM) |
O Brasil pode mais (PSDB, DEM, PPS, PMN, PTdoB e PTB) |
7m 19s | ||
Levy Fidelix | Sem cargo político anterior |
PRTB — 28 | Luiz Eduardo Duarte (PRTB) |
Sem coligação |
0m 56s | ||
Marina Silva | Senadora pelo Acre (1995–2011) |
PV — 43 | Guilherme Leal (PV) |
Sem coligação |
1m 23s | ||
Plínio de Arruda Sampaio | Deputado federal por São Paulo (1985–1991) |
PSOL — 50 | Hamilton Assis (PSOL) |
Sem coligação |
1m 02s | ||
Rui Costa Pimenta |
Sem cargo político anterior |
PCO — 29 | Edson Dorta Silva (PCO) |
Sem coligação |
0m 56s | ||
Zé Maria | Sem cargo político anterior |
PSTU — 16 | Cláudia Durans (PSTU) |
Sem coligação |
0m 56s |
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