Castelo de Numão
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O Castelo de Numão localiza-se na vila e freguesia de Numão, município de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, em Portugal.[1]
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Castelo de Numão | |
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Castelo de Numão, Portugal. | |
Tipo | castelo, património cultural |
Estilo dominante | Românico e Gótico |
Construção | 1130 |
Promotor(a) | D. Afonso Henriques |
Aberto ao público | |
Estado de conservação | Bom |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional [♦] |
DGPC | 70481 |
SIPA | 3004 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Numão |
Coordenadas | 41° 05′ 59″ N, 7° 17′ 24″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
[♦] ^ DL DG 136 de 23-06-1910 |
Na vertente este da serra da Lapa, inscrito atualmente no Parque Arqueológico do Vale do Côa, de seus muros avistam-se os castelos de Ansiães, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Ranhados e Penedono.
O Castelo de Numão está classificado como Monumento Nacional desde 1910.[2]
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à pré-história, ao período Neolítico. Acredita-se que um castro dos Lusitanos tenha aqui sido erguido, posteriormente romanizado. Aquando da Invasão muçulmana da Península Ibérica, estes conquistadores aqui teriam erguido uma fortificação.
À época da Reconquista cristã, já aqui existia um castelo, que juntamente com outros na região Leste da Beira, pertencia a D. Chamoa Rodrigues, que os doou, por intermédio de sua tia, a condessa Mumadona Dias, ao Mosteiro de Guimarães (960).
Retomado por forças muçulmanas (c. 1000), foi arrasado pelos irmãos Tedom e Rausendo Ramires (1030), para ser reconquistado por Fernando Magno em 1055 ou 1056. Neste período, o castelo figura entre os bens inventariados pertencentes ao Mosteiro de Guimarães (1059).
Com a independência de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-1185) doou os seus domínios ao seu cunhado, Fernão Mendes de Bragança. Este nobre, em 8 de Julho de 1130, concedeu Carta de Foral à povoação (referida como Civitate Noman) e promoveu a reedificação do castelo.
Posteriormente, sob o reinado de seu filho e sucessor, D. Sancho I (1185-1211), foram concluídas obras de recuperação das muralhas e a ereção da torre de menagem, conforme inscrição epigráfica (hoje desaparecida) datada de 1189.
Sob o reinado de D. Sancho II (1223-1248), os domínios de Numão e seu castelo foram doados temporariamente a Abril Peres de Lumiares. Em 1247, era tenente da terra, D. Afonso Lopes de Baião, a quem, como representante régio, competia exercer funções de caráter administrativo e militar.
Em outubro de 1265, D. Afonso III (1248-1279) confirmou o foral à vila. Uma nova etapa construtiva nas suas defesas, entretanto, só terá tido lugar a partir da confirmação deste título por D. Dinis (1279-1325), em 27 de Outubro de 1285.
À época do reinado de D. Fernando (1367-1383), em 1373, era alcaide-mor de Numão o conde de Marialva, Vasco Fernandes Coutinho. Esta função permaneceria em sua família até ao 4° conde de Marialva, D. Francisco Coutinho, no reinado de D. João III (1521-1557).
Quando da crise de 1383-1385, Numão tomou o partido por D. Beatriz, juntamente com as vilas e castelos vizinhos de Penedono, Pinhel, Sabugal, Castelo Rodrigo e Trancoso.
Sob o curto reinado de D. Duarte (1433-1438) aqui foi instituído um couto de homiziados (1436), o que parece indicar alguma dificuldade com o seu povoamento. A vila recebeu Foral Novo de D. Manuel I (1495-1521) a 25 de Agosto de 1512. À época era Comenda da Ordem de Cristo. O Cadastro da População do Reino, em 1527, mostra que a vila de Numão contava com 15 fogos, e mais 41 em seus arredores.
Com a extinção da família dos Coutinhos por falta de descendentes (1534), a povoação e seu castelo tiveram o seu processo de decadência agravado: dois séculos mais tarde a povoação mudava-se para novo local, no sopé do monte. Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo refere, em 1798-1799, que o castelo se encontrava praticamente arruinado e que na porta "que fica ao Poente" se encontrava uma inscrição epigráfica, que transcreveu: "Incepit Tvrrem in Era MCCXXVII" (correspondente ao ano de 1189 em nosso calendário).
Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
A intervenção do poder público fez-se sentir na segunda metade da década de 1940, através da ação da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), quando foram procedidos trabalhos de consolidação e limpeza, reconstrução de muralhas, desentulhamento da cisterna e recuperação da torre de menagem. Novas campanhas de obras tiveram lugar em 1973-1974, devido ao desmoronamento de um troço a norte das muralhas, e em 1984.
No início do século XXI, a municipalidade fez instalar iluminação cénica, valorizando o monumento.
Típico castelo de montanha, ergue-se num cabeço rochoso, a 677 metros acima do nível do mar. Apresenta planta oval irregular (orgânica), com elementos dos estilos românico e gótico, ocupando uma área de 2 hectares. As muralhas, ameadas em um pequeno trecho, são reforçadas por torres (originalmente quinze, atualmente seis), algumas das quais adossadas pelo exterior. Nelas se rasgam quatro portas:
Ao centro da praça de armas abre-se uma cisterna de planta circular, com cerca de sete metros de diâmetro, sem cobertura. Junto à porta principal observam-se as ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo (em estilo românico) e o cemitério.
A Torre de Menagem, a Nordeste, apresenta planta quadrada, com as paredes rasgadas por duas frestas altas e encimada por cachorrada de decoração geométrica.
Na encosta Leste, junto à Porta de São Pedro e onde existiu uma capela homónima, observa-se uma necrópole com cerca de 10 sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, popularmente denominada como Cemitério dos Mouros.
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