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O Castelo de Montel, também referido como Castelo Velho de Cobres, é um monumento no Município de Castro Verde, na região do Alentejo, em Portugal. Corresponde a um antigo povoado fortificado, ocupado principalmente durante a Idade do Ferro.[1]
Castelo de Montel | |
---|---|
Informações gerais | |
Estilo dominante | Povoado fortificado |
Construção | Idade do Ferro |
Aberto ao público | |
Estado de conservação | Mau |
Património de Portugal | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público [♦] |
DGPC | 73678 |
SIPA | 900 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Entradas |
Coordenadas | 37° 45′ 07″ N, 7° 56′ 24″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
[♦] ^ DL 45/93, de 30 de Novembro |
Os vestígios arqueológicos estão situados num cerro conhecido como Monte de Montel, na margem esquerda da Ribeira de Cobres, perto da vila de Entradas.[2] De acordo com alguns investigadores, esta fortaleza estava situada nas imediações de uma antiga estrada que unia os coutos mineiros de Aljustrel e do Campo Branco ao porto de Mértola, que era nessa altura o principal centro de escoamento dos metais produzidos nesta região.[3] O complexo incluía duas ordens de muralhas, com torreões protuberantes,[4] construídas em xisto, chegando a atingir uma altura de dois metros nalguns pontos.[3] Foram construídas em cima da rocha, de forma a aproveitar as condições naturais do solo escarpado para melhorar a sua função defensiva.[3] Esta situação é mais visível nas vertentes Sul e Sueste das muralhas, sobre as margens da Ribeira de Cobres, que obrigaria um exército inimigo a fazer escalada em terreno difícil para atacar o castelo.[3] O ponto mais vulnerável era a entrada, na zona poente,[3] motivo pelo qual era reforçada com uma torre de grandes dimensões, de planta rectangular,[5] que era limitada a Oeste por um fosso aberto na rocha, com cerca de dois metros e meio de profundidade.[3] No local foram encontrados dois fossos abertos no substrato rochoso, estruturas que são consideradas relativamente raras.[4] As muralhas encerravam um espaço interior de grandes dimensões,[2] sendo a acrópole situada nas imediações da entrada.[5]
O espólio inclui vários fragmentos de cerâmica estampilhada, com palmetos e círculos raiados,[1] uma peça em bronze em forma de javali,[5] e outra em forma de caprídeo, que faria parte de um incensário (Thymiaterion), e diversas escórias.[4]
O Castelo de Montel é considerado como um dos principais monumentos do concelho de Castro Verde.[3]
Este local terá começado a ser ocupado desde as primeira e segunda Idades do Ferro,[4] provavelmente durante os séculos VII ou VI a.C., tendo sido habitado de forma contínua até ao século I d. C., já durante a época republicana de Roma.[3] O local foi alvo de um processo de romanização.[4] Devido à presença de duas linhas de muralhas, isto poderá significar que o complexo terá sido alvo de campanhas de obras em pelo menos duas épocas distintas, podendo uma destas fases corresponder ao período da revolta de Sertório contra as forças romanas.[3]
Os primeiros trabalhos arqueológicos no local foram feitos em 1991, no âmbito do Circuito Arqueológico da Cola, e em 1995 foi alvo de um levantamento, como parte da elaboração da Carta Arqueológica de Castro Verde, tendo sido registada a presença de vários vestígios de estruturas e feitas várias recolhas de superfície.[4] Foram novamente feitos trabalhos arqueológicos em Maio de 1999 e em 2016, este último no âmbito da Carta do Património do Concelho de Castro Verde.[4]
Este monumento foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 45/93, com o nome de Castelo Velho de Cobres.[6]
Em 2009, a Câmara Municipal de Castro Verde estava em processo de negociações com o governo central, no sentido de adquirir os terrenos onde se situa o Castelo de Montel, com uma área aproximada de 250 m².[3] Desta forma, o monumento poderia ser alvo de uma intervenção de conservação e de estudo arqueológico, e posteriormente afirmar-se como um dos principais pólos de interesse turístico do concelho, conciliando as vertentes histórica, natural e paisagística, devido à sua localização geográfica.[3]
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