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Carouge é uma cidade do cantão de Genebra na Suíça e separada dela pelo rio Arve que faz parte da República e Cantão de Genebra desde 1816. Muito apreciada bela pelo seu aspecto característico de localidade sarda. Tem como comunas limitrofes: Genebra, Lancy, Plan-les-Ouates, Troinex e Veyrier.
Carouge | |
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Comuna da Suíça | |
Brasão de armas | |
Praça do Mercado | |
Administração | |
Cantão | Genebra |
Comunas limítrofes |
Genebra, Lancy, Plan-les-Ouates, Troinex e Veyrier. |
Prefixo telefónico | +41 (0)22 |
Língua oficial | francês |
Demografia | |
População | 20 071 hab. |
Densidade | 7 573 hab./km² |
Geografia | |
Coordenadas | 46° 11' 2N 6° 8' 25'E |
Altitude | 424 m |
Área | 2.500 km² |
Website oficial | Carouge.ch |
Localização | |
ver |
Atualmente Carouge continua a manter um aspecto Mediterrâneo tanto na arquitectura em geral como na convivialidade dos seus habitantes [1].
O Tratado de Turim, de 3 de junho de 1754, entre o Reino de Sardenha e a República de Genebra, marca o fim das lutas, entre a Casa de Saboia e Genebra, e o seu nascimento da cidade. Com o apoio da Saboia, Carouge desenvolve-se rapidamente, sobretudo graças à visão de Pierre-Claude de la Fléchère, Conde de Veyrier e representante local do Ducado de Saboia, que logo se apercebera do interesse geoestratégico da cidade e solicitara a Victor Amadeu III, rei da Sardenha e duque de Saboia, privilégios que permitissem o desenvolvimento da localidade, notadamente atraindo estrangeiros. Em 1777, Carouge obtém a permissão de realizar duas feiras anuais e um mercado semanal. Sua população passa de mil habitantes.
Carouge foi fundada por Vítor Amadeu III da Sardenha, descendente dos duques de Saboia e predecessor dos futuros reis da Itália. Depois de ter desejado longamente Genebra e esperado fazer dela a sua capital, a Casa de Saboia, em razão da derrota de L'Escalade (1602) e do Tratado de Saint-Julien,[2] teve de reconhecer a independência de Genebra. Vítor Amadeu optou então por uma outra estratégia - a de fundar uma cidade às portas daquela que não conseguira conquistar, do outro lado do Arve, com a finalidade de lhe fazer concorrência [3].
Vítor Amadeu chama os arquitetos de Turim, então capital do Reino do Piemonte-Sardenha, para edificar a nova cidade. A pequenina aldeia, que contava então 17 casas, transforma-se numa pequena cidade de extraordinária harmonia arquitetural. Declarada "Cidade Real" em 1786, Carouge povoa-se rapidamente, o que não é obra do acaso mas sim do desejo de Vítor Amadeu de torná-la rival de Genebra - razão pela qual, entre outras coisas, abole as portagens nas terras da Saboia, de modo a incitar as pessoas a se fixarem na nova cidade e não atravessar o Arve para pagá-las em Genebra [3]. Em 1777, Carouge obtém autorização para realizar duas feiras anuais e um mercado semanal.[4]
Pelo édito de 2 de Maio de 1780, Carouge torna-se a capital da província do mesmo nome, com um número de habitantes próximo dos 3 000, e o burgo recebe a 31 de Janeiro de 1786 o brasão ao aceder ao estatuto de cidade por carta real.
A particularidade de Carouge é a de ser um ilha de liberalismo largamente apoiada pelo poder de Turim, que não só lhe acordando privilégios particulares e únicos dentro do reino, como aceitar a vinda de inúmeros estrangeiros de todas origens e religiões a fim de favorecer o desenvolvimento económico da província e fazer concorrência a Genebra. Assim, os francomaçãos aparecem por volta de 1777, dois anos depois dos protestantes que obtêm a tolerância cívica e religiosa em 1783, e é autorizando a um Pastor protestante exercer em Carouge, quando a cidade é católica. Em 1779 os Judeus principalmente da Alsácia são largamente aceites e é-lhes autorizada a edificação de uma sinagoga. Todas estas acções - basicamente novas para a época - são apoiadas por Pierre-Claude de la Fléchère.
Em 1787, Victor-Amédée III proclama o Édito da Tolerância que permite, principalmente aos judeus, beneficiarem da aplicação dos direitos comuns e term inteira liberdade de culto, caso rarissimo na história da Europa, os francomaçãos com lojas maçónicas, os protestantes com templos protestante e os judeus com sinagogas [5].
Em 1789, os efeitos da Revolução Francesa se fazem sentir. Para prevenir qualquer perturbação, a guarnição da cidade passa de 144 para 650 homens. Tal medida de segurança surte efeito por algum tempo, mas os dias de Carouge, a sarda, estavam contados. Em 2 de outubro de 1792, tropas francesas, em marcha para a "campanha da Itália", penetram sem resistência na província de Carouge, anexando-a ao novo departamento do Monte Branco, do qual Chambéry é designada a capital. Em seguida, as tropas seguem para o novíssimo departamento do Leman, criado em 1798, do qual Genebra - primeiramente ocupada e depois anexada- se torna a sede administrativa. Carouge continuará sob ocupação francesa até a sua libertação, pelos austríacos, em setembro de 1814.
Após um período movimentado, durante o qual Carouge tornar-se-á novamente sarda, sob o tratado de paz de 30 de maio de 1814; depois, reocupada brevemente pelos franceses, durante os cem dias de retorno de Napoleão; de novo, sarda, após a derrota de Napoleão em Waterloo, e finalmente cedida ao cantão de Genebra, pelo duque de Saboia à república e novo cantão de Genebra, conforme o Tratado de Turim de 16 de março de 1816, [6] juntamente com 19 outras do ducado de Saboia, como contrapartida da neutralidade helvética nas zonas francas da Saboia. 12 comunas francesas [7] serão também cedidas pela França ao novo cantão suíço de Genebra, a título de indenizações de guerra. O cantão se havia juntado à Confederação suíça por ocasião dos tratados de Paris, em 1814, e de Viena, em 1815. A cessão é acompanhada de uma pequena zona franca excluída dos direitos aduaneiros sardos. Atualmente, uma praça de Carouge chama-se Praça da Sardenha [6]
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