Camocim
Município brasileiro do estado do Ceará Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Camocim é um município brasileiro no estado do Ceará. Localiza-se na região intermediária de Sobral, tendo como seus limites territoriais os municípios de Barroquinha, Bela Cruz, Granja e Jijoca de Jericoacoara. Seu clima é tropical semiúmido, constitui uma região fisiográfica de caatinga arbustiva.[5]
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Município do Brasil | |||
Vista da praia de Camocim | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | camocinense | ||
Localização | |||
Localização de Camocim no Ceará | |||
Localização de Camocim no Brasil | |||
Mapa de Camocim | |||
Coordenadas | 2° 54′ 07″ S, 40° 50′ 27″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Ceará | ||
Municípios limítrofes | Norte – Oceano Atlântico Sul – Granja Leste – Jijoca de Jericoacoara e Bela Cruz Oeste – Barroquinha | ||
Distância até a capital | 357 km | ||
História | |||
Fundação | 29 de setembro de 1879 (145 anos) | ||
Emancipação | 17 de agosto de 1889 (135 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | |||
Prefeito(a) | Maria Elizabete Magalhães (PDT, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 1 124,782 km² | ||
População total (estimativa IBGE/2021[2]) | 64 147 hab. | ||
• Posição | CE: 23° | ||
Densidade | 57 hab./km² | ||
Clima | tropical (As) | ||
Altitude | 8 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 62400-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,620 — médio | ||
• Posição | CE: 72° | ||
PIB (IBGE/2010[4]) | R$ 456 092,000 mil | ||
• Posição | CE: 30° | ||
PIB per capita (IBGE/2015[4]) | R$ 7 366,06 | ||
Sítio | camocim camaracamocim |
Possui uma área de 1 124,782 km² e uma população, conforme estimativas do IBGE de 2021, de 64 147 habitantes.[2]
A antiga vila de Camocim foi fundada em 29 de fevereiro de 1879, e a cidade em 17 de agosto de 1889, emancipada de Granja. Vivenciou forte expansão econômica e verticalização no século XIX até o início do século XX, e em 2015 seu PIB figurava em 544,5 mil reais, estando entre as doze cidades brasileiras com população inferior a 100 mil habitantes mais desenvolvidas,[6] enquanto o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em 2016, era de 0,620, considerado médio.
Detendo uma população em grande parte católica e evangélica, abriga a Igreja Matriz de Bom Jesus dos Navegantes, além de seis instituições de ensino médio, 39 de ensino fundamental, hospital e aeroporto.[7] Com sessenta quilômetros de extensão de praias, tem grande potencial turístico. Todos os anos, a Praia de Maceió e a Ilha da Testa Branca — também conhecida como Ilha do Amor —, ambas promulgadas Áreas de Proteção Ambiental (APA), recebem diversos visitantes devido suas belezas encantadoras.
Antes do século XVI, o território no qual Camocim localiza-se atualmente, como a grande maioria do litoral brasileiro, era ocupado por povos indígenas, tais como Tabajaras, Tremembés, Jenipaboaçus e Cambidas.[8] O topônimo camocim, cambucy, camucym ou camotim vem do tupi-guarani e, segundo Silveira Bueno e Gonçalves Dias, significa "buraco ou pote para enterrar defunto". Provavelmente o nome do município é uma alusão ao ritual funerário dos Índios Tremembés.[9]
Os franceses foram os primeiros a praticar escambo com os povos nativos da região, antes mesmo das primeiras expedições portuguesas, que só chegaram ao local na segunda metade do século.[8] Ao chegarem, os portugueses tiveram como objetivo o reconhecimento de todo local, desde Tutóia, no Maranhão, aos limites entre Ceará e Rio Grande do Norte. Este mapeamento serviria para organizar os confrontos com os franceses que ocupavam o território maranhense.[10]
Diversas cartas topográficas, datadas no século XVII, já descrevem o rio Coreaú, na época chamado de Rio da Cruz pelos exploradores e de Croahiú pelos nativos. Em 1535 fundou-se a Capitania do Ceará, como parte da colonização portuguesa. Com a exploração do restante do país, a região foi desocupada pelos portugueses e sofreu várias invasões de corsários.[11] Conforme Pero Coelho de Sousa, que passou no território em direção a Ibiapaba em 1604, houve diversos conflitos e também intercâmbio entre os povos nativos e os europeus, tais como os franceses, neerlandeses e também ingleses.[10]
Em 1613, a área foi conquistada pelos neerlandeses, que permaneceram no solo até 1649. Nessa época surgiu a ideia da estruturação de uma fortaleza que protegeria os assentamentos portugueses de ataques e também impossibilitaria o escambo com outros povos.[12] Em 1700, o Padre Ascenço Gago ordena o aldeamento de tribos em Ibiapaba e Tabainha. A agricultura e pecuária foram inseridas às atividades locais em 1792, com a chegada de moradores de Tutóia, no Maranhão. Um desses migrantes, Gabriel Rodrigues da Rocha, tornou-se responsável pelo porto.[12]
Em 1877, a região chamava-se Barra do Camocim e pertencia ao município de Granja. Em junho do ano seguinte, o conselheiro João Lins Vieira ordenou a construção de uma ferrovia na região, esta percorreria até Sobral e pretendia radicalizar os impactos da seca. Pela lei provincial n.º 1849, de 29 de fevereiro de 1879, foi intitulada somente como Camocim e declarada vila.[13] Em 26 de março, José Júlio de Albuquerque Barros deu inicio oficial a construção da ferrovia, que teve seu primeiro trecho, de 24,5 quilômetros, concluído em 15 de janeiro de 1881.[13]
O projeto chegou a Sobral em 31 de dezembro de 1882, com 128,9 quilômetros, nesta época foram trazidas da Filadélfia, Pensilvânia, cinco locomotivas e 52 carros.[14] Como consequência da linha férrea, houve o aumento do tráfego de pessoas e rapidamente a vila tornou-se a principal exportadora do Ceará. No dia 17 de agosto de 1889, o mesmo ano da proclamação da república, em virtude de uma boa economia Camocim foi elevada a cidade pela lei provincial n.º 2162. Em 11 de fevereiro do ano posterior foi criado o distrito de Guriú, e em 7 de junho de 1893 o de Barroquinha.[14]
Em maio de 1910, a empresa The South American Railway Construction Limited tornou-se responsável pela ferrovia.[15] A criação do Bloco Operário e Camponês na década de 20 proporcionou a expansão do comunismo até a região. Fundado em 1928, Camocim foi o primeiro município do interior do Ceará a deter a presença do Partido Comunista do Brasil. O jornalista Francisco Theodoro Rodrigues, principal responsável pela fundação partidária, chegou a cidade em 25 de março e, devido a repressão policial, foi condenado a três meses de prisão em 9 de abril, sendo levado ao Rio de Janeiro, onde permaneceria até 1935.[16]
Segundo relatório do delegado Faustino do Nascimento enviado ao interventor Manuel Fernandes Távora, outras cinquenta pessoas haviam sido presas por seguirem a mesma ideologia.[17] Em 24 de junho de 1936, dois militantes comunistas foram fuzilados pela polícia, este acontecimento tornou-se conhecido como Massacre de Salgadinho. Nessa época, a sigla possuía mais de oitocentos filiados. Segundo Theodoro Rodrigues, Júlio Veras, comandante da Força Pública e filho do opositor Thomaz Zeferino Veras, lhe impediu de desembarcar no Porto do Mucuripe. O mesmo só voltou a Camocim em 1945.[18]
"Os burguezes tem lançado mão de todos os meios para que eu abandone Camocim. Tem feito um boycote terrível ao humilde jornal que dirijo. Este boycote começou desde o momento que reconheceram que o mesmo jornal não elogiava Moreirinha, Mattos Peixoto, Washington Luís, Getúlio Vargas, Juarez e outros políticos [sic]".[19]
Com a urbanização, diversos distritos se tornariam municípios: Chaval, pela lei estadual nº 1153, em 22 de novembro de 1951 e Barroquinha, pela lei estadual nº 6553, em 1 de julho de 1963. Por ser considerada ramal, a ferrovia foi fechada em 24 de agosto de 1977 sob protestos; Já haviam ocorrido tentativas em janeiro de 1950, mas o fechamento só ocorreu 27 anos após. A última locomotiva em funcionamento foi a de nº 611, tendo como maquinista Raimundo Nonato de Castro.[15]
De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017, o município pertence a região geográfica intermediária de Sobral e imediata de Camocim.[20][21] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte do litoral de Camocim e Acaraú,[22] que por sua vez estava incluída na mesorregião do Noroeste Cearense.[23]
O município tem como limites o Oceano Atlântico ao norte; Granja ao sul; Barroquinha a oeste; Jijoca de Jericoacoara e Bela Cruz a leste. Com 1158 km², Camocim é a trigésima sexta maior cidade do Ceará em área territorial.[24] A vegetação de Camocim tem características semelhantes às de outras cidades litorâneas. O clima é tropical semiúmido, com temperatura anual média de 26° C. O território é coberto pela caatinga arbustiva no interior, e por tabuleiros costeiros, mangue e coqueirais no litoral. O território possui altitude média de oito metros.[25]
Camocim possui clima tropical semiúmido (tipo As, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger),[26] com temperatura média anual em torno dos 26° C. Sem ter exatamente definidas as estações do ano, há a estação das chuvas, de janeiro a junho, julho é a transição da estação chuvosa para a seca, e a estação seca, de agosto a dezembro. O índice pluviométrico anual é superior a 1350 milímetros (mm).[26] Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 98 mm em 1 de maio de 2008.[27][28]
Dados climatológicos para Camocim | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 31,2 | 30,7 | 29,7 | 29,5 | 29,8 | 30,5 | 31,2 | 31,3 | 31,7 | 31,6 | 31,6 | 31,5 | 31 |
Temperatura média (°C) | 26,7 | 26,7 | 26 | 25,8 | 26,1 | 26,5 | 26,3 | 26,6 | 26,5 | 26,6 | 26,7 | 26,7 | 26,5 |
Temperatura mínima média (°C) | 22,7 | 22,5 | 22,2 | 22,2 | 22,2 | 21,7 | 21,7 | 22,2 | 22,7 | 22,3 | 22,5 | 22,9 | 22,3 |
Precipitação (mm) | 91 | 177 | 293 | 291 | 156 | 41 | 18 | 0 | 0 | 1 | 5 | 20 | 985,5 |
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)[29][30] |
O território de Camocim ocupa 10% do litoral cearense, aliás a principal forma de turismo são as praias.[31] As mais visitadas são a Praia do Maceió, que destaca-se pela beleza rústica: Areia clara e mar agitado, com ondas propícias para o banho e para a prática de esportes aquáticos, como surfe e kitesurf;[32] Praia das Barreiras, que fica a 3 quilômetros do centro e possui falésias com areia alaranjada; E a Ilha da Testa Branca, também conhecida como Ilha do Amor, localizada na frente do município.[33]
Camocim também tem outras praias: A Praia do Guriú, com águas calmas e mornas; Praia da Tatajuba, que possui dunas com um coqueiral; Praia das Imburanas e das Caraúbas, ambas quase desertas e utilizadas para ecoturismo; Praia de Barrinha, que contém dunas, ondas calmas e a Praia do Xavier como continuação; Praia Barra dos Remédios, onde ocorre o encontro do rio Coreaú com o mar.[34]
O censo brasileiro de 2010 apontou Camocim como o município mais populoso da microrregião que pertencia, com 60 158 habitantes, e o vigésimo terceiro mais populoso do Ceará. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município foi de 0,620, considerado médio. A esperança de vida ao nascer era de 68,71 anos. A taxa de mortalidade infantil média era de 10,34 para cada mil nascidos vivos.[36]
Destes, 74,2% viviam na zona urbana e 25,8% na rural, além disso, 410 migraram da região norte do país, 390 da sudeste, 78 do centro-oeste e 14 de outros países. Em termos de densidade populacional, o IBGE apontou 53,48 habitantes por quilômetro quadrado. O eleitorado é formado por 64% da população, 38 243 camocinense.[37]
Os cidadãos de Camocim eram 49,49% do sexo feminino e 50,51% do sexo masculino. Em relação a idade, haviam 944 pessoas com menos de um ano, 9 266 com um a nove anos, 13 404 de dez a dezenove, 11 031 de vinte a vinte e nove, 8 888 de trinta a trinta e nove, 6 694 de quarenta a quarenta e nove, 4 187 de cinquenta a cinquenta e nove, 3 104 de sessenta a sessenta e nove, 1 770 de setenta a setenta e nove, 870 de oitenta ou mais. Os idosos de 70 anos ou mais representavam 4,3%, enquanto os entre 10 a 19 anos somavam 22,3% e eram maioria.[37]
No mesmo ano, 71,7% da população se declarou parda, 22,3% branca, 4,9% negra, 1% amarela e o restante 0,1% indígena. Entre os pardos, 17 608 não obtinham rendimento, 15 556 recebiam até um salário mínimo e 2 704 mais de um; Haviam 5 162 brancos sem rendimento, 4 611 com até um salário mínimo e 1 422 com mais de um. Os maiores salários da cidade eram obtidos por pessoas de pele clara; Entre os declarados negros, eram 1 081 sem rendimento, 1 166 ganhavam até um salário e 170 mais de um; Entre as pessoas amarelas, eram 271 sem rendimento, 166 com até um salário mínimo e 54 com mais de um; Onze indígenas não ganhavam salário, 12 tinham até um salário e oito mais de um.[36]
O catolicismo apostólico romano é predominante em Camocim, 50 032 habitantes, que representam 83,15% do todo, se declaram católicos. É notável que este porcentual vem decrescendo, uma vez que os evangélicos já somam 6 477 pessoas, 10,87% do todo. A igreja matriz do município teve sua construção iniciada em 1880 e concluída em 1882, por José Privat. A mesma desabou em 11 de abril de 1909, sendo reconstruída na gestão do Padre José Augusto da Silva e concluída em 27 de julho de 1913, recebeu a benção do bispo sobralense Dom José Tupinambá da Frota, em dezembro de 1917.[38]
Existem outras diversas igrejas católicas, como a Igreja de São Pedro, inaugurada em 29 de junho de 1942 e abençoada pelo Padre Inácio Nogueira Magalhães, e a Igreja de São Francisco. Segundo o Correio da Semana, há registros de intolerância religiosa em 21 de setembro de 1934, mas atualmente o município abriga diversas igrejas, como Assembleia de Deus, Igreja Universal e Batista. No censo de 2010, 12 pessoas (0,02%) se declararam ortodoxas, 79 (0,13%) espíritas, 446 (0,7%) testemunhas de Jeová.[38]
Ainda em 2010, treze pessoas (0,02%) eram esotéricas; A Loja Maçônica de Camocim foi fundada por João Batista Gizzi, na década de 1920. Cento e oito habitantes (0,18%) seguiam os ensinamentos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que teve origem em 1830, nos Estados Unidos. Quarenta e quatro (0,07%) seguiam outras religiões cristãs. Além disso, 2 717 (4,5%) não tinham religião, 96 (0,16%) múltiplas religiões e 135 (0,2%) não souberam informar.[38]
Em 2014, o município possuía o 32º maior Produto interno bruto (PIB) do estado. Em 2015, Camocim ficou em 57ª posição, com renda per capita de R$ 8716,75 e renda média mensal de 1.3 salários mínimos. No município prevalece o setor primário; Na agricultura destaca-se a extração de sal marinho, a pesca, além da colheita de caju, arroz sequeiro, mandioca e feijão; Na pecuária encontra-se a criação de bovinos, suínos e avícola. A comercialização de leite tornou-se abundante na década de 80, a mesma empregou diversos trabalhadores rurais até 1990, mas entrou em declínio com o surgimento da indústria Lassa, em Sobral.[39][40]
No município também há a presença do setor secundário e terciário. Duas das primeiras empresas que estiveram em Camocim foi a Saboaria Stella, pertencente ao italiano João Baptista Gizzi, e a Booth Line, uma empresa inglesa de rebocadores, que surgiu em 1935. Na atualidade a Democrata Nordeste Calçados é uma das principais empresas do município. Ela se originou em 1983, em Franca, São Paulo, e chegou em 1997 na cidade. Segundo dados de 2006, a Democrata emprega mais de 500 funcionários que produzem mais de sete mil pares de sapatos por mês.[41][42]
O Poder Legislativo é exercido pela câmara de vereadores, enquanto o Poder Executivo é exercido pela prefeitura, auxiliada pelas secretarias. Em junho de 2019 contava com onze secretarias. A câmara municipal localiza-se no Edifício José Hindemburg Sabino Aguiar — de estilo art déco, construído em 1930 e arquitetado por José Privat —, na Praça Severino Morel. Com o surgimento do Estado Novo em 1937, as câmaras municipais foram fechadas por Getúlio Vargas.[43]
Após a deposição de Vargas em 1945, começam as legislaturas, em geral de quatro anos. Na legislatura atual, de 2016 a 2020, quinze parlamentares compõe a câmara municipal, sendo treze homens e apenas duas mulheres: Maria Iracilda Rodrigues (22 de setembro de 1964), desde 2008,[44] e Lúcia Sousa Melo Freitas, desde 2012, ambas do Partido Democrático Trabalhista (PDT).[45] Foram mais de 130 candidatos, cem desses obtiveram menos de 1% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. O presidente é César Veras (4 de agosto de 1972), do PDT.[46]
Desde 1919 até a atualidade já passaram pela prefeitura 27 pessoas, cinco destas foram reeleitas: Francisco Othon Coelho (dezembro de 1945 e de 1948 a 1950), Setembrino Fontenele Veras (1951–1954 e 1967–1970), Sérgio Lima Aguiar (1997–2004) e Francisco Maciel de Oliveira (2005–2012). Na última eleição, Mônica Gomes Aguiar, obteve 50,33% dos votos válidos e tornou-se a primeira mulher a ser reeleita em Camocim, de 2013 a 2016 e de 2017 até 2020. A segunda colocada, Euvaldete Ferro (PMDB), recebeu 46,72% dos votos. A primeira mulher eleita no município foi Ana Maria Beviláqua Moreira Veras, de 1983 a 1988.[47]
Em 1933, conforme a planta elaborada pelo engenheiro José Rodrigues da Silva, Camocim possuía vinte e nove ruas e seis praças. Em 1 de agosto do mesmo ano, o decreto n.º 26 do interventor Gentil Barreira, estabeleceu trinta e uma ruas. No dia 31 de julho de 1968, continha cinco distritos, depois da lei estadual n.º 8339 anexar Barroquinha e Bitupitá ao município. Desde 1991 possui apenas três: Amarelas e Guriú, além da sede.[48]
A cidade possui 15 683 domicílios registrados, sendo que 3 823 ficam na zona rural. Desses, 70,1% eram próprios, 18,5% alugados e 11,5% detidos de outras maneiras; O lixo era coletado em 73%; Em relação ao abastecimento de água, 80% estavam ligados à rede geral, 19,7% usavam poços e 0,3% outras formas, como caminhões-tanque e o armazenamento de água da chuva em cisternas.[36]
O abastecimento de água e o tratamento de esgoto são realizados pelo SAAE, enquanto a energia elétrica é fornecida pela Enel (anteriormente chamada de Coelce). A cidade possui projetos de habitação popular em alguns bairros. O IBGE aponta que 7,8% dos domicílios possui apenas um morador, 17,3% dois, 22,9% três, 21,7% quatro e 30,3% cinco ou mais pessoas. Apenas 1,7% das residências não tinha energia elétrica e em 63,7% possuíam telefone celular.[37]
Conta com apenas um hospital em funcionamento. O Hospital Deputado Murilo Aguiar foi fundado em 30 de julho de 1958 e é administrado pelo Sistema Único de Saúde. O governador do estado, José Parsifal Barroso, e os deputados Wilson Gonçalves, Francisco de Menezes Pimentel, José Martins Rodrigues e Carlos Jereissati estiveram presentes em sua inauguração. O Hospital São Francisco, também de cunho público, esteve ativo durante anos, porém foi desativado em 2006.[49][50]
Além disso, possui uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) — inaugurada em 25 de junho de 2016 com a presença do governador Camilo Santana —, um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e a Policlínica Coronel Libório Gomes da Silva, ambas são administradas em parceria com cidades vizinhas. Em julho de 2019, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) passou a investigar o repasse de verbas dos cinco anos anteriores. Em 2017, foram repassados R$ 21 milhões, o maior valor recebido naquele ano por um consórcio cearense.[51]
A mortalidade infantil de 2017 está de acordo com os níveis aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10 mortes para cada mil nascimentos. O índice mais crítico foi registrado em 2009, quando ocorriam 25,19 óbitos. Em 2011, foram 7,50 mortos para cada mil nascidos, a melhor taxa obtida em todos os anos.[52]
Em 2010, 17,3% da população era analfabeta, 19 996 pessoas estavam frequentando a escola naquele ano. A taxa de escolarização era de 97,8, o 64.º melhor do estado. Em 2015, os alunos dos anos inicias do ensino fundamental obtiveram, em média, nota 5,8 e dos anos finais de 4,6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).[36]
Em 2017, trinta e nove escolas ofereciam ensino fundamental, uma das primeiras foi o Instituto São José, de caráter particular, inaugurado em 19 de março de 1950 e administrado desde janeiro de 1954 pelas Irmãs Capuchinas. Seis escolas ofereciam ensino médio, dente elas a Escola Monsenhor José Augusto da Silva, que foi fundada na década de 80. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os discentes obtiveram menor rendimento na redação e melhor desempenho na área das ciências humanas durante o Exame Nacional do Ensino Médio de 2018 (ENEM).[53]
Camocim ainda conta com um Campus do Instituto Federal do Ceará (IFCE), que oferta os cursos superiores de Licenciatura em Letras (Português/Inglês), Licenciatura em Química e Tecnólogo em Gestão Ambiental; os cursos técnicos em Administração, Gastronomia, Manutenção e Suporte em Informática e Serviços de Restaurante e Bar; e uma especialização em Análise Ambiental. Recentemente, foi anunciada a instalação de um Campus da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) no Município, com a oferta dos cursos de Ciências Contábeis e Engenharia de Pesca[54].
A frota de veículos no Ceará cresceu de forma exacerbada e em Camocim ocorreu o mesmo. Em 2013, haviam 3 379 automóveis na cidade. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), 16 777 veículos circulavam no município em 2017, um crescimento de 396% em quatro anos. Eram 11 319 motocicletas, o que representava a maioria.[55]
As mortes no trânsito estão dentro da meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No trasporte aéreo, há o Aeroporto Pinto Martins, cuja pista foi inaugurada em 8 de junho de 2011 e desde 2018 foi autorizado a receber voos regionais.[56]
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