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jornal comunista português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Avante! é o jornal oficial do Partido Comunista Português, e iniciou clandestinamente a sua publicação em 1931. O seu lema é «Proletários de todos os países, UNI-VOS!». [1]
Avante! | |
---|---|
Periodicidade | Semanário |
Formato | Tabloide |
País | Portugal |
Preço | 1.40€ |
Slogan | Proletários de todos os países UNI-VOS! |
Fundação | 15 de fevereiro de 1931 (93 anos) |
Proprietário | Partido Comunista Português |
Idioma | Português |
Sítio oficial | www |
O Avante! iniciou a sua publicação, clandestina, em 15 de fevereiro de 1931, com periodicidade irregular.[2]
Só o primeiro número foi impresso numa tipografia legal, próxima do Largo de São Paulo, em Lisboa, graças a um estudante do liceu Gil Vicente que convenceu o tipógrafo a imprimir, além de um boletim estudantil, mais umas quantas folhas - o «Avante!».[3] A partir daí e até ao 25 de Abril, o jornal foi sempre impresso em tipografias clandestinas.[3] Por altura da apanha da azeitona chegaram a cair jornais «Avante!» das oliveiras em terras alentejanas, uma das muitas formas encontradas para distribuir clandestinamente o órgão central do PCP.[3] O trabalho era todo feito manualmente, por funcionários que pareciam ter uma vida normal.[3] Algumas vezes a perseguição da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) resultou na morte dos tipógrafos.[3] No dia 24 de janeiro de 1950, o corpo do funcionário José Moreira deu entrada na morgue com a indicação de que caíra de uma janela, no entanto, o operário vidreiro e responsável pelas tipografias do Jornal «Avante!»,[4] foi capturado durante assalto a uma casa clandestina do PCP em Vila do Paço e torturado pela PIDE, que o interrogou e espancou até à morte, acabando por o atirar da janela.[4][3] Joaquim Barradas de Carvalho afirma que o operário "foi torturado pela PIDE e foi morto na tortura sem ter dito uma palavra acerca daquilo que era conveniente guardar acerca do trabalho do Partido Comunista Português na clandestinidade".[4] Maria Machado, professora primária e militante do PCP do qual foi funcionária clandestina entre 1942 e 1945, trabalhava numa tipografia na povoação de Barqueiro, em Alvaiázere, quando a PIDE a assaltou.[5] Tendo ficado para trás para permitir a fuga aos restantes tipógrafos, foi presa e torturada, e não prestou nenhuma declaração.[5] Enquanto era arrastada pelos agentes da PIDE, gritou: «Se a liberdade de imprensa não fosse uma farsa, esta tipografia não precisava de ser clandestina. Isto aqui é a tipografia do jornal clandestino «Avante!». O «Avante!» defende os interesses do povo trabalhador de Portugal.».[5] Joaquim Rafael teve uma vida de inteira abnegação dedicada à imprensa clandestina do Partido.[5] Entre 1943 e 1945, Joaquim Rafael esteve ligado à distribuição do «Avante!», passando depois para as tipografias.[5] Nos vinte e cinco anos que se seguiram, tornou-se num dos melhores tipógrafos clandestino e um mestre para novos camaradas que entravam para as tipografias.[5] Referência maior na história da imprensa clandestina, morreu em 1974.[5] José Dias Coelho, escultor e funcionário do PCP, foi assassinado a tiro pela PIDE em 1961, quando se dirigia para um encontro clandestino.[5][6] Pondo os seus dotes de artista plástico ao serviço da sua causa e do seu Partido, deu um contributo decisivo para a melhoria do aspeto gráfico de vários órgãos de imprensa clandestina, nomeadamente do «Avante!».[5] Das suas mãos saíram muitas das famosas gravuras – de linóleo ou de madeira – que se podem encontrar em numerosos exemplares do «Avante!» clandestino.[5][7] Em 1972, o cantor Zeca Afonso homenageia-o com a música A Morte Saiu à Rua.[8]
Segundo o jornal Público, as regras para quem trabalhava na clandestinidade eram rigorosas ao ponto de ter que se fazer as malas à mínima suspeita de se ter dado nas vistas.[3]
Em 17 de maio de 1974 foi publicado o primeiro número fora da clandestinidade, tendo passado a semanário desde essa data.[9]
Data de início | Data de fim | Nome do Redactor Principal |
---|---|---|
1931 | 1935 | Bento António Gonçalves |
1935 | 1936 | Miguel Wager Russel |
1936 | Alberto de Araújo | |
1937 | 1938 | Francisco de Paula Oliveira |
1941 | 1942 | Júlio Fogaça |
1943 | 1947 | Álvaro Cunhal |
1947 | 1948 | Sérgio Vilarigues |
1948 | 1949 | Álvaro Cunhal |
1949 | 1954 | Sérgio Vilarigues |
1955 | 1956 | Júlio Fogaça |
1957 | Joaquim Pires Jorge | |
1957 | 1962 | António Dias Lourenço |
1962 | 1963 | Fernando Blanqui Teixeira |
1963 | Jaime Serra | |
1963 | 1965 | Joaquim Gomes |
1966 | 1972 | Sérgio Vilarigues |
1972 | 1974 | Octávio Pato |
A coleção do jornal no período da publicação clandestina encontra-se disponível na Internet.[9]
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