Amaury Kruel
militar brasileiro, ex-ministro da guerra no governo de João Goulart / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Amaury Kruel GCA (Santa Maria, 11 de abril de 1901 – Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1996) foi um militar e político brasileiro, tendo servido como oficial de Estado-Maior da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em 1944–1945, chefe do Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) em 1957–1959 e ministro da Guerra em 1962–1963. À frente do II Exército de 1963 a 1966, foi um dos principais participantes do golpe de Estado no Brasil em 1964. Atingiu a patente de general-de-exército, sendo promovido a marechal ao passar para a reserva. Em seguida foi deputado federal pela Guanabara de 1967 a 1971.
Amaury Kruel | |
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Chefe do Gabinete Militar da Presidência | |
Período | 9 a 19 de setembro de 1961 e 12 de junho e 18 de setembro de 1962 |
Ministro da Guerra | |
Período | 14 de setembro de 1962 a 15 de junho de 1963 |
Antecessor(a) | Nélson de Melo |
Sucessor(a) | Jair Dantas Ribeiro |
Deputado federal pela Guanabara | |
Período | abril de 1967 a janeiro de 1971 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 11 de abril de 1901 Santa Maria, RS |
Morte | 23 de agosto de 1996 (95 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | Brasileira |
Cônjuge |
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Partido | Movimento Democrático Brasileiro |
Ocupação | militar |
Serviço militar | |
Lealdade | Brasil |
Serviço/ramo | Exército Brasileiro |
Anos de serviço | 47 anos (1919-1966) |
Graduação | Marechal |
Comandos |
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Conflitos |
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Amigo de Humberto de Alencar Castelo Branco desde a adolescência no Colégio Militar de Porto Alegre, participou da Revolução de 1930 e combateu na FEB como chefe da 2ª Seção (Informações) do seu Estado-Maior. Rompeu sua ligação com Castelo Branco (também oficial do Estado-Maior) no final de 1944 por desentendimentos na Batalha de Monte Castello. No início dos anos 50, apoiou a direita na disputa política no Clube Militar e em 1954 contribuiu para a queda de João Goulart, ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, mas no ano seguinte tornaram-se amigos pessoais. De 1957 a 1959 foi encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek das forças policiais da capital (o Rio de Janeiro) através do DFSP. Suas medidas contra a criminalidade levaram à primeira iteração do que seria chamado de “Esquadrão da Morte”. Teve algumas atribuições diplomáticas na carreira, quase sendo um embaixador em 1961, possuía terras e trabalhou no setor empresarial.
Em 1961 apoiou a posse de Goulart como presidente na Campanha da Legalidade. Até 1963, como chefe do Gabinete Militar e ministro da Guerra, foi o homem forte do presidente no Exército, montando um dispositivo militar para evitar um golpe e aplicar pressão política. Era uma figura à direita em seu governo e conflitos com a esquerda levaram à sua queda do cargo. No seu comando seguinte, o II Exército, responsável por São Paulo e Mato Grosso, já estava em contato com os conspiradores contrários ao presidente. Ainda assim, após a deflagração do golpe em 1964 ofereceu seu apoio a Goulart se rompesse com a esquerda. Com a recusa, deslocou tropas a Brasília, ao Paraná e ao Vale do Paraíba. Sua conferência com o general Âncora em Resende marcou o fim da resistência legalista no I Exército.
Após o golpe foi pré-candidato na eleição indireta vencida pelo presidente Castelo Branco, representando uma tendência ao centro, associada ao governo deposto. Teve responsabilidade pela repressão política sob sua autoridade na ditadura militar. Participou da conspiração do governador paulista Ademar de Barros com vários setores descontentes, até mesmo o Partido Comunista, para um “contragolpe” contra Castelo, mas ela foi infrutífera. Ademar foi cassado sem resistência em 1966 e Kruel passou à reserva quando o governo quis transferi-lo do comando. Em seus últimos anos na vida pública foi deputado federal oposicionista.