Êmica e ética
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Os termos emic e etic foram introduzidos pelo linguista Kenneth Pike, com base na distinção entre phonemics (em português, fonêmica, ramo da análise linguística que estuda a estrutura de um idioma no que se refere aos fonemas segmentais e sua distribuição na cadeia fônica[1]) e phonetics (em português, fonética, estudo dos sons da fala de um idioma).
Segundo Pike, tal distinção, baseada na interpretação (fonêmica) da realidade acústica de um som (fonética), pelo sujeito, [2] deveria ser estendida ao comportamento social. Esses termos, de fato, popularizaram-se na antropologia social, graças a Marvin Harris, que os reutilizou, com acepções ligeiramente diferentes daquelas dadas por Pike, de modo que passaram a ter interesse para a redefinição do método etnográfico, pela nova etnografia da década de 1950, bem para a etnolinguística, a etnosemântica e a etnociência.
Assim, em antropologia, estudos do folclore, ciências sociais e comportamentais, êmica (emic) e ética (etic; a não confundir com ética) referem-se a dois tipos de abordagem na pesquisa de campo e na interpretação dos dados obtidos:[3] a abordagem êmica envolve o entendimento de um grupo social ou de uma cultura da perspectiva interna daquele grupo, enquanto a abordagem ética diz respeito ao entendimento do grupo ou cultura, segundo a perspectiva do observador.