"O desejo de conquista é algo muito natural e comum; aqueles que obtêm êxito na conquista são sempre louvados, e jamais censurados; os que não têm condições de conquistar, mas querem fazê-lo a qualquer custo, cometem um erro que merece ser recriminado."
Capítulo III
"[...] é preciso tratar bem os homens ou então aniquilá-los. Eles se vingarão de pequenas injúrias, mas não poderão vingar-se de agressões graves; por isso, só podemos injuriar alguém se não temermos sua vingança." [1]
Capítulo XV
"De fato, o modo como vivemos é tão diferente daquele como deveríamos viver, que quem despreza o que se faz e se atém ao que deveria ser feito aprenderá a maneira de se arruinar, e não a defender-se. Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz está fadado a sofrer, entre tantos que não são bons." [1]
Variante: "Há (...) uma tão grande distância entre o modo como se vive e o modo como se deveria viver, que aquele que em detrimento do que faz privilegia o que se deveria fazer mais aprende a cair em desgraça que a preservar a sua própria pessoa. Ora, um homem que de profissão queira fazer-se permanentemente bom não poderá evitar a sua ruína, cercado de tantos que bons não são."
- p.75 [2]
Variante: "E é tão diferente o modo como se vive do como se deveria viver, que aquele que desatende ao que se faz e se até ao que se deveria fazer aprende antes a maneira de arruinar-se do que a de preservar-se. Assim, o homem que queira em tudo agir como bom acabará arruinando-se em meio a tantos que não são bons."
- p. 101 [3]
Capítulo XVII
"Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar." [1]
"Os homens tem menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha." [1]
- "E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer,..."
"Quando for preciso executar um cidadão, que haja uma justificativa e uma razão manifesta. E, principalmente, que o príncipe se abstenha de tomar os bens, pois os homens se esquecem mais facilmente da morte do pai do que da perda do patrimônio". [1]
Capítulo XVIII
"[...] e os homens são tão simplórios e obedientes às necessidades imediatas que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar." [4]
"[...] e que ele pareça, ao ser visto e ouvido, todo piedade, todo fé, todo integridade, todo humanidade, todo religião - de resto, parecer possuir esta última qualidade é o que há de mais necessário." [4]
"[...] enfim, nas ações de todos os homens, especialmente nas dos príncipes, quando não há juiz a quem apelar, o que vale é o resultado final." [4]
Variante: "Nas ações de todos os homens, sobretudo na dos príncipes, quando não há juiz para quem reclamar, se olha para os fins. Faça tudo, portanto, um príncipe para vencer e conservar o estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos serão louvados, porque o vulgo se deixa levar pelo que parece e pelo resultado das coisas". [5]
Variante: "Das ações de qualquer homem e mormente das ações de um príncipe (nenhum tribunal sendo competente para julgá-lo) consideramos simplesmente os seus resultados. Em sendo assim, o príncipe deve fazer por onde alcançar e sustentar o seu poder: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos elogiados, e isto porque apenas às suas aparências e às suas consequências ater-se-á o vulgo, este vulgo cuja presença é predominante no mundo."
- p. 88 [2]
Capítulo XXIII
"O príncipe prudente adotará, portanto, um terceiro caminho, escolhendo como conselheiros homens sábios, e dando-lhes inteira liberdade para falar a verdade, mas só quando interrogados, e apenas sobre o que lhes for perguntado. O príncipe solicitará seu parecer sobre tudo, deliberando depois sozinho, do seu próprio modo." [1]
Capítulo XXIV
"É um vício comum a todos os homens, o não se importar com a tempestade no perdurar da bonança."
- p. 119 [2]
Capítulo XXV
"[...], creio que se pode admitir que a sorte seja árbitra da metade dos nossos atos, mas que nos permite o controle sobre a outra metade, aproximadamente." [1]
"Acredito seguramente que é melhor ser impetuoso do que cauteloso, pois a sorte é uma mulher, sendo necessário, para dominá-la, empregar a força; pode-se ver que ela se deixa vencer pelos que ousam, e não pelos que agem friamente. Como mulher, é sempre amiga dos jovens - mais bravos, menos cuidadosos, prontos a dominá-la com maior audácia." [1]
"Se um [homem, príncipe...] pautar as suas ações pela prudência e paciência, e se os tempos e as circunstâncias ocorrem de um modo compatível com a sua conduta, ele será venturoso. Se o tempo e as circunstâncias, porém, mudarem, ele cairá em ruína não alterando o seu comportamento."
- p. 122 [2]
Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio (1517)
"Com efeito, quando a necessidade não força não os homens a combater, a ambição põe-lhes as armas à mão, num frenesi indomável que nunca deixa-os, em qualquer grau a levantar-se".
- En effet, quand la nécessité ne force point les hommes à combattre, l'ambition leur met les armes à la main, indomtable frénésie qui ne les abandonne jamais, à quelque degré qu'il s'élevent.
Existem 3 categorias de cérebros: os que entendem sozinhos, os que, para entender, necessitam dos outros e os que não entendem nem sozinhos nem graças aos outros. Os primeiros são excelentíssimos, os segundos excelentes e os terceiros inúteis.
"Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem."
"Todos os profetas armados venceram e os desarmados foram arruinados"
- O príncipe, com um artigo de Mussolini a servir de introdução - página 28, Niccolò Machiavelli, Francisco Morais - Atlântida, 1935, 132 páginas
"Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios."
- Maquiavel como citado in Dos pés à cabeça: elementos básicos de sociologia do futebol - página 56, Maurício Murad - Irradiação Cultural, 1996, ISBN 8585677171, 9788585677176, 176 páginas
- Les préjugés ont plus de racines que les principes.
- Maquiavel como citado in Principes de sociologie - Volume 1 - Página 174, François Marguerite Barrier - Noirot, 1867 - 464 páginas
"Todos vêem aquilo que tu pareces, poucos sentem o que tu és.
- O PRÍNCIPE: Análise da obra, premissa, breve biografia de Maquiavel, introdução e notas, página 50, Nicollò Machiavelli - Editora Pillares, 2017, ISBN 8581830757, 9788581830759, 280 páginas
"Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo."
- Maquiavel como citado in A polícia e o ideal da sociedade - Página 165, EDUEP, 2003 - 180 páginas
"Os aliados de hoje pode se tornar os inimigos de amanhã."
- l'alleato di oggi può diventare il nemico di domani
- Maquiavel como citado in Machiavelli: anticristo - Página 455, Giuseppe Prezzolini - Gherardo Casini Editore, 1954 - 477 páginas