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hacker brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Walter Delgatti Neto (nascido em 23 de março de 1989, Araraquara, São Paulo),[1][2][3] também conhecido como Hacker de Araraquara ou Vermelho, é um hacker brasileiro. Tornou-se nacionalmente conhecido por invadir celulares de autoridades da Operação Lava Jato e,[4] posteriormente, por supostos crimes praticados em colaboração com a deputada federal Carla Zambelli (PL).[5]
Walter Delgatti Neto | |
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Outros nomes | Vermelho Hacker de Araraquara |
Conhecido(a) por | Vaza Jato |
Nacionalidade | Brasileiro |
Antes de se tornar nacionalmente conhecido por liderar o grupo de hackers que obteve conversas de autoridades da Operação Lava Jato, Walter Delgatti Neto, conhecido por Vermelho, por ter cabelos e barba ruivos, já tinha histórico de antecedentes criminais. No ano de 2013, chegou a ser condenado em segunda instância por desviar cerca de seiscentos mil reais de um banco, mas não chegou a cumprir pena devido à prescrição do crime. Em 2015, foi condenado por estelionato. Em 2018, foi indiciado por tráfico de drogas e falsificação de documentos após a Polícia encontrar entorpecentes, receitas médicas adulteradas e uma carteira estudantil falsa, mas foi inocentado.[6]
Em 2019, o The Intercept Brasil divulgou conversas entre autoridades da Operação Lava Jato que apontavam para possíveis violações dos princípios da imparcialidade, independência e equidistância entre defesa e acusação. Nas conversas, Sérgio Moro orienta a promotoria, sugerindo modificação nas fases da Operação Lava Jato, em combinação com Deltan Dallagnol e outros integrantes da Operação Lava Jato. Posteriormente, noticiou-se que Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", confessou à Polícia Federal (PF) ser responsável pela invasão do celular do ministro Sérgio Moro e de várias outras autoridades.[7][8][9] O hacker preso posteriormente confirmou à PF ter dado ao The Intercept Brasil as informações furtadas.[10][11][12] Delgatti foi descrito pela imprensa como o "hacker que sepultou a Lava Jato".[13]
Em 21 de agosto de 2021, o Hacker de Araraquara foi condenado a vinte anos de prisão, em decorrência das investigações no âmbito da Operação Spoofing.[14][15][16] Segundo a decisão, o grupo liderado por Delgatti teria negociado a venda das informações roubadas por duzentos mil reais, e que desistiram de cobrar pela divulgação após os jornalistas negarem efetuar qualquer espécie de pagamento. No momento da condenação, Delgatti já se encontrava preso pela acusação de ter violado o sistema do Conselho Nacional de Justiça.[17]
Em depoimento à Polícia Federal, o Hacker de Araraquara afirmou ter sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli para prestar serviços criminosos. Segundo ele, Zambelli desejava a invasão do celular de Alexandre de Moraes e a invasão das urnas eletrônicas.[18] Segundo a Polícia Federal, a assessoria da deputada efetuou um Pix de R$ 13.500,00 ao Hacker de Araraquara.[19]
Após tentativas fracassadas de comprometer o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Delgatti conseguiu invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e expedir um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes, assinado pelo próprio ministro.[20]
Na CPMI que investiga a invasão à Praça dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, Delgatti declarou ter se encontrado com Jair Bolsonaro em 10 de agosto de 2022, na presença de Carla Zambelli.[21] Bolsonaro teria solicitado que o Hacker de Araraquara comprometesse o sistema de votação eletrônica para gerar desconfiança sobre processo eleitoral brasileiro. Após Delgatti explicar que não seria possível violar esse sistema, que não é conectado à internet, Bolsonaro teria pedido que ele adulterasse uma urna eletrônica para fazer parecer, às vésperas das eleições, que o equipamento tinha sido comprometido. Aliados de Bolsonaro tentaram descredibilizar Delgatti e suas alegações.[22][23]
Além disso, Delgatti afirmou ter conversado outra vez com Bolsonaro, por telefone. Nessa chamada, Bolsonaro teria dito que o celular de Alexandre de Moraes havia sido grampeado e solicitou que, caso esse grampo viesse a público, Delgatti assumisse a responsabilidade, em troca de um indulto.[23][24] A defesa de Jair Bolsonaro negou todas as alegações.[25]
Em 29 de fevereiro de 2024, a Polícia Federal concluiu o inquérito e indiciou Carla Zambelli e Walter Delgatti por invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).[26]
Em 23 de abril de 2024, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambeli e o hacker Walter Delgatti Neto no âmbito da investigação da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Zambelli foi denunciada como mandante do crime.[27] Em 21 de maio de 2024, por unanimidade, a 1ª Turma do STF tornou Zambelli e Delgatti réus por invasão a sistemas do Judiciário.[28]
Em julho de 2024, o juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, condenou Delgatti Neto por calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na conclusão do caso na primeira instância, o magistrado concluiu que o delito ficou caracterizado, já que Delgatti teve a intenção de atribuir a Bolsonaro um fato que é crime, sabendo que a afirmação é falsa. A decisão fixou pena de 10 meses e 20 dias de detenção — a ser cumprida inicialmente em regime semiaberto —, além do pagamento de 17 dias-multa (o valor ainda será calculado). Cabe recurso.[29]
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