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poeta normando Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Wace, também conhecido como Guace ou Wistace (cerca de 1100, Jersey – entre 1174 e 1183), é um poeta normando conhecido na história da literatura por suas duas maiores obras: o Roman de Brut e o Roman de Rou. No século XVIII ele passou a ser erroneamente chamado de « Robert Wace », e no século XIX passaram a acreditar que ele teria origem nobre.
Ele passa a juventude em Caen onde foi educado para se tornar clérigo..[1] Mais tarde, ele prosseguiu seus estudos na Île-de-France[1] (Chartres ou Paris). Ele voltaria então para Caen para então se dedicar a literatura.[1] No Roman de Rou, ele se dizia um clerc lisant (algo como clérigo leitor). O papel designado por esta expressão gerou uma série de textos literários, apesar de seu senso exato ter se perdido.[1] De todo modo, supõe-se que ele seria um clérigo que se dedicava à leitura ou que era uma espécie de professor.[1] No início de sua carreira literária, Wace escreveu poemas líricos, mas nenhum deles sobreviveu até nosso tempo.[1] Dos textos escritos neste período (1130-1150), apenas três obras hagiográficas sobreviveram.[1] Em 1155, Wace a termina de escrever seu Roman de Brut, uma crônica escrita em francês antigo sobre os reis da Bretanha.[1]
Na terceira parte de sua obra, Wace menciona ter recebido como presente do rei da Inglaterra uma prebenda como incentivo para que escrevesse a obra. Alguns documentos mostram que ele recebeu esta prebenda entre 1165 e 1169.[1] Porém, com o término da obra, Wace diz que o rei deixou de ser generoso com ele, tendo retirado seu direito a este benefício.[1]
A data da morte de Wace é incerta. O evento mais recente narrado por ele data de 1174 e ele menciona Henrique, o Jovem como estando vido na época em que o texto foi escrito. Como este só morreu em 1183, acredita-se que Wace tenha morrido em algum ponto neste intervalo..[1]
No texto, Wace conta sua vida:
- Se l'on demande qui ço dist,
- qui ceste estoire en romanz fist,
- jo di e dirai que jo sui
- Wace de l'isle de Gersui,[2]
- qui est en mer vers occident,
- al fieu de Normendie apent.
- En l'isle de Gersui fui nez,
- a Chaem fui petiz portez,
- illoques fui a letres mis,
- pois fui longues en France apris ;
- quant jo de France repairai
- a Chaem longues conversai,
- de romanz faire m'entremis,
- mult en escris et mult en fis.
- Par Deu aïe e par le rei
- - altre fors Deu servir ne dei -
- m'en fu donee, Deus li rende,
- a Baieues une provende.
- rei Henri segont vos di,
- nevo Henri, pere Henri.
No início de sua carreira literária, Wace escreveu uma série de textos sobre a vida dos santos em versos octassílabos. Apenas três obras chegaram até nós:[1]
O Roman de Brut (ou Brut d'Angleterre), concluído em 1155 é a mais antiga crônica escrita em francês antigo sobre os reis da Grã-Bretanha.[1] Esta obra é composta de 14 866 versos octassílabos.[1] Wace dizia tratar-se de uma tradução, mas era bem mais que isso.[1] Ela é baseada numa das primeiras versões da Historia Regum Britanniae de Geoffrey de Monmouth (cerca de 1138), mas também contém elementos retirados da tradição oral e talvez de outras fontes escritas.[1]
O Roman de Brut traça a história dos reis bretãos a partir de uma suposta origem troiana, passando pela fundação da Inglaterra por Brutus (Brut), até o fim do reinado do rei Arthur, com as invasões dos saxões no fim do século VII. Esta é a primeira obra que faz referência à Távola Redonda,[1] ligando os cavaleiros a certas tradições célticas de onde irá nascer a ideia dos Cavaleiros da Távola Redonda.
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