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Vasco Anes Corte Real (Tavira, c. 1450 — Évora, 26 de fevereiro de 1537), por vezes referido por Vasqueanes Corte-Real, segundo deste nome na família, foi o segundo capitão-do-donatário de Angra e da ilha de S. Jorge, cargo em que sucedeu a seu pai, João Vaz Corte-Real.[1][2] Tal como seu pai e irmãos, foi navegador e explorador dos mares para oeste dos Açores, crendo-se que tenha viajado até às costas da América do Norte.[3]
Vasco Anes Corte-Real | |
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Nascimento | 1450 Tavira |
Morte | 26 de fevereiro de 1537 Évora |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | explorador |
Nasceu provavelmente no Algarve, talvez em Tavira, filho de João Vaz Corte-Real e de sua esposa Maria Abarca,[4] tendo acompanhado os pais quando estes, por volta de 1474, se fixaram na então vila de Angra, na sequência da nomeação de seu pai para o cargo de capitão do donatário na ilha Terceira na parte de Angra.[1] Teve 6 irmãos: Miguel Corte-Real, Gaspar Corte-Real, Joana Vaz Côrte-Real, Iria Corte-Real, Lourenço Vaz Corte-Real e Isabel Corte-Real.[5] Era neto do primeiro Vasco Anes Corte-Real, que também foi alcaide de Tavira e navegador.[6]
Tal como seu pai, Vasco Anes Corte Real foi cavaleiro da Casa Real, ao serviço do rei D. Manuel, tendo permanecido longe da Terceira durante a maior parte da sua vida. Para além do cargo de cpitão do donatário na parte de Angra da ilha Terceira e na ilha de São Jorge, foi alcaide-mor em Tavira, no Algarve. Foi também vedor da Fazenda Real, cargo que já ocupava em 1497, e do conselho de D. Manuel, pelo menos desde 1518.[1]
Combateu em Marrocos, onde em 1495 se notabilizou ao capturar o chefe mouro Mulei Ali ibne Raxide, referido como Ali Barraxo ou Mulei Barraxo nas fontes portuguesas, que um «valentíssimo e famosíssimo mouro, senhor de 22 000 mouros de cavalo, seus súbditos».[7] Os seus descendentes incluíram uma bandeira na heráldica familiar em memória da bandeira capturada deste chefe.
Como filho primogénito, foi o sucessor de seu pai, João Vaz Corte-Real, nas capitanias de Angra e da ilha de São Jorge, em que foi confirmado por carta de 2 de julho de 1497.[1] Também recebeu a propriedade dos ofícios da ilha da Garça, que intentara descobrir, mas não achou, o que confirma que continuou os esforços de descobrimentos no oeste do Atlântico, actividades em que o seu pai e irmãos se haviam notabilizado.
No arranque do caminho de honrarias que faria da família Corte Real uma das mais importantes de Portugal,[8] recebeu muitas outras mercês reais, nomeadamente, em 1500, o monopólio da venda do sal da ilha Terceira. O mesmo rei ainda lhe concedeu a doação de tudo o que seus irmãos Gaspar Corte-Real e Miguel Corte-Real tivessem descoberto nas suas viagens à Terra Nova dos Bacalhaus, em viagens para as quais ele próprio tinha concorrido com a sua fazenda.[1]
Ficou célebre quando foi impedido pelo rei D. Manuel de partir para as costas da América do Norte em busca dos seus dois irmãos ali desaparecidos nas viagens de 1500 a 1502 e dados por perdidos.[1][9] Em consequência disto, é a este Vasco Anes que Fernando Pessoa se refere como o terceiro irmão que quis navegar em busca dos seus outros irmãos que se haviam perdido, no seu poema «Noite», incluído na Mensagem.[10].
Os Corte-Real foram uma família distinta originária de Tavira nos séculos XV e XVI, ligados ao descobrimento da Terra Nova e Labrador e exploração do Canadá cerca do ano de 1472. O NRP Corte-Real (F332), navio da Marinha de Portugal, recebeu este nome como homenagem aos navegadores desta família.[11]
Casou com D. Joana da Silva, filha de Garcia de Melo, alcaide-mor de Serpa. Deste seu casamento com Joana Pereira, nasceram 4 filhos e 2 filhas,[12] a saber:[4]
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