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Vancomicina
composto químico Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Vancomicina é um antibiótico glicopéptidico usado no tratamento das infecções bacterianas. É um péptido tricíclico glicosilado não produzido em ribossoma, mas sim por enzimas específicas. Não é absorvida no intestino e é administrada via intravenosa, exceto no tratamento de infecções do próprio intestino.
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Indicações
Não apresenta atuação sobre bactérias Gram-negativas, micobactérias e fungos. Ativo sobre Gram-positivos. Porém algumas cepas de Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus haemolyticus e Staphylococcus aureus sejam resistente a teicoplanina, entretanto sensíveis a vancomicina.
Microrganismos sensíveis: CIM < 4 mg/l. Resistência: CIM > 32 mg/l Infecção anal e vaginal.
Mecanismo de acção
Inibe a síntese da parede celular da bactéria. Ela bloqueia a incorporação no peptidoglicano das subunidades N-ácido acetilmuramico e N-acetilglucosamina, ao se ligar reversivelmente a estas moléculas. Com parede celular deficiente as bactérias não resistem às pressões osmóticas e morrem.
Até recentemente, a vancomicina era dos poucos antibióticos sem casos descritos de resistência. No entanto, em 2002 uma mulher foi internada em Detroit com infecção por Staphylococcus resistente à vancomicina.[1]
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Resistência antibiótica
Resumir
Perspectiva
O surgimento de resistência à vancomicina, um dos últimos recursos para tratar Staphylococcus multi-resistentes, redundou em cepas de Staphyloccocus que são resistentes a todos antibióticos em uso actualmente. Hoje, para a Vancomicina surtir efeito, ela deve apresentar MIC < 1,0 e a dose ainda deve ser maior do que a prescrita normalmente.
A resistência à vancomicina é um problema crescente, particularmente em locais como hospitais. Sendo a vancomicina um antibiótico de última geração para várias infecções por bactérias gram-positivas, a crescente resistência pode levar ao indesejado cenário de outrora, quando infecções bacterianas eram em sua maioria, fatais. O primeiro relato de Enterococcus resistentes à vancomicina remonta a 1987. Outros microorganismos patogênicos também desenvolveram resistência na década de 90 e começo do século XXI, inclusive Staphylococcus aureus e Clostridium difficile.[2][3] Ainda há a suspeita que o uso em granjas do antibiótico veterinário Avoparcin, um peptidoglicano similar, tenha contribuído para a emergência de cepas resistentes à vancomicina.[4]
A resistência é devida à alterações da estrutura do N-ácido acetilmuramico e N-acetilglucosamina, que nessa forma têm afinidade 1000 vezes menor para se ligar com a molécula do antibiótico. Em Enterococcus também resistentes, aparentemente há uma enzima que modifica as estruturas desses péptidos.
Efeitos adversos
A infusão rápida ou prolongada de vancomicina pode levar ao desenvolvimento da "Síndrome do Homem Vermelho", formalmente conhecida como reação de infusão à vancomicina, é causada pela ativação direta de mastócitos pelo antibiótico que leva a liberação massiva de histamina, com consequente desenvolvimento de uma reação de hipersensibilidade; as manifestações clínicas são resultado da presença de vasodilatação difusa, levando a aparência característica da síndrome, dores musculares e hipotensão. O tratamento é realizado pela administração de agentes anti-histamínicos em pacientes suscetíveis e o prolongamento ou parada da infusão. A ocorrência da Síndrome do Homem Vermelho não é contraindicação ao uso da vancomicina, ao contrária da presença de alergia verdadeira a essa substância.[7]
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História
Foi isolada da fermentação por bactérias de um membro da familia dos Actinomicetes, ou bactérias semelhantes a fungos, Amycolatopsis orientalis (relacionado às Nocardia), pela farmacêutica Eli lilly and company.[8] A patente expirou em 1980.
Referências
- Goldrick, Barbara (novembro de 2002). «First Reported Case of VRSA in the United States: An alarming development in microbial resistance.». AJN The American Journal of Nursing (em inglês). 102 (11). 17 páginas. ISSN 0002-936X
- Smith TL, Pearson ML, Wilcox KR, Cruz C, Lancaster MV, Robinson-Dunn B, et al. Emergence of vancomycin resistance in Staphylococcus aureus. Glycopeptide-Intermediate Staphylococcus aureus Working Group. N Engl J Med 1999;340(7):493-501. PMID 10021469
- McDonald LC, Killgore GE, Thompson A, et al. Emergence of an epidemic, toxin gene variant strain of Clostridium difficile responsible for outbreaks in the United States between 2000 and 2004. N Engl J Med 2005;353:2433-2441. PMID 16322603
- Sivagnanam, Soupramanien; Deleu, Dirk (abril de 2003). «Red man syndrome». Critical Care (London, England) (2): 119–120. ISSN 1364-8535. PMC 270616
. PMID 12720556. doi:10.1186/cc1871. Consultado em 26 de abril de 2025
- Gould, Kate (2016). «Antibiotics: from prehistory to the present day» (PDF). J Antimicrob Chemother. 71 (3): 572 –575. doi:10.1093/jac/dkv484. Consultado em 1 de agosto de 2022
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