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A União Geral dos Trabalhadores (Unión General de Trabajadores em espanhol), UGT, é um sindicato operário espanhol. Fundada em 1888, compartilha origem histórica com o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) evoluindo desde o clássico marxismo para uma orientação socialdemocrata.
A UGT foi fundada por Pablo Iglesias Posse em Barcelona a 12 de Agosto de 1888, coincidindo com a celebração da Exposição Universal de Barcelona de 1888, que empregara milheiros de pessoas em tarefas de construção, trabalhando em duras condições que os conscientizara da necessidade de se organizarem para defender os seus interesses. A UGT nasceu em íntima relação com o socialismo marxista apesar do seu apoliticismo estatutário. Até o seu XIV Congresso de 1920 não assumiu a luta de classes como princípio básico da ação ugetista, embora nunca chegasse a estabelecer um órgão misto de conexão institucional com o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o sindicato esteve relacionado com o partido desde o seu nascimento, já que até a década de 1980 a sindicação à UGT supunha a afiliação ao PSOE e vice-versa.
No período da I Guerra Mundial produziram-se táticas de aproximação e unidade de ação com os anarcossindicalistas da Confederação Nacional do Trabalho (CNT) e os comunistas, interrompidas bruscamente com o advento da ditadura de Primo de Rivera, quando a CNT se opôs ao golpe de estado, sendo portanto proibida pela ditadura, enquanto a UGT amostrava uma atitude de maior passividade que lhe permitiu continuar funcionando.
Durante a época da II República, a crescente influência da UGT, que rebordou o milhão de afiliados, foi aproveitada pela ala mais radical representada por Largo Caballero para apoiar a greve revolucionária, a qual terminou numa insurreição armada contra o Governo republicano, a revolução de 1934, e cujo desenvolvimento violento seria o prelúdio da posterior Guerra Civil durante a qual profundaram as fissuras internas e provocaram a saída de Largo Caballero da Secretaria-Geral em 1937.
Após o exílio derivado da vitória franquista, as atividades da central passaram à clandestinidade durante a ditadura, e ao seu ressurgimento no quadro da transição democrática, com Comissões Operárias (CCOO), constituindo-se como as opções com maior afiliação na Espanha democrática.
Convocou junto a CCOO as greves gerais de 1988, 1992, 1994 e 2002, atingindo também a segunda posição como central sindical em número de delegados.
Seu secretário-geral foi da Transição até 1994 o histórico sindicalista Nicolás Redondo, sendo substituído por Cándido Méndez, reelegido em 1995, 1998, 2002 e 2005.
Em 1994 teve de hipotecar todo o seu patrimônio num crédito do ICO por causa da assunção da totalidade da dívida gerada pela sua cooperativa de moradias PSV após a sua quebra, que afetou mais de 6.000 cooperativistas. Posteriormente, UGT seria eximida de toda responsabilidade penal pelo Tribunal Supremo.
Em 2005, o governo de José Luis Rodríguez Zapatero continuou a devolução do patrimônio sindical apoderado durante e depois da Guerra Civil aos sindicatos UGT e CNT. De alguns coletivos sociais e meios de comunicação, qualificou-se esta devolução como uma amostra de favoritismo para a UGT, pois em 1936 a afiliação na central anarcossindicalista era superior à do outro sindicato e o governo devolveu esse ano à CNT quatro milhões de euros, enquanto devolvia à UGT uma quantidade muito maior. Pelo seu lado, em meios conservadores ABC[1] destacava-se que o dinheiro (151,3 milhões de euros) que a 25 de Novembro se acordou entregar a UGT, se correspondia quase exatamente com os 148,44 milhões de euros que devia entregar para saldar a sua dívida com o Instituto do Crédito Oficial (ICO), consistente no capital[2] e os interesses[3] do empréstimo solicitado, para solucionar a crise da PSV (Promotora Social de Vivendas). Esquerda Unida votou contra desta medida. CC.OO. também protestou por não ter sido consultado. Antonio Gutiérrez, ex secretário geral de Comissões, absteve-se, quebrando a disciplina de voto.[4]
A UGT define-se como "uma instituição eminentemente de trabalhadores, organizados por grupos afins de ofícios e profissões liberais que, para se manterem em sólida conexão, respeita a mais ampla liberdade de pensamento e tática dos seus componentes contanto que estes tendam à transformação da sociedade, para a estabelecer sobre bases de justiça social, de igualdade e de solidariedade."
Desde a sua legalização como organização sindical em 1977, UGT está estruturada como uma organização de caráter confederal, integrada por uniões territoriais, federações e uniões estatais.
A UGT dispõe de vários órgãos confederais eleitos pelo Congresso Confederal, encarregues de aplicar as políticas do sindicato e velar pelo correto funcionamento da organização.
A Comissão Executiva Confederal é a direção do sindicato. Após o último congresso confederal, em 2005, a composição da CEC é a seguinte:
O Comitê Confederal reúne a direção da CEC com os líderes das diferentes uniões territoriais, federações e uniões estatais do sindicato.
Outros órgãos confederais são a Comissão de Garantias e a Comissão de Controlo Econômico.
As Uniões Territoriais ajustam-se ao mapa autonômico espanhol, havendo tantas uniões como autonomias e cidades autônomas.
As Federações e Uniões Estatais são mais antigas, respondem à agrupação por ofícios e são as seguintes:
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