o turismo em Manaus Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O turismo no município de Manaus oferece diversas atrações culturais, gastronômicas e naturais. Fundada em 1669, a capital amazonense é um dos maiores destinos turísticos do Brasil.[2] A cidade oferece uma ampla rede hoteleira, incluindo hotéis de selva em sua região metropolitana.[3] Nos cinco primeiros meses de 2019, Manaus recebeu mais de 285 mil turistas, tanto nacionais e internacionais.[4]
Dentre seus visitantes mais ilustres, está o Papa João Paulo II, que esteve na cidade em 11 de julho de 1980. Durante sua visita à capital amazonense, o Santo Padre participou de uma procissão fluvial embarcado no navio Pedro Teixeira.[5] Em seu discurso de despedida do Brasil, feito em Manaus, estão as seguintes palavras:
Levo nos olhos e no coração tantas imagens de vida e beleza, que me impressionaram neste dinâmico e promissor País, e as últimas e mais impressionantes serão as imagens portentosas destes rios e florestas do Amazonas. — Papa João Paulo II [6]
Em 2008, Manaus inaugurou o AmazonBus, veículo oferecido aos turistas que visitam a cidade, aos moldes de veículos turísticos que já operam em cerca de setenta cidades turísticas do exterior.[7] O AmazonBus percorre 40 pontos turísticos da cidade, dentre os incluídos no roteiro, estão o Teatro Amazonas e a Arena da Amazônia, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), a Praia da Ponta Negra e a Ponte Rio Negro. É uma excursão totalmente panorâmica, ou seja, o turista tem uma visão externa dos principais pontos turísticos.[8] Em 2023, oThe New York Times selecionou Manaus em sua lista dos melhores destinos turísticos do ano.[9] Na menção à capital amazonense, o jornal sugeriu alguns restaurantes para o turista apreciar a culinária de origem indígena.[10] Um dos principais pontos turísticos de Manaus é o Teatro Amazonas, inaugurado de 1896, sendo a obra mais significativa da época áurea da borracha e tombado como Patrimônio Histórico Nacional.[11]
Em pesquisa realizada em 2018 e 2019, a taxa de satisfação dos turistas de navios cruzeiros que passaram pelo Amazonas alcançou o percentual de 77,38%. Os turistas entrevistados em um estudo realizado pela Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) responderam a um questionário contendo 16 itens, entre comidas regionais, internet, opções de lazer, informações turísticas, bares e restaurantes.[12] Em 2024, pela primeira vez um presidente em exercício dos Estados Unidos esteve em Manaus. Joe Biden conheceu o Museu da Amazônia e conversou com lideranças locais.[13]
Teatro Amazonas, principal cartão-postal da cidade, é um dos mais importantes teatros brasileiros.[14] Idealizado pela alta sociedade amazonense durante a Belle Époque, foi construído com recursos provenientes do ciclo da borracha e inaugurado em 31 de dezembro de 1896. Por ser uma obra singular no país e representar o apogeu de Manaus durante o boom da borracha, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN em 1966.[11]
Mercado Municipal Adolpho Lisboa, com mais de 135 anos de história, foi inaugurado em 15 de julho de 1883, sendo um dos mais importantes espaços de comercialização de produtos e alimentos típicos da Amazônia, em função da variedade de espécies de peixes de água doce, artesanatos, frutas, legumes e especiarias, atraindo a atenção e a curiosidade de quem o visita.[15] Por ser um dos principais exemplares da arquitetura de ferro sem similar no Brasil, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN em 1987.[16]
Palacete Provincial é um imóvel datado de 1861 que serviu por mais de 100 anos como quartel da Polícia Militar do Amazonas. Atualmente abriga 5 museus de diferentes linguagens: Museu de Arqueologia, Museu da Imagem e do Som (MISAM), Museu de Numismática do Amazonas, Museu Tiradentes e a Pinacoteca do Estado do Amazonas.[17]
Palácio da Justiça é uma obra centenária concluída no início do século XX para abrigar o Poder Judiciário do Amazonas. Sua inauguração foi realizada em 21 de abril de 1900. É um dos principais exemplares da arquitetura clássica do período áureo da economia da borracha e suas linhas estruturais seguem o estilo renascentista. É um patrimônio cultural do Amazonas, aberto à visitação pública e, também, à promoção das artes, por meio de exposições, espetáculos musicais, teatro, cinema e apresentação de palestras.[18]
Palácio Rio Negro foi construído em estilo eclético, em 1903, para ser residência particular de um abastado comerciante da borracha, o alemão Karl Waldemar Scholz. É um dos prédios mais emblemáticos desse período, que marcou a economia do Estado. O local funcionou como sede do Governo e, em 3 de outubro de 1980, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas. Ao longo dos anos, foi reformado, restaurado e adaptado e, em virtude de sua beleza arquitetônica e relevância histórica, foi transformado em Centro Cultural.[19]
Biblioteca Pública do Amazonas está localizada no Centro Histórico da cidade. Fundada em 1871, é a mais antiga biblioteca pública no estado e a maior em número de acervos. No local é possível encontrar uma coleção de mais 30 mil jornais, que datam até 1886 e que podem ser consultados.[20]
Catedral Metropolitana de Manaus, a primeira grande obra arquitetônica da cidade datada de 1858. A catedral remonta a primeira igreja construída pelos missionários carmelitas em 1695.[21]
Igreja de São Sebastião, construída a partir de 1868, sob a direção de Gesualdo Marchetti de Lucas, possui estilo neoclássico, com alguns elementos medievalistas. Seu interior é marcado por painéis e vitrais europeus, bem ao estilo da época.[22]
Alfândega da cidade, outro ponto turístico, é um conjunto arquitetônico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional.[23]
Ponte Benjamin Constant, localizada na avenida Sete de Setembro, um dos marcos históricos da cidade, fazendo a ligação do Centro da cidade com o bairro da Cachoeirinha. A ponte foi construída no período de 1892 a 1895 com peças importadas da Inglaterra, no governo de Eduardo Ribeiro e contou com supervisão do engenheiro Frank Hirst Hebblethwait.[24]
Museu do Homem do Norte, dispondo de 2.000 itens, foi idealizado pelo sociólogo-antropólogo Gilberto Freyre e criado com o objetivo de reunir um significativo acervo que representasse e refletisse as características e peculiaridades da vida da região norte do Brasil. O acervo foi adquirido ao longo do tempo, por meio de doações, compras, cessões e incorporações.[25]
Museu do Índio foi fundado pela Madre Maddalena Mazoni. Nas seis salas, é possível conhecer sobre rituais e ver objetos usados pelas tribos Tukana, Tikuna, Banivwa, Yanomami e Xavante. As salas são divididas pelos temas: organização social; cerâmica; trançados; usos e costumes; ritos, músicas e danças; e memória.[26]
Teatro Chaminé foi construído em 1910, pela empresa inglesa Manaós Improviments, concessionária de serviços de saneamento, com a finalidade de ser uma usina de tratamento de esgotos da cidade. Com características neo-renascentistas, o espaço possui, ao lado direito, uma chaminé de 24 metros, construída com tijolos compactos refratários, coroada por um chapeló em ferro moldado. Por isso, ficou conhecido como Chaminé.[27]
Monumento à Abertura dos Portos foi construído em 1899 para comemorar a liberação dos portos e rios da Amazônia às nações estrangeiras em 1866. Está localizado em frente ao famoso Teatro Amazonas.
Relógio Municipal, construído em 1929, sendo autor do projeto o amazonense Coriolano Durand, possui estilo neoclássico e engrenagem de origem suíça. Nele há dois mostradores. Em um deles há a inscrição latina Vulnerant omnes, ultima necat, que significa "Todas ferem, a última mata".[28]
Entre prédios e lugares que destacam-se por algum acontecimento histórico ocorrido neste, há a o Colégio Amazonense Dom Pedro II, que surgiu com a designação de Lyceu Provincial Amazonense, através do Regulamento nº 18, de 14 de março de 1869, do presidente da Província, João Wilkens de Mattos, sendo instalado nas dependências do Seminário Episcopal de São José, que a época localizava-se onde hoje se ergue uma das agências do Banco do Brasil, na antiga praça 15 de Novembro.[29]
Panorama do Palacete Provincial e Praça Heliodoro Balbi. É um imóvel datado de 1861 que abriga 5 museus.[30]
O ecoturismo, também chamado de turismo de natureza, todos os anos atrai milhares de turistas à cidade de Manaus.[33]
Encontro das águas é um fenômeno natural causado pelo encontro das águas barrentas do rio Solimões com as águas escuras do rio Negro, as quais percorrem cerca de seis quilômetros sem se misturarem. Esse fenômeno acontece em decorrência da temperatura e densidade das águas, e, ainda a velocidade de suas correntezas.[34]
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, mais conhecido como INPA, conta com um espaço dedicado à divulgação cientifica, educacional e lazer chamado de Bosque da Ciência. O local abriga a vegetação nativa, animais da fauna amazônica de vida livre e atrativos para a visitação turística. Possui uma área de aproximadamente 13 hectares, e está localizado no bairro Petrópolis, zona Sul da cidade de Manaus.[35]
Parque Nacional de Anavilhanas é um arquipélago que abrange mais de 400 ilhas localizadas entre os municípios de Manaus e Novo Airão. Foi criado com o objetivo de preservar o arquipélago fluvial de Anavilhanas, um dos maiores do mundo, bem como suas diversas formações florestais, além de estimular a produção de conhecimento por meio da pesquisa científica e valorizar a conservação do bioma Amazônia com base em ações de educação ambiental e turismo sustentável. Foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.[36]
Parque Estadual Sumaúma foi criado através do decreto N.º 23 721 de 5 de setembro de 2003 com uma área de 51 hectares. É a primeira unidade de conservação estadual localizada na cidade de Manaus.[37]
Parque Municipal do Mindu Com 40,8 hectares de biodiversidade, no centro geográfico de Manaus e a 15 minutos do Centro Histórico, o Parque Municipal do Mindu foi criado a partir de um movimento popular iniciado em 1989, pelos moradores do bairro Parque Dez de Novembro, como forma de proteger o habitat do sauim-de-coleira (Saguinus bicolor). Em 1993 foi oficialmente instituído como espaço protegido, em área de 30,9 ha, e após o Decreto nº 9.043/2007, passa a ter uma área de 40,8 ha. Trata-se de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos.[38]
Jardim Botânico de Manaus, considerado o maior fragmento de floresta preservada dentro de área urbana do Brasil, o jardim botânico possui 5 km² distribuídos em uma faixa de 500 metros de largura por 6 km de comprimento ao longo da borda sul e 4 km ao longo da borda oeste da Reserva Florestal Adolpho Ducke. O local oferece contato direto com a natureza e atrai turistas de diversos lugares do mundo, além disso conta com o Museu da Amazônia (MUSA) e uma torre de observação.[39]
Praia da Ponta Negra, localizada à margem esquerda do rio Negro, a aproximadamente a 13 km do centro de Manaus, é um dos principais cartões-postais da cidade. Possui orla urbanizada, quadras para prática de esporte e um anfiteatro onde são realizadas apresentações musicais, espetáculos teatrais e outras atrações, tornando-a um dos principais pontos turísticos de Manaus.[40]
Praia da Lua, localizada à margem esquerda do rio Negro, distante 23 quilômetros de Manaus, por via fluvial, tem o formato de uma lua em quarto crescente e uma vegetação de rara beleza natural com uma extensão de areia branca e banhada pelas águas negras do rio Negro, límpidas.[41] O acesso ao lugar é feito por barcos regionais que saem de alguns portos da cidade, lanchas fretadas localizadas no pier ao lado do hotel Park Suites, na Ponta Negra.[41]
Praia do Tupé está localizada na margem esquerda do Rio Negro, a 34 km de Manaus. Ela é considerada uma reserva de desenvolvimento sustentável, uma prática que promove a sustentabilidade do ambiente e trazendo retorno financeiro para a população local.[42]
Praia Dourada, uma praia da zona rural de Manaus, distante 20 quilômetros do centro da cidade, sendo banhada pelo igarapé do Tarumã e o rio Negro.[43]
Zoológico do CIGS é um local destinado à manutenção de coleções de animais com as finalidades de exibição, conservação, reprodução e educação ambiental, voltada para a rica fauna e flora presente na região. Para isso, mantém projetos educativos, científicos e culturais, contribuindo para a conservação da fauna e da flora, e para a formação do cidadão. Sua área de visitação constitui espaço ideal para lazer e conhecimento. A Educação Ambiental é realizada diariamente, são mais de 140 mil visitante por ano e metade desses visitantes são alunos da rede pública de ensino, crianças, adolescentes e jovens que estão firmando suas convicções referentes à conservação e preservação ambiental.[44]
A inserção da cidade de Manaus na rota dos grandes eventos nacionais — e internacionais — é um ciclo que foi iniciado com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e que atraiu eventos subsequentes, confirmando a cidade como um novo destino dos eventos de grande porte. Os Jogos Olímpicos Rio 2016 foram exemplo disso. Manaus só conseguiu entrar no seleto grupo de seis cidades brasileiras que sediaram a Olimpíada por conta dos excelentes resultados obtidos com a organização da Copa do Mundo. Foi uma das poucas cidades no País e uma das únicas no mundo a sediar os dois principais mega-eventos esportivos mundiais.[45]
A Marcha para Jesus é um evento internacional e interdenominacional (ou seja, realizado conjuntamente por diversas denominações evangélicas) que ocorre anualmente em milhares de cidades espalhadas pelo mundo. Todos os anos o evento reúne milhares de pessoas na cidade de Manaus.[50]
Organizado inicialmente como evento de encerramento das atividades anuais, o Concerto de Natal foi sendo ampliado e sofrendo mutações no seu conceito, a ponto e ser transformado em espetáculo que já reuniu quase quatro mil artistas em cena, dos grupos profissionais, semi-profissionais, não profissionais e grupos populares de várias manifestações artísticas.[51]
Todos os anos, o Concerto de Natal conta com a participação de artistas do Corpos Artísticos do governo do Estado, dentre eles, a Orquestra Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas, Corpo de Dança do Amazonas e Balé Folclórico do Amazonas. Há também a participação de alunos do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro.[51]
Desde 2002 a Nova Igreja Batista (NIB) organiza um espetáculo natalino a partir da segunda semana de dezembro chamado "Um Sonho de Natal", que faz parte do calendário oficial do município.[52] As apresentações duram cerca de 1 hora e 35 minutos, trazendo o significado do Natal em sua essência, que é o nascimento de Jesus.[53] É feita uma mescla artística de teatro, dança, coreografia interpretativa, coral, balé, patins artístico, percussão, artes acrobáticas e circenses, pantomima, fantoches e orquestra.[54]
Manaus consolidou seu réveillon como produto turístico junto ao mercado exterior devido ao trabalho realizado desde 2014, quando o evento deixou o palco do Anfiteatro e passou a ser realizado na praia da Ponta Negra, às margens do Rio Negro, reunindo um público médio de mais de 200 mil pessoas e transformando o Réveillon de Manaus em um dos principais produtos turísticos da região Norte do País. Somente as últimas cinco edições reuniram um público de 1,3 milhão de pessoas.[45]
Panorama da Praia da Ponta Negra onde todos os anos acontece a tradicional queima de fogos com 10 minutos de duração.[55]
Boi Manaus
O mês de aniversário da Cidade é marcado tradicionalmente pelo Boi Manaus, evento que traduz a hospitalidade do povo manauara no ritmo que é uma das bases de sua cultura plural: o boi-bumbá. O evento, nascido em 1997, passou a ser uma das comemorações oficiais de aniversário da cidade desde então.[45]
Realizado no Complexo Turístico Ponta Negra desde 2015, quando teve formatação repaginada para se tornar produto turístico nacional, o Boi Manaus costuma reunir um público de mais de cem mil pessoas em dois dias de festa. Os artistas e itens dos bumbás se apresentam em cima dos trios elétricos, levando o público a uma experiência diferenciada ao som do ritmo regional.[45]
Passo a Paço
Iniciado em 2015, o Passo a Paço, projeto de ocupação cultural do Centro Histórico de Manaus, vem expandindo fronteiras a cada edição, consolidando-se como o Festival de Artes Integradas da Amazônia, por meio da promoção do encontro de variadas expressões e linguagens artístico-culturais, nacionais e locais, no berço histórico da capital amazonense.[45]
A programação, realizada pela Prefeitura de Manaus, conecta gastronomia contemporânea regional a música, teatro, dança, instalações culturais e exposições de artes plásticas, proporcionando novas vivências e experiências ao público em meio ao sítio histórico manauara.[45]
O evento acontece anualmente, no segundo semestre, no entorno do Paço da Liberdade, um dos últimos exemplares da arquitetura neoclássica do Brasil e que hoje abriga o Museu da Cidade de Manaus.[45]