Tim Holt passou a maior parte da infância no rancho da família, em Fresno e estreou no cinema em Fibra de Herói (The Vanishing Pioneer, 1928), estrelado por seu pai, Jack Holt. Em 1933 entrou para a Academia Militar de Culver, Indiana. Lá se destacou em vários esportes, como futebol americano, pólo e boxe, e também no teatro. Após voltar para a Califórnia, decidiu-se definitivamente pelo cinema, começando com um pequeno papel em A História Começou à Noite (History Is Made at Night, 1937). Sua carreira ganhou impulso ao participar de No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939), de John Ford. De 1941 a 1943 trabalhou em filmes importantes e estrelou uma festejada série de pequenos faroestes para a RKO, inclusive durante as licenças da Força Aérea, onde se alistara em 1942. Já como Tenente, Holt lutou no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, tendo tomado parte em cinqüenta e nove missões a bordo de um bombardeiro B-29.
Depois de dar baixa em 1945, Holt voltou ao cinema, inicialmente em Paixão de Fortes (My Darling Clementine, 1946), outro filme de Ford. Entre 1948 e 1952 fez sua segunda e mais famosa série de faroestes para a RKO. Já fora do cinema, Holt mudou-se para um rancho no Oklahoma e trabalhou na televisão, inclusive no piloto da telessérie não aprovada, "Adventure in Java", com Charles Bronson. Nos anos 1960, foi executivo em Denver, Colorado. Em 1971 voltou para Oklahoma City, Oklahoma, onde assumiu o departamento comercial de uma emissora de rádio. Nesse mesmo ano fez sua última aparição no cinema, no policial This Stuff'll Kill Ya.
Em 1972 foi diagnosticado com câncer no cérebro, vindo a falecer em quinze de fevereiro do ano seguinte, em Shawnee, Oklahoma. Holt foi casado três vezes. Suas esposas foram: Virgina Mae Ashcroft (1938-1944), Alice Harrison (1944-1951) e Birdee Stephens, de 1957 até sua morte. Foi pai de três filhos: Jack, Bryanna e Jay.
Ao contrário dos outros atores de faroestes B, Tim Holt sabia interpretar. Daí que tenha feito tantos filmes importantes, como Soberba (The Magnificent Ambersons, 1942), de Orson Welles, O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of Sierra Madre, 1948), de John Huston, além de No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939) e Paixão de Fortes (My Darling Clementine, 1946), ambos de John Ford. Apesar disso, Holt sempre voltava aos modestos faroestes, porque era disso que gostava e porque a vida glamurosa de Hollywood não tinha interesse para ele.
Seus filmes eram produções bem cuidadas, que continuaram assim até o final, como sucedeu somente com Gene Autry e Roy Rogers. Cada produção custava em torno de noventa mil dólares e rendia até quinhentos mil.
Holt teve vários sidekicks (companheiro, boboca, parceiro ou ajudante, no Brasil). A primeira série, entre 1941 e 1943, chegou a funcionar como um trio Western, com Ray Whitley (doze filmes) co-estrelando e cantando e Emmett Lynn (os quatro primeiros) e Lee "Lasses" White (os oito seguintes) fazendo o humor. As seis últimas fitas dessa fase foram feitas como dupla, com Cliff "Ukelele Ike" Edwards. Também na segunda série, de 1948 a 1952, Holt só teve um parceiro: o ator Richard Martin, no papel de Chito.
Tim esteve entre os dez cowboys mais populares em 1941, 1942 e 1943 e depois de 1948 a 1952.
Os Filhos de Hitler (Hitler's Children, 1943) de Edward Dmytryk, um esforço de guerra patriótico estrelado por Holt, foi um dos maiores sucessos comerciais da história da RKO: custou menos de duzentos mil dólares e rendeu mais de cinco milhões.
Gary Dowell, Don Mangus, James L. Halperin (editor) (2005).Heritage Comics Auctions, Dallas Signature Auction Catalog #819Heritage Capital Corporation. 278 p. ISBN 9781599670218
Fontes
ARANTES, Marcus Vinicius de Lima, Tim Holt, O Herói Real, edição particular, 1983
RAINEY, Buck, The Aristocratic Cowboy in Heroes of the Range, Waynesville, EUA: The World of Yesterday, 1987 (em inglês)