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Tigrés ou Tigray refere-se a populações cujo idioma é o tigré, uma língua semítica falada no oeste e no noroeste da Eritreia e em partes do Sudão. Embora o termo seja usualmente aplicado aos povos falantes dessa língua, esses povos não se identificam coletivamente como "tigrés" e sim de acordo com os respectivos nomes tribais. Os principais grupos são Beni Amer, Beit Asgade, Mensa, Marya e uma parte dos Bilen. Como segunda língua, o tigré também é falado pelos Nara (ou Barea).[3]
Tigré ትግሬ | ||||||
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Jovem pastora de Aksum | ||||||
População total | ||||||
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Regiões com população significativa | ||||||
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Línguas | ||||||
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Religiões | ||||||
Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo | ||||||
Grupos étnicos relacionados | ||||||
Oromas; Bejas; Gurage; Somalis; Amaras; Agaus; Tigrínios |
Muitos desses grupos são pastores nômades - criadores de camelos, bovinos e ovinos -, enquanto que, nas áreas mais férteis do Altiplano Eritreu, são numerosos os agricultores sedentários. Característica dos Beni Amer e de outros grupos é a divisão social em aristocratas e servos, tal como numerosos povos pastores da África.[3]
São povos intimamente relacionados aos tigrínios[4] e aos bejas (particularmente aos hadendoas).[5]
Atualmente muçulmanos em sua maioria, também havia, até o século XIX, numerosos cristãos entre eles. [3]
Segundo a tradição, os tigrés são oriundos do antigo Reino de Sabá, governado por Menelik I, filho do rei Salomão e da Rainha de Sabá,[6] tal como os sacerdotes da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo (Ge'ez ካህን Kahin). Sempre conforme a tradição, Menelik I teria sido o primeiro rei da dinastia salomônica etíope, a qual levaria à criação, no século I, do Reino de Aksum, depois Império Etíope (na Europa, chamado de Abissínia, durante o período colonial), extinto em 1974, com a destituição do Imperador Hailé Selassié.[7]
Como pastores nômades, viviam nas planícies do norte, oeste e litoral da Eritreia (Gash-Barka, Anseba e Mar Vermelho Setentrional). Gradualmente uma pequena parcela migrou para o nordeste do Sudão, em busca de água e melhores áreas de pastagem.[2]
Historicamente, a civilização etíope nasceu na antiga região Tigré. O primeiro reino desse povo teve lugar no século IX a.C.. O mesmo povo daria origem ao Reino de Aksum, uma das civilizações mais poderosas do mundo antigo e que existiu desde o século I até o século X. Acredita-se que os ancestrais dos tigrés tenham migrado para a região pouco antes do século I. Os tigrés compartilham essa herança comum com os cristão tigrínios - o antigo Reino de Aksum -, e tanto a língua tigré quanto o tigrínio estão relacionados ao Ge'ez, a antiga língua litúrgica da Etiópia. Assim, os tigrés muçulmanos são algumas vezes chamados de tigrés setentrionais, a fim de distingui-los dos tigrínios, que vivem no sul.[8]
A maioria dos tigrés (95,5%) aderiu ao islamismo sunita, mas ainda há um pequeno número de cristãos (membros da Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo, muitas vezes referidos como Mensai).[9]
Os primeiros tigrés convertidos ao Islã viviam nas ilhas no Mar Vermelho e se converteram no século VII, durante os primeiros anos da religião. Os tigrés continentais adotaram o islamismo muito mais tarde, já no século XIX.[4]
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