Loading AI tools
álbum de David Bowie Da Wikipédia, a enciclopédia livre
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (muitas vezes encurtado para Ziggy Stardust) é o quinto álbum de estúdio do músico britânico David Bowie. A obra é inspirada num rock star fictício chamado Ziggy Stardust,[4] sendo que alcançou a quinta posição nas paradas do Reino Unido e o n°75 na Billboard Music Charts, dos Estados Unidos.[5]
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Álbum de estúdio de David Bowie | |||||||
Lançamento | 16 de Junho de 1972 | ||||||
Gravação | 7 de Setembro até Novembro de 1971 e de 12 a 18 de Janeiro de 1972 no Trident Studios, Londres | ||||||
Gênero(s) | |||||||
Duração | 38:37 | ||||||
Gravadora(s) | RCA | ||||||
Produção | Ken Scott, David Bowie | ||||||
Opiniões da crítica | |||||||
| |||||||
Cronologia de David Bowie | |||||||
| |||||||
Singles de The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars | |||||||
|
O álbum conta a história do alter ego de Bowie, Ziggy Stardust, um rock star que age como um mensageiro de seres extraterrestres. Bowie criou Ziggy Stardust em Nova York, enquanto promovia Hunky Dory, e interpretou-o numa turnê por Reino Unido, Japão e América do Norte.[6] O álbum e seu personagem ficaram conhecidos pelas influências no glam rock e pelos seus temas, que tratavam de exploração sexual e de visão de vida. Esses fatores, ao lado das ambiguidades que cercavam a sexualidade de Bowie, e corroborados pela performance inovadora de "Star Man" no Top of the Pops,[7] levaram o álbum a ter um caráter controverso e a ser considerado uma obra seminal.[8]
The Rise and Fall of Ziggy Stardust é sobre um rock star bissexual alienígena; o conceito do álbum explora os campos da artificialidade do rock em geral, discutindo questões políticas, sobre uso de drogas e sobre orientação sexual.[9]
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars foi por várias vezes considerado um dos maiores álbuns de todos os tempos: a revista Rolling Stone, por exemplo, classificou o album na 35° posição. Foi classificado como o vigésimo melhor por uma pesquisa britânica, em 1997, e o 24° melhor pela revista Q e um dos 100 melhores lançamentos pela revista Time. Um filme de concerto de mesmo nome foi lançado em 1973, sendo dirigido por D.A. Pennebaker. O álbum foi aclamado pela revista Melody Maker como o melhor disco dos anos 70.[10]
O álbum apresenta, mesmo que vagamente, a estória do personagem "roqueiro" chamado Ziggy Stardust.[11] Ziggy é a manifestação humana de um ser alienígena que está tentando apresentar à humanidade uma mensagem de esperança nos cinco últimos anos de sua existência. Ziggy Stardust representa o rock star definitivo: sexualmente promíscuo, selvagem no uso de drogas, porém portador de uma mensagem que, no fim das contas, é sobre paz e amor. Ele é destruído pelos consumos que faz e pelos fãs que inspirou.
A personagem de Ziggy foi inspirada pelo cantor de rock britânico Vince Taylor, que Bowie havia conhecido justamente após Taylor ter tido um colapso e começado a acreditar que era um cruzamento entre um deus e um alienígena;[12] mas Taylor era somente parte do esboço do personagem:[13] outras influências incluíam Legendary Stardust Cowboy[14] e Kansai Yamamoto,[15] que criou as roupas usadas por Bowie durante a turnê.[16] O nome Ziggy Stardust veio em parte de Legendary Stardust Cowboy, e em parte, segundo o que Bowie disse à Rolling Stone, porque Ziggy era "um dos poucos nomes cristãos que consegui achar começando com a letra 'Z'".[14] Mais tarde, numa entrevista à revista Q, ele explicou que Ziggy vinha em parte de uma loja de alfaiate chamada Ziggy's, pela qual ele passou num trem, e da qual ele gostou porque tinha "aquela conotação de Iggy [Pop], mas era o nome de uma loja de alfaiate, e eu pensei: 'Bem, essa coisa toda vai ser sobre roupas, então chamá-lo de Ziggy vai ser minha piadinha particular'. Então Ziggy Stardust era uma verdadeira compilação de coisas".[14][14]
The Spiders from Mars foi a banda que acompanhou David Bowie/Ziggy Stardust de 1971 até meados de 1973. A banda era composta por Mick Ronson (guitarra, piano e backing vocals), Trevor Bolder (baixo) e Mick Woodmansey (bateria). As alcunhas que Bowie deu e estes dois últimos foram de Weird e Gilly, respectivamente. Os três eram originários de Hull e haviam participado juntos em vários grupos antes de Spiders from Mars.[17]
Dos três membros, foi Ronson quem obteve mais atenção e foi uma peça chave no som do disco, devido a sua técnica com a guitarra, sendo considerado um dos melhores guitarrristas da história do rock.[18] Em 1994, Bowie se referiu a Ronson como "o contraponto perfeito para a personagem de Ziggy, um nortense grosseiro com uma atitude insolentemente masculina". A respeito da relação entre os dois como uma dupla de rock, a definiria como "um yin e yang à moda antiga, o todo o melhor de Mick Jagger e Keith Richards ou de Axl Rose e Slash, a personificação desse tipo de dualidade no rock'n'roll".[17]
O grupo se separou durante a turnê de 1973, após a gravação de seu seguinte álbum, Aladdin Sane, terminando assim sua colaboração com Bowie e iniciando a carreira solo de Mick Ronson. Por sua parte, Bolder e Woodmansey começaram a trabalhar como músicos contratados por outros grupos e, em 1976, lançaram um disco como The Spiders from Mars, que não obteve sucesso.
O álbum foi gravado nos estúdios Trident de Londres entre 9 de setembro de 1971 e 18 de janeiro de 1972, tendo sido produzido por Ken Scott e pelo próprio Bowie. Seu título teve como inspiração uma canção de 1967 pertencente ao repertório de The Rats, um dos primeiros grupos dos membros de The Spiders from Mars e cujo título era The Rise and Fall of Bernie Gripplestone. Este tema foi proposto pelo baterista da banda, John Cambridge, que posteriormente integraria o grupo de Bowie, até que em 1970 foi substituído por Woody Woodmansey.[19]
Musicalmente, o disco marcou uma diferença do rock que predominava no final dos anos 1960 e no começo dos anos 1970, com grandes desenvolvimentos e solos de guitarra, recebendo em troca influências de outros grupos que Bowie admirava, como T. Rex, The Stooges e The Velvet Underground. O som da guitarra de Mick Ronson evocava os guitar heroes da época, mas acrescentando mais dinamismo. Na parte vocal, Bowie enfatizou o dramatismo, tomando como referência as canções de Jacques Brel.[19]
As canções do primeiro lado do disco são em sua maior parte de tempos médios e não são mencionados os nomes de Ziggy Stardust nem de sua banda, o que faz com que esses primeiros temas possam ser vistos como a primeira parte da história de Ziggy ou como um caso à parte do álbum.
No lado B do disco, predominam típicas canções de glam rock, baseadas em enérgicas guitarras e, diferentemente do lado A, há alusões claras a Ziggy Stardust e sua banda.
As fotografias que ilustram o álbum foram tiradas em 1972 pelo fotógrafo Brian Ward durante uma noite chuvosa em Heddon Street, em Londres, onde o fotógrafo tinha seu estúdio. No total, foram tiradas 17 fotografias em preto e branco, dos quais duas foram escolhidas como capa e contracapa, respectivamente, depois de serem coloridas à mão.[21]
A capa do álbum mostra David Bowie/Ziggy Stardust vestido de macacão azul perto do portão número 23 dessa rua. Na mão direita leva uma guitarra elétrica ao apoiar o pé esquerdo em uma lata de lixo. Outros detalhes característicos da capa são a lâmpada de gás que dá à imagem uma luz sombria e obscura e um cartaz sobre a cabeça de Bowie com a legenda "K. West", que em 1980 seria roubado por um seguidor do artista.[22]
A parte traseira mostra Bowie dentro de uma cabine de telefone também localizada em Heddon Street, ao lado de uma lista de canções e uma recomendação conclusiva sobre o disco: To be played at maximum volume (Para ser tocado no volume máximo). O livreto interior contém outras quatro fotografias em preto e branco de Bowie, Ronson, Woodmansey e Bolder tiradas no estúdio de Brian Ward após a sessão fotográfica anterior e que imitam intencionalmente a estética de Laranja Mecânica.[23]
Uma das tantas influências que David Bowie cravou na história da música foi a solidificação do art rock e toda a concepção artística que se vê hoje em dia por trás de tantos artistas.
Novos e diferentes temas, androgenia, figurino, turnês conceituais, elementos de ficção científica e tantos outros aspectos artísticos citados por Bowie na divulgação do álbum foram responsáveis por todo o conceito artístico e bizarro que se vê hoje em dia, principalmente em cantoras pop como Lady Gaga e Sia. The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars ajudou também a impulsionar o glam rock e até mesmo o movimento punk.[24]
Embora não seja um disco punk, muitas características do movimento estão inseridas ali: a rebeldia de David Bowie notada em sua androginia, toda a ideia do "Faça você mesmo" (Do It Yourself), "Sexo, Drogas e Rock 'n' Roll" incorporadas nas atitudes do cantor, além de canções como Hang On to Yourself que flertam bastante com o estilo do The Clash e do Sex Pistols. Através de Soul Love, David Bowie começava a inserir o Soul e o R&B no rock britânico. Esse seria o primeiro sinal de transformação do cantor alguns anos depois, onde lançaria álbuns inteiramente dedicados ao Soul como Young Americans, e parcialmente como Diamond Dogs.[24]
Todas as faixas escritas e compostas por David Bowie, exceto onde indicado.
Lado A | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
N.º | Título | Duração | ||||||||
1. | "Five Years" | 4:44 | ||||||||
2. | "Soul Love" | 3:33 | ||||||||
3. | "Moonage Daydream" | 4:35 | ||||||||
4. | "Starman" | 4:13 | ||||||||
5. | "It Ain't Easy" (Ron Davies) | 3:00 |
Lado B | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
N.º | Título | Duração | ||||||||
6. | "Lady Stardust" | 3:20 | ||||||||
7. | "Star" | 2:50 | ||||||||
8. | "Hang On to Yourself" | 2:40 | ||||||||
9. | "Ziggy Stardust" | 3:13 | ||||||||
10. | "Suffragette City" | 3:25 | ||||||||
11. | "Rock 'n' Roll Suicide" | 3:00 |
Faixas Bônus | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
N.º | Título | Duração | ||||||||
1. | "John, I'm Only Dancing" (Mixagem alternativa não lançada anteriormente) | 2:43 | ||||||||
2. | "Velvet Goldmine" (single Lado B do relançamento de Space Oddity em 1975 pela RCA;originalmente gravado durante as sessões de Hunky Dory em 1971) | 3:09 | ||||||||
3. | "Sweet Head" (Faixa não lançada anteriormente) | 4:14 | ||||||||
4. | "Ziggy Stardust" (demo) | 3:35 | ||||||||
5. | "Lady Stardust" (demo) | 3:35 |
A banda pós-punk Bauhaus lançou em Outubro de 1982, uma versão da música "Ziggy Stardust" lançando-a como single que alcançou a 15ª posição nas paradas britânicas.[25]
A banda de rock brasileira Nenhum de Nós gravou uma versão da música "Starman" intitulada "Astronauta de Mármore", que fez muito sucesso no Brasil.[26]
Em 2005, Seu Jorge produziu um álbum chamado "The Life Aquatic Studio Sessions" com 14 versões para músicas de Bowie, muitas delas foram retiradas desse álbum, como trilha sonora para o filme "The Life Aquatic with Steve Zissou". As traduções para português não são exactas, Seu Jorge mantém as melodias e o estilo, mas altera bastante as letras.[27]
|título=
(ajuda)Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.