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Teodoro Gabras (em grego: Θεόδωρος Γαβρᾶς; m. 1099) foi um governador bizantino da região do Ponto que se envolveu em uma revolta contra o imperador Aleixo I Comneno por volta de 1091. Pai de Gregório Gabras, foi o membro da importante família anatólica dos Gabras. Casou-se duas vezes, a segunda com uma princesa georgiana, possivelmente Maria, filha do rei Pancrácio IV (r. 1027–1072) e irmã da princesa bizantina Maria de Alânia.
São Teodoro Gabras | |
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Neomártir | |
Nascimento | século XI |
Morte | 1099 |
Veneração por | Igreja Ortodoxa |
Festa litúrgica | 2 de outubro |
Portal dos Santos |
Durante seu mandato como duque da Cáldia, a região era vista como um Estado semi-independente, embora ainda vinculado ao poder central bizantino. Esteve envolvido na guerra contra os turcos, em especial os danismendidas,o que custou-lhe a vida. Teodoro Gabras é considerado neomártir e santo pela Igreja Ortodoxa e é celebrado em 2 de outubro.[1]
Teodoro era nativo da Cáldia e passou a maior parte de sua vida adulta servindo ao exército bizantino. Violento e energético, ganhou fama considerável como soldado, dito corajoso e inteligente, com uma bela carreira de sucessos. Os relatos afirmam que raramente falhou em suas missões militares e invariavelmente superava seus inimigos. Quando encomendou um belo evangelho atualmente preservado em São Petersburgo em 1067, já intitulava como patrício, topoterita e hípato.[2] Porém, sua maior glória foi recapturar Trebizonda dos turcos seljúcidas em 1075[3], cidade que governou por um tempo como se fosse um feudo próprio.[4]
No final da década de 1080, Teodoro estava morando em Constantinopla. Lá, Aleixo I o mantinha sob vigilância, pois o trono ainda não estava plenamente assegurado e o imperador temia, conhecendo as características de Teodoro, que ambicionasse algo. Assim, com o objetivo de evitar tentações desnecessárias, Aleixo nomeou formalmente Teodoro duque de Trebizonda e ordenou-lhe que assumisse imediatamente o posto. Deixando seu primogênito Gregório na corte com o sebastocrator Isaque Comneno, de cuja filha era noivo, Teodoro assumiu seu novo posto.[4]
Logo em seguida, sua primeira esposa Irene [Taronitissa] faleceu e Teodoro se casou novamente, aparentemente em 1091, com uma "nobilíssimo" senhora de "Alânia" e prima de primeiro grau da esposa de Isaque Comneno. De acordo com o professor Cyril Toumanoff, esta senhora era a princesa georgiana da dinastia Bagrationi, Maria, filha do rei Pancrácio IV e irmã da princesa bizantina Maria de Alânia.[5] Quando este fato se tornou público, o noivado entre Gregório e a filha de Comneno foi desfeito, pois os dois nubentes eram agora considerados parentes e o casamento seria ilegal pelas leis civis e eclesiásticas.[6] Aleixo, porém, estava preocupado com a reação de Teodoro e, por isso, manteve Gregório na corte como refém para assegurar o bom comportamento do pai dele.[4]
Em 1091, Teodoro tinha voltado à capital e exigiu que seu filho lhe fosse devolvido. Aleixo recusou, alegando que tencionava casar o garoto com uma de suas próprias filhas. Sem acreditar no imperador, Teodoro articulou um plano para resgatar Gregório e levá-lo em segurança para Trebizonda. Teodoro inicialmente concordou em entregar o filho, mas, na véspera de sua partida, jantou com o sebastocrator - de quem agora era parente através de sua nova esposa alana - e implorou-lhe pelo direito de passar mais vinte e quatro horas com o rapaz, ao que Isaque acedeu.[4]
No dia seguinte, Teodoro perguntou se Gregório poderia acompanhá-lo na primeira parte de sua viagem, até Sostênio, onde pretendia acampar, no que foi também atendido. Porém, Teodoro pediu que o filho o acompanhasse no trecho seguinte da viagem, o que começou por lhe ser negado, mas que acabou por conseguir. O grupo chegou até o porto de Faros, onde Teodoro embarcou em segredo num navio mercante juntamente com Gregório e ambos fugiram pelo Êuxino.[4]
Este ato de desobediência instigou Aleixo a agir, enviando um esquadrão de navios para prender Teodoro com ordens de trazer Gregório de volta para capital a qualquer custo. As forças de Aleixo tomaram o navio perto da cidade de Egino e avisaram Teodoro que se se recusasse a entregar o filho, seria preso como rebelde. Teodoro, ainda distante de sua cidade e em minoria, recuou e permitiu que os emissários de Aleixo partissem com seu filho enquanto prosseguia para Trebizonda. Gregório tentou escapar, mas seu plano foi descoberto e foi aprisionado em Filipópolis.[4]
Uma pessoa com os talentos militares de Teodoro era algo bom demais para ser desperdiçado e em 1097 ele estava de novo na linha de frente do exército, desta vez lutando contra os turcos como parte da aliança inicial dos bizantinos com a Primeira Cruzada. Enquanto os "francos" estavam ocupados com o Cerco de Antioquia, Teodoro marchou com Aleixo e o ajudou a recapturar as cidades na parte ocidental da Ásia Menor. Teve um papel de destaque na captura de Palperta (atual Bayburt), que foi em seguida cercada pelos turcos, que planejavam recapturá-la.[7]
Em 1099, durante uma campanha na região de Teodosiópolis, foi capturado pelos danismendidas e foi martirizado.[8][9] Seu filho caçula ou sobrinho, Constantino Gabras, o sucedeu como duque da Cáldia durante algum tempo, provavelmente muito pouco, antes da morte de Aleixo I em 1118.[10] Teodoro é considerado santo pela Igreja Ortodoxa e sua festa é celebrada em 2 de outubro.[1] Um santuário lhe foi erigido e dedicado no passo do Córrego Profundo (em grego: Βαθυρύαξ; romaniz.: Bathyrýax; atual passo Kalınırmak, Sivas).[11]
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