Loading AI tools
programa infantil brasileiro produzido e exibido pela TV Globo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
TV Colosso foi um programa infantil de televisão brasileiro que substituiu o Show do Mallandro na TV Globo. O programa foi exibido entre 19 de abril de 1993 a 3 de janeiro de 1997. Criado e dirigido por Luiz Ferré, Beto Dorneles e Boninho, o programa era protagonizado por bonecos caracterizados como cães, simulando todas as instâncias de uma emissora de TV; do presidente ao office-boy.
TV Colosso | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Logomarca do programa | |||||||
Informação geral | |||||||
Formato | didático | ||||||
Gênero | Infantil Comédia Sátira | ||||||
Duração | 240 minutos | ||||||
Estado | Cancelado| Extinto | ||||||
Criador(es) | J.B. de Oliveira Luiz Ferré Beto Dorneles | ||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | português | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Luiz Ferré Mário Meirelles J.B. de Oliveira Roberto Dornelles | ||||||
Produtor(es) | Mara Martins Sérgio Barata Lisa Cisconeto Gilson de Souza | ||||||
Produtor(es) executivo(s) | Flávio Goldemberg | ||||||
Cinematografia | Multicâmera | ||||||
Roteirista(s) | Laerte Angeli Glauco Luis Gê Fernando Gonsales Valério Campos Toninho Neto | ||||||
Vozes de | Carlos Seidl Carmen Sheila Garcia Júnior Guilherme Briggs Hamilton Ricardo Hércules Franco Isis Koschdoski Márcio Simões Marco Antônio Costa Marco Ribeiro Mário Jorge Mauro Ramos Mônica Rossi Reynaldo Buzzoni Sheila Dorfman | ||||||
Tema de abertura | "Eu não Largo o Osso" (por Paquitas) | ||||||
Composto por | Michael Sullivan e Paulo Massadas | ||||||
Tema de encerramento | "Eu não Largo o Osso" | ||||||
Empresa(s) produtora(s) | Criadores e Criaturas Central Globo de Produção | ||||||
Localização | Cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Distribuição | TV Globo
Criadores e Criaturas | ||||||
Formato de exibição | 480i SDTV | ||||||
Formato de áudio | Estéreo | ||||||
Transmissão original | 19 de abril de 1993 | – 3 de janeiro de 1997||||||
Cronologia | |||||||
|
Havia a protagonista sheepdog, Priscila; o operador, Borges, um bulldog que era o diretor de imagem e ficava na cabine de controle da programação chamando os desenhos animados que complementavam a programação da TV Colosso. Aos sábados, era exibido um compacto com os melhores momentos da semana. A partir de 4 de junho de 1994, com a estreia de Xuxa Park, TV Colosso deixou de ser exibida aos sábados. Em janeiro de 1995, os horários das manhãs na Globo passaram a ser divididos entre TV Colosso e Xuxa Park.[1]
Como o programa era exibido de manhã e terminava por volta de meio-dia, na hora do almoço, um desses bonecos, vestido como chef, berrava com sotaque francês: Atention, tá na horrra de matarr a fomê, tá na mêss pessoaaaaal e era atropelado pelos outros, em louca disparada, que gritavam em dissonância "Até amanhã! Até amanhã!" terminando o programa.
O programa teve sua última exibição no dia 3 de janeiro de 1997, cedendo o horário aos programas Angel Mix e Caça Talentos, comandados por Angélica, que tiveram sua duração ampliada.
Ganhará uma reexibição no Viva a partir de 7 de outubro de 2024, ocupando a faixa das 9h50 de segunda a sexta, em uma edição especial de 40 episódios selecionados pela equipe do canal.[2]
O humor do programa, às vezes, não era tão infantil, pois havia frequentes referências ao "universo adulto" em meio aos bonecos, brincadeiras e piadas. Segundo o codiretor do programa Mário Meirelles, o programa utilizava uma linguagem cinematográfica e sutilezas criativas das sitcoms norte-americanas, o que facilitou o apelo do programa e dos personagens ao público adulto e adolescente. Havia, por exemplo, o apresentador do jornal Walter Gate, numa referência ao caso Watergate. No jornal havia ainda uma cadelinha do tempo, o diretor da TV chamado JF e o Capachildo Capachão, seu assistente puxa-saco, além das pulgas que ficavam sabotando a programação dentro dos circuitos eletrônicos. Ferré criou a protagonista Priscila, tendo como inspiração suas 3 amigas produtoras: o nome foi retirado de uma delas, o modo de caminhar da outra e os chiliques da última.[3]
Alguns dos programas apresentados pela TV Colosso eram paródias dos programas da Rede Globo e de outras emissoras e foram o noticiário "Jornal Colossal", sátira do Jornal Nacional; o "Clip-cão", paródia do Clip Clip, com o apresentador Thunderdog, um sósia canino do então VJ da MTV Thunderbird; a novela mexicana "Pedigree", "Os Vegetais não Mentem", "A Princesa Pirata" e outras cópias caninas das novelas da TV Globo; o seriado "As Aventuras do Super-Cão", remetendo ao seriado norte-americano As Aventuras do Superman exibido na época pela própria Globo; as "Olimpíadas de Cachorro", versão canina do Globo Esporte e Esporte Espetacular; e os programas do cachorro contador de histórias Jaca Paladium: o "Acredite Se Puder" e "Selvagem Mundo Animal" com os maiores absurdos da história satirizando respectivamente os programas "Acredite se quiser", famoso nos anos 80, "Mundo Animal" e as revistas eletrônicas da própria Globo como Globo Repórter e Fantástico. Até o Você Decide foi vítima de paródias caninas como "Você Escolhe". Para completar, "Priscila Superstar", "Capashow" e "Com a Pulga Atrás da Orelha" remetiam aos programas de auditório e variedades da Globo como Domingão do Faustão, TV Mulher e os programas da Xuxa.
A criação do programa esteve a cargo do gaúcho Luiz Ferré e de Beto Dornelles do Grupo Criadores e Criaturas/Cem Modos, com o apoio dos redatores Valério Campos e Toninho Neves que já trabalhavam com o grupo há muito tempo. Também participaram do programa cartunistas Angeli, Laerte, Glauco, Luiz Gê, Fernando Gonsales, Newton Foot, Gilmar Rodrigues, Adão Iturrusgarai, Flávio Luiz etc. Luiz Fernando Veríssimo também tinha feito roteiros para o programa, mas nunca foi oficialmente creditado. Ferré fazia cinema e quadrinhos antes da Globo convidá-lo para criar um substituto para o Xou da Xuxa em 1992, e em troca teve a ideia de um programa estrelado por personagens-bonecos antropomórficos.[4]
Ferré lembrou que a Globo lhe deu liberdade total de criação: "Uma vez aprovado o projeto, tive carta branca." A equipe do programa estudou confeccionar os bonecos no Centro de Tecnologia Aplicada da Rede Globo (Cetap), importar os bonecos e seus fabricantes estrangeiros ou terceirizar o processo de criação para a empresa Inventiva Bonecos e Cenários em Porto Alegre. O projeto do programa acabou sendo desenvolvido na conexão Porto Alegre (para onde a Globo enviou uma unidade técnica), São Paulo (onde Ferré mora e trabalha), Rio de Janeiro (onde o programa era gravado nos estúdios das produtoras Tycoon, Cinédia, Renato Aragão Produções (atual Casablanca Estúdios) e Herbert Richers,[5] uma vez que a Globo ainda não havia inaugurado os Estúdios Globo, que ainda estavam em fase de construção na época) e Los Angeles (onde foi comprada a tecnologia necessária para a confecção de bonecos nas oficinas em Porto Alegre). A Globo utilizou seu próprio departamento de efeitos especiais para manutenção dos bonecos. A equipe de produção contava com nada menos que 50 profissionais, 30 deles sendo manipuladores de fantoches. Ferré ainda lembrou que o grupo que criou o programa e os personagens-bonecos foi procurado por Boninho já que este tinha colaborado com o grupo no programa Clip Clip que foi ao ar nos anos 80. O grupo também já tinha criado os bonecos para o especial Plunct Plact Zum, também da Globo, e para uma versão da ópera O Barbeiro de Sevilha gravada pela TV Manchete.
Os mecanismos que davam expressão facial aos bonecos do programa foram desenvolvidos pela Inventiva, e a tecnologia animatronic foi criada e desenvolvida por Daniel Segal, que visitou os estúdios de cinema de Los Angeles para pesquisar tecnologia e materiais. Os movimentos eram comandados por radiocontrole, dando aos bonecos plena liberdade dos sets. Todos os personagens eram dublados por importantes dubladores brasileiros, como Mário Jorge de Andrade, Mônica Rossi, Márcio Simões, Garcia Júnior, Mauro Ramos e Hamilton Ricardo.
Alguns personagens como Priscilla, JF e Daniel eram manipulados por atores vestindo fantasias (a mesma técnica utilizada nos filmes japoneses do Godzilla). Por serem personagens de 2 metros de altura, as máscaras manipuladas por controle remoto não se encaixavam nas cabeças dos atores. Para isso, esses personagens eram manipulados por atores se revezando para suportar o peso das roupas antropomórficas, dançar e pular. Os movimentos faciais da Priscilla eram acionados por 5 servomotores, sendo o boneco animatronic mais simples do programa. Já outros personagens usavam 24 motores para conseguir os efeitos faciais mais convincentes. Os cenários, criados por Lia Renha, Maria Odile e Fernando Schmidt, possuíam diversas proporções variando da maquete às versões construídas em tamanho natural. Todos os objetos de cena foram confeccionados com lixo reciclado.
Técnicas de efeitos especiais foram utilizadas pela produção da TV Colosso, como o chroma key (recurso que permite que a imagem captada por uma câmera possa ser inserida sobre outra, criando-se a impressão de primeiro plano e fundo). Assim, podiam aparecer na tela personagens que voam, que mergulham no fundo do mar, ou que têm apenas suas cabeças. Foi também utilizado o newsmate (técnica que possibilita a colocação de uma imagem recortada sobre outra), que permite a fusão dos bonecos com o cenário imaginário. Foram também usados recursos de animação que produziam a animação dos raios do Bullborg e as aberturas dos quadros do programa. Para o longa-metragem baseado no programa, foram três versões do boneco do personagem Gilmar foram confeccionadas: animatronics, dublê para cenas perigosas e fantoche para as cenas principais. A cada dois meses, os bonecos eram postos numa banheira com água quente e lavados com xampu e condicionador.
O programa rendeu dois álbuns musicais, incluindo do tema de abertura "Eu Não Largo O Osso", de Michael Sullivan e Paulo Massadas, cantada pelas Paquitas, a músicas inspiradas nos personagens. O primeiro, de 1993, chegou a ser certificado com disco de ouro (100 mil cópias) pela ABPD.[6] O segundo volume, lançado em 1994, é a continuação da primeira trilha, contendo novas canções-tema dos personagens do programa.
Diversos especiais foram realizados, inclusive no próprio ano de estreia, quando houve o especial de Natal "TV Colosso Especial 1993". Na Copa de 1994, era exibido um clip com os personagens interpretando a música Coração Verde e Amarelo, tema da Globo para a Copa e que posteriormente seria convertido em tema das transmissões de futebol da emissora. Em 11 de outubro de 1995, em comemoração ao Dia das Crianças, foi exibido na faixa Terça Nobre o programa intitulado "TV Colosso Especial 1995", no qual os bonecos interagiam pela 1ª vez com atores. Um dos cenários utilizados foi a academia da série Malhação e grande parte do seu elenco colaborou no especial.[8] Um filme intitulado Super-Colosso: A Gincana da TV Colosso foi lançado no ano de 1995, baseado no programa infantil, com roteiro de Giba Assis Brasil e Laerte Coutinho e direção de Luiz Ferré.
O programa gerou inúmeros produtos licenciados, destacando-se a revista em quadrinhos TV Colosso em Quadrinhos, publicada pela Editora Abril em 16 edições, e o jogo eletrônico As Aventuras da TV Colosso, para o Master System (uma reskin de Asterix and the Secret Mission). Em outubro de 2009, a Som Livre juntamente com a Globo Marcas lançou alguns DVDs com os melhores momentos da TV Colosso:
Em setembro de 2012, foi anunciado o retorno dos personagens do programa em um musical chamado "Canta Colosso" que seria realizado nos mesmos moldes dos musicais O Rei Leão e Avenida Q. Boa parte da equipe original do programa estaria reunida na montagem da peça e a Globo patrocinaria o projeto, porém o projeto foi cancelado.[9] Foi confirmado, porém, que a estreia será no primeiro semestre de 2015.[10]
Em agosto de 1996, a Globo anunciou ao grupo Criadores e Criaturas que o contrato seria encerrado e rescindido, o que levou ao cancelamento imediato e inesperado do programa. Mesmo com a contratação da apresentadora Angélica, que viria a ocupar as manhãs, havia ainda a possibilidade de divisão de horários entre TV Colosso e Angel Mix. Até hoje não se sabem as razões do cancelamento de TV Colosso, que na época possuía altos índices de audiência, no entanto, a versão mais provável é que a direção da Globo achou desgastada sua fórmula. A partir de setembro de 1996 a janeiro de 1997, foram exibidas reprises.[1] Em 16 de setembro de 1996, com a estreia de Angel Mix, o horário da TV Colosso foi reduzido. Em uma entrevista para o podcast Radiofobia concedida no final de novembro de 2011, o dublador Mario Jorge de Andrade afirmou que o motivo do cancelamento teria sido por razões políticas.[11]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.