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Streptococcus agalactiae

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Streptococcus agalactiae
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Streptococcus agalactiae ou Streptococcus beta hemolítico são estreptococos do grupo B (SGB) é um diplococo gram-positivo encapsulado, anaeróbio facultativo, e quase todos produzem hemólise completa (β) em placas de ágar sangue. É reconhecido desde 1970 como o principal agente de infeção bacteriana perinatal.[1] Estas bactérias podem-se identificar como microorganismos colonizantes no tubo digestivo e aparato intestinal dos humanos e podem causar morte fetal intrauterina, trabalho de parto permaturo e corioamnionitis. No recém-nascido (RN) é responsável por infeção neonatal precoce (até aos 6 dias de vida) e, mais raramente, por infeção tardia (dos 7 aos 90 dias de vida)[2][3][4]. Estão ainda descritos casos de infeção em lactentes com mais de três meses de idade, habitualmente com histórico de imunodeficiência ou idade gestacional (IG) inferior a 28 semanas.[5][6]

Factos rápidos Classificação científica, Nome binomial ...
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S. agalactiae é o patógeno humano mais comum de estreptococos pertencentes ao grupo B da classificação de estreptococos de Rebecca Lancefield. Os GBS são circundados por uma cápsula bacteriana composta por polissacarídeos (exopolissacarídeos). A espécie é subclassificada em dez sorotipos (Ia, Ib, II–IX) dependendo da reatividade imunológica da sua cápsula polissacarídica.

Como características morfológicas apresentam as mesmas comuns ao gênero Streptococcus. Podem colonizar o trato genital feminino e são a principal fonte de infecção neonatal durante a gravidez e pós-parto, associada a taxas de mortalidade críticas em partos prematuros.[7]

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Colónias β-hemolíticas de Streptococcus agalactiae em ágar sangue 18 horas a 36°C
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Streptococcus agalactiae em ágar granada, incubação anaeróbia
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Granadaene
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Teste CAMP positivo indicado pela formação de uma ponta em seta onde Streptococcus agalactiae se encontra com Staphylococcus aureus (linha média branca)


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Fatores de virulência

  • Polissacarídeo capsular
  • Ácido lipoteicóico
  • Proteínas de superfície
  • Hemolisina
  • Enzimas
  • Proteases, nucleases e hialuronidases
  • Fator CAMP
  • Nucleotideos

Fator CAMP

O Fator CAMP é considerado como fator de virulência devido a sua capacidade de se ligar a imunoglobulinas G e M, via fração Fc.Por outro lado, a detecção da produção do fator CAMP é de auxílio significativo na identificação de S. agalactiae.

Deve-se analisar em cultura realizada concomitante ao Staphylococcus aureus (de forma perpendicular) a formação de uma "seta" ou área de maior intensidade da Beta hemólise no local de interseção das amostras.

Doenças

  • Endometrite
  • Choque séptico
  • Febre Puerperal
  • Infecções no recém nascido, adquirida no útero / septicemia e meningite.
  • Infecções tardias depois que o recém-nascido sai do hospital.

Diagnóstico Laboratorial

Gram Positivo disposto em pares e/ou cadeias; Catalase negativa Oxidase Negativa Presença de Beta Hemólise Ação do Fator CAMP e Antibiograma com identificação de resistência a Bacitracina.

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Tratamento

  • Penicilina (dose 12x maior que para S. pyogenes); penicilina + gentamicina ou outro aminoglicosídeo.

Prevenção

Obstetras tem usado administração parenteral de ampicilina intra-partum para prevenção quando suspeita-se da possibilidade de infecção. Estudos sobre vacinas em andamento.

Fasceíte necrotizante (raro)

Apesar de ser uma bactéria pouco virulenta normalmente, existem alguns casos (raros) de fasceíte necrosante de tecidos moles onde o Streptococcus agalactiae é isolado, quase sempre em pacientes imunocomprometidos (geralmente por diabetes mellitus 2). Inicialmente confunde-se os sinais como uma celulite, mas deve-se ter em atenção que a fasceíte necrotizante progride rapidamente, podendo levar a amputações, choque séptico ou mesmo morte.

Recomenda-se antibioterapia e debridamento o mais precocemente possível, tendo em atenção à área afectada, fazendo frequentemente a sua limpeza e drenagem, podendo mesmo ser necessário colocar enxertos no local do debridamento. [8][9][10][11]

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Referências

  1. Baker CJ, Barrett FF. Transmission of group B streptococci among parturiente women and their neonates. J Pediatr 1973; 83:919.
  2. Phares CR, Lynfield R, Farley MM, et al. Epidemiology of invasive group B streptococcal disease in the United States, 1999-2005. JAMA 2008; 299:2056.
  3. Krohn MA, Hillier SL, Baker CJ. Maternal peripartum complications associated with vaginal group B streptococci colonization. J Infect Dis 1999; 179:1410.
  4. Eichenwald EC. Perinatally transmitted neonatal bacterial infections. Infect Dis Clin North Am 1997; 11:223
  5. Hussain SM, Luedtke GS, Baker CJ, et al. Invasive group B streptococcal disease in children beyond early infancy. Pediatr infect Dis J 1995; 14:278.
  6. Guilbert J, Levy C, Cohen R, et al. Late and ultra late onset Streptococcus B meningites: clinical and bacteriological data over 6 years in France. Acta Paediatr 2010; 99:47.
  7. «A first in-depth look at the microbiome of human sperm». Tech Explorist (em inglês). 3 de fevereiro de 2020. Consultado em 3 de fevereiro de 2020
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