Em francês, o termo spleen representa o estado de tristeza pensativa ou melancolia associado ao poeta Charles Baudelaire. O spleen baudelairiano é um profundo sentimento de desânimo, isolamento, angústia e tédio existencial, que Baudelaire exprime em vários dos seus poemas reunidos em Les Fleurs du mal.[1] Embora o termo tenha sido muito difundido pelo poeta francês durante o decadentismo, já fora utilizado anteriormente, em particular na literatura do romantismo.
Baudelaire escreve a sua mãe, Madame Aupick, em 30 de dezembro de 1859:
Etimologia
A palavra provém do grego splēn. Na língua inglesa significa baço. A conexão entre spleen (o baço) e a melancolia é oriunda da medicina grega e da teoria dos humores. Galeno considerava o baço como a fonte de um dos quatro humores corporais — a bile negra, segregada pelo baço e associada à irritação e à melancolia.[4] Em oposição a esse conceito, o Talmud aponta o baço como o "órgão do riso", ainda que não esteja descartada uma anterior relação com a medicina dos humores sobre esse órgão.
Em alemão, a palavra "spleen", representa a alguém sempre irritadiço. O baço, ao contrário, é chamado de "Milz" (parecido com "Milte", palavra que se dava ao baço em inglês antigo). No século XIX dizia-se que as mulheres mal-humoradas estavam afetados pelo spleen. Em inglês moderno "to vent one's spleen" significa "…expressar sua ira".
Na China, o baço '脾 (pi2)' representa um dos fundamentos do temperamento e supõe-se que tenha influência sobre a força de vontade., "发脾气" é uma expressão análoga ao inglês "venting one's spleen", significando, em chinês, "ficar zangado".
Ver também
Referências
- "Ce que je sens, c'est un immense découragement, une sensation d'isolement insupportable, une peur perpétuelle d'un malheur vague, une défiance complète de mes forces, une absence totale de désirs, une impossibilité de trouver un amusement quelconque".Difficulté d'être et mal du siècle dans les correspondances et journaux intimes de la première moitié du XIXe siècle. Collection Cahiers d'études sur les correspondances du XIXème siècle, n° 8. p. 280-281
- ‘’Spleen - J’ai plus de souvenirs que si j’avais mille ans’’, poème de Charles BAUDELAIRE dans Les fleurs du mal (1857) . Commentaire. Por André Durand.
- Finally, the Spleen Gets Some Respect, por Natalie Angier. NY Times 3 de agosto de 2009.
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