Um acrónimo (português europeu) ou acrônimo (português brasileiro) (do grego clássico άκρος [ákros], 'ponta, extremidade' + ὀνομα [onoma], 'nome'[1]) é uma sigla formada pela redução de intitulativos às primeiras letras ou sílabas iniciais dos componentes de um intitulativo, resultando em uma palavra ou quase palavra.[2][1]
Em resumo, acrônimo é uma sigla que forma palavra ou quase palavra.
Sigla
Uma sigla [3][4] é a redução de um intitulativo às:
a) letras iniciais de cada palavra componente do intitulativo, sem formar palavra
- Exemplo:
- ABCD = Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema
b) letras iniciais de cada palavra componente do intitulativo, formando palavra
- Exemplos:
- UNE = União Nacional dos Estudantes
- ONU = Organização das Nações Unidas
- PALOP= Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
c) sílabas iniciais ou partes iniciais de cada palavra componente do intitulativo, formando uma quase-palavra
- Exemplos:
Benelux = Bélgica, Nederland [Países Baixos] e Luxemburgo
Petrobras = Petróleo Brasileiro S.A.
Assim, nos casos b e c, a sigla resultante é um acrônimo.
História
O uso generalizado de acrónimos e siglas é um fenómeno relativamente recente, típico do século XX. No entanto, existem exemplos mais antigos. Os primeiros cristãos em Roma usavam um peixe como símbolo de Jesus, em parte devido a um acrónimo: "peixe" em grego escreve-se ἰχθύς (em maiúsculas ΙΧΘΥΣ, ichthus), cujo significado é tomado por ᾿Ιησοῦς Χριστὸς Θεοῦ Υἱὸς Σωτήρ (Iēsous Christos Theou Huios Sōtēr), "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador". Vestígios desta interpretação datam dos séculos II e III e encontram-se preservados em Roma. Também o uso de acrónimos é comum no hebraico desde a Idade Média, com exemplos como רמב״ם (Rambam) para רבי משה בן מימון (Rabbi Moshe ben Maimon) e תנ״ך (Tanakh) para תורה (Torah, Lei), נביאים (Nevi'im, Profetas) e כתובים (Ketuvim, Escritos).
Os acrónimos ocorrem frequentemente em linguagem técnica ou como abreviaturas de nomes de organizações, uma vez que permitem abreviar termos extensos frequentemente referenciados. Os militares e agências governamentais empregam frequentemente acrónimos. Algumas pessoas partilham da opinião que os acrónimos são utilizados para codificar mensagens.
Exemplos
- Pronunciadas como uma palavra, contendo apenas iniciais:
- Pronunciadas como uma palavra, contendo várias letras de cada palavra:
- Pronunciadas como uma combinação de nome de letra e uma palavra:
- JPEG: Joint Photographic Experts Group
- Pronúncia: "Jota PEG"
- CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
- Pronúncia: "Cê nés"
- Pronunciadas unicamente como nomes de letras:
- HTTP: HyperText Transfer Protocol
- Pronúncia: "Agá Tê Tê Pê"
- Pronunciadas como nomes de letras com atalhos:
- IEEE: Institute of Electrical and Electronics Engineers
- Pronúncia: "I três E"
- Pronunciadas como nomes próprios:
- TWAIN: Toolkit Without An Interesting Name
Acrónimo recursivo
Acrônimos recursivos são acrônimos onde a expansão inclui o próprio termo, como na definição de funções recursivas.
Alguns casos típicos:
- GNU is Not UNIX
- PINE Is Not Elm
- PHP: Hypertext Pre-processor (Originalmente, Personal Home Page)
- WINE Is Not an Emulator
- XNA's Not Acronymed
Geralmente, são expansões humorísticas ou depreciativas.
Ver também
Referências
- «acrónimo». infopédia. Consultado em 13 de janeiro de 2016
- Martins, Ana (30 de março de 2009). «A distinção entre siglas e acrónimos». ciberduvidas. Instituto Universitário de Lisboa - IUL. Consultado em 7 de junho de 2016
- Dicionário Houaiss: 'sigla'
Ligações externas
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