Sergio Faraco
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Sergio Faraco (Alegrete, 25 de julho de 1940)[1] é um escritor brasileiro.
Sergio Faraco | |
---|---|
Nascimento | 25 de julho de 1940 (84 anos) Alegrete, Rio Grande do Sul |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Escritor |
Período de atividade | 1974-2004 |
Prémios | Prêmio ABL de Ficção romance teatro e conto (1999) |
Magnum opus | Dançar tango em Porto Alegre |
Aproximou-se da escrita durante o serviço militar, quando na detenção. Nestes momentos, dedicava-se à leitura, à escrita de cartas e rascunhava seus primeiros textos[2]. Antes de estrear na literatura, Faraco viveu na União Soviética (1963-1965), quando estudou ciências sociais no Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. No retorno ao Brasil, graduou-se em direito[3], tendo sido servidor público federal na Justiça do Trabalho.[2]
Seus primeiros contos foram publicados no Correio do Povo na década de 1960. Desde a publicação de seu primeiro livro, Sergio Faraco tem recebido boa recepção da crítica literária. A obra Idolatria, de 1970, foi comparada em qualidade a outros importantes escritores do Rio Grande do Sul que começavam a se destacar, como Caio Fernando Abreu e Moacyr Scliar[4] A crítica Rita Canter, em matéria do jornal Correio do Povo o considerou então “um autor gaúcho de primeira linha entre os novíssimos”[5].
Tido como rigoroso com sua produção, Faraco publicou, nos primeiros 25 anos de atividade literária, uma média de dois contos por ano. O também escritor gaúcho, Luiz Antônio de Assis Brasil afirmou que “suas frases são escritas, depois refeitas, depois submetidas a uma autocrítica feroz, transfigurando-se em objeto artístico do mais alto nível”.[6]
Sergio Faraco reside em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é casado e tem três filhos.
Temas recorrentes
Os contos regionalistas de Faraco se passam em regiões de fronteira do RS e são povoados de personagens humildes, de futuro incerto, tratados pelo autor com ternura, lirismo, solidariedade e respeito pelo humano. Muitas das histórias se passam em torno do rio Uruguai, onde chibeiros (pequenos contrabandistas) se defrontam com fuzileiros navais que os perseguem.[7]
Em seus contos citadinos, os personagens tendem a exprimir solidão e fragilidade, características que o autor destaca nos centros urbanos.[8]
A obra nas telas
Em 2008 a Rede Globo de Televisão negociou os direitos autorais para a produção de uma série baseada no conto Dançar Tango em Porto Alegre, como parte do Projeto Quadrantes, do diretor Luiz Fernando Carvalho. No entanto, o projeto acabou adiado.
Três de seus contos foram levados às telas em produções regionais: Travessia (2002), dirigido por Diego de Godoy; A Dama do Bar Nevada (2005), dirigido por Bruno Gonçalves e Um Aceno na Garoa (2006), dirigido por Mario Nascimento.[9]
Principais Premiações
Faraco recebeu o Prêmio Galeão Coutinho (1988), da União Brasileira de Escritores, por A Dama do Bar Nevada.[2] Recebeu por três vezes o Prêmio Açorianos de Literatura (1995, 1996 e 2001), principal premiação cultural do município de Porto Alegre. Em 1999, recebeu o Prêmio Nacional de Ficção da Academia Brasileira de Letras. Em 2003, pelo livro Lágrimas na Chuva recebeu o Prêmio Erico Verissimo, da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Prêmio Livro do Ano (Não-ficção) da Associação Gaúcha de Escritores. Em 2008 foi agraciado com a Medalha Cidade de Porto Alegre. Foi escolhido patrono da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre em 2024[2].
Obras do Autor
Resumir
Perspectiva
Seus contos foram publicados nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Bulgária, Chile, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela.
Ficção
- Idolatria. Alegrete: Cadernos do Extremo Sul, 1970
- Depois da primeira morte. Porto Alegre: Bels, 1974
- Hombre. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978
- Manilha de espadas. Rio de Janeiro: Philobiblion, 1984
- Noite de matar um homem. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986
- Doce paraíso. Porto Alegre: L&PM, 1987
- A dama do Bar Nevada. Porto Alegre: L&PM, 1987
- Majestic Hotel. Porto Alegre: L&PM, 1991
- Contos completos. Porto Alegre: L&PM, 1995
- Dançar Tango em Porto Alegre. Porto Alegre: L&PM, 1998
- Rondas de escárnio e loucura. Porto Alegre: L&PM, 2000
- Dall’altra sponda / Da outra margem. Porto Alegre; Veneto: Câmera di Commercio Italiana & Regione Del Veneto, 2004
- Contos completos. Porto Alegre: L&PM, 2004. 2ª ed. ampliada.
- Noite de matar um homem. Porto Alegre: L&PM, 2008. 2ª ed. ampliada e ilustrada
- Doce paraíso. Porto Alegre: L&PM, 2008. 2ª ed. ampliada e ilustrada
Memórias
- Lágrimas na chuva: uma aventura na URSS. Porto Alegre: L&PM, 2002
- Digno é o cordeiro; memórias de um ano sombrio. Porto Alegre: L&PM, 2024
Crônicas
- O chafariz dos turcos. Porto Alegre: L&PM, 1990 (esgotado)
- A lua com sede. Porto Alegre: L&PM, 1993
- Gregos & Gringos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998
- Viva o Alegrete!. Porto Alegre: Edição Fora de Comércio, 2000
- Viva o Alegrete: histórias da fronteira. Porto Alegre: L&PM, 2001
- Histórias dentro da história. Porto Alegre: L&PM, 2005
- O pão e a esfinge seguido de Quintana e eu. Porto Alegre: L&PM, 2008
Ensaio
- Tiradentes a alguma verdade (ainda que tardia). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980
Organização
- Camões - sonetos para amar o amor. Porto Alegre: LP&M, 1997
Referências
- «Cronologia». Consultado em 31 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 5 de outubro de 2011
- Mansque, William (15 de agosto de 2024). «Sergio Faraco é eleito patrono da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre». GZH. Consultado em 21 de agosto de 2024
- GOMES, Duílio. Sérgio Faraco: o conto que vem do sul. Suplemento literário de Minas Gerais, Belo Horizonte, n. 417, p. 11, 1974.
- CANTER, Rita. Um contista que surge. Correio do Povo, Porto Alegre, 06 de junho de 1970. Caderno de Sábado, p. 5.
- ASSIS BRASIL, Luis Antônio. Dicionário prático de literatura brasileira. Porto Alegre: Edições de Ouro, 1979
- Ruberet, Nara Marley, O regionalismo de Sérgio Faraco - uma visão universalista da literatura de fronteira(2003), Porto Alegre: Tese de mestrado em Literatura Brasileira pela URGS
Wikiwand - on
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.