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Schisandraceae é uma família de plantas com flor da ordem Austrobaileyales[3][4] que agrupa cerca de 92 espécies repartidas por 3 géneros, com distribuição natural principalmente pelo sueste da Ásia, oeste da Sibéria e Japão, mas com algumas espécies no sueste dos Estados Unidos, leste do México, Cuba, Haiti e República Dominicana. Na circunscrição taxonómica que lhe foi dada pelo sistema APG IV, de 2016, a família inclui as antigas Illiciaceae, família que continha apenas o género Illicium.[5]
(incl. ex-Illiciaceae) Schisandraceae | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Géneros | |||||||||||||
Sinónimos[2] | |||||||||||||
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Os membros da família Schisandraceae são pequenas árvores e arbustos (mesofanerófitos e microfanerófitos), lianas e trepadeiras sarmentosas, aromáticas, glabras, com até 25 m de altura. Os caules apresentam nodos unilacunares, com cilindro vascular, elementos do esclerênquima fibrosos, com ou sem ramificações.
As folhas são simples, ovadas a ovado-oblongas, alternas, espiraladas (raras vezes dísticas), por vezes agrupadas apicalmente, pecioladas, sem estípulas, coriáceas a cartáceas, com margeens denticuladas a sinuadas, por vezes inteiras.
São plantas monoicas ou dioicas, com flores unissexuais ou hermafroditas, actinomorfas, agrupadas em inflorescências axilares, supra-axilares ou subterminais, embora por vezes com flores solitárias, pareadas ou, raramente, em glomérulo.
As flores são pequenas, brancas, verdosas, amarelo-creme, alaranjadas, por vezes rosadas ou vermelhas, com receptáculo cónico, curto, por vezes muito modificado, tépalas 5-30(-33), em (1-)2-3 verticilos, elípticas a obovadas, as mais externas e internas frequentemente reduzidos em tamanho e de textura diferente, estames 4-50(-80), de desenvolvimento centrípeto, filamentos curtos, soldados na base ou livres, anteras tetra-esporangiadas, basifixas, ovado-oblongas a lanceolado-oblongas, antrorsas a latrorsas, tecas lateralmente deiscentes, conectivo de ligeiramente inchado a muito ampliado, por vezes sobressaindo apicalmente. O gineceu é súpero, com (5-)7-100(-300) carpelos ovoides a obovoides, em espiral sobre o receptáculo, formando uma massa elipsoidal a subglobosa, ou num verticilo, estilete subulado a cónico, estigma subpeltado, com um par de cristas ventrais, 1-5(-11) óvulos por carpelo, anátropos, crasinucelados, bitégmicos, pêndulos ou unidos ventralmente. O pólen é globular a oblato, hexacolpado, por vezes tricolpado, com três colpos convergentes (sincolpado) no pólo distal. A exina é semitectada-reticulada, com muros altos, e endexina contínua.
O fruto é uma baga ou folículo múltiplo, cada baga subglobosa a elipsoide, com pericarpo suculento, vermelho ou púrpura escuro. As sementes são 1-5(-11) por fruto, subglobosas a ovoides ou reniformes, aplanadas, com a testa dura ou quebradiça, lisa, rugosa ou tuberculada, com endosperma abundante, oleoso, e embrião pequeno.
O número cromossómico é n = 14, 2n = 28; n = 13 (em Schisandra coccinea ou Illicium floridanum); x = 7 provavelmente.
As espécies desta família são ricas em alcaloides, mono- e sesquiterpenos (particularmente do tipo da anisatina em Illicium), neolignanos do tipo do dibenzociclooctano e alilfenois. Embora em menores concentrações, apresentam flavonoides, lignanos e neolignanos do tipo do dibenzilbutano e do diariltetrahidrofurano. As flavonas estão ausentes.
Apresentam também secotriterpenoides de interesse quimiotaxonómico do tipo arisanlactonas, entre as quais a arisanlactona A.[6]
As espécies que integram a família ocorrem principlamnete nas florestas perene de regiões quentes e subtropicais da Ásia e da América, com algumas espécies a colonizar florestas decíduas e aciculifólias de regiões temperadas do nordeste da Ásia ou as selvas de altitudes elevadas (1000-2400 m) em Java e na Malásia.
Os membros das Schisandaceae são polinizadas predominantemente por insectos galhadores nocturnos da família Cecidomyiidae que põem os seus ovos nas flores masculinas e femininas (em espécies de Schisandraceae com flores unissexuais) ou nas flores de estágio masculino e feminino (em espécies com flores bissexuais). As larvas desses mosquitos desenvolvem-se no tecido floral assim que caem ao solo, alimentando-se de exsudatos florais (não de óvulos ou pólen).
Contudo, as flores de Illicium floridanum são vistosas, vermelhas ou roxas, com cheiro a peixe, sendo polinizados por vários insectos, principalmente Diptera. Outras espécies possuem flores menos atraentes e seus agentes polinizadores são desconhecidos, embora se presuma que sejam insectos.
As sementes de Illicium são expelidas dos folículos, apresentando hidrocoria ou possivelmente zoocoria.
A única espécie com interesse económico é o Illicium verum (a badiana), cujos frutos são conhecidos como anis-estrelado, uma espécie nativa da Ásia oriental, cujos frutos com sabor a erva-doce são usados como condimento e em infusão. Contudo, algumas espécies do género Illicium exibem acentuada toxicidade. De duas outras espécies, Kadsura heteroclita e Schisandra chinensis são recolhidos frutos usadas na medicina tradicional asiática. Algumas espécies são usadas como ornamentais.
Dentro da ordem Austrobaileyales, a relação filogenética entre as famílias é a seguinte:[7]
Austrobaileyales |
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Os sistemas clássicos de base morfológica tiveram dificuldade em enquadrar as espécies que constituem o agrupamento taxonómico que agora está integrado na família Schisandraceae, repartindo os respectivos géneros pelas famílias Magnoliaceae e Illiciaceae.
O sistema de Cronquist, de 1981, considerava as plantas desta família (no seu sentido lato) como duas famílias (Illiciaceae e Kadsuraceae) que juntas constituíam:
O primeiro sistema de base essencialmente filogenética, o sistema APG de 1998, reconhecia as famílias Schisandraceae sensu stricto e Illiciaceae, não atribuídas a uma ordem. Considerava ambas as famílias como sendo das mais basais dentro do clado das angiospérmicas.
O sistema APG II, de 2003, também reconhecia esta família e colocava-a na ordem Austrobaileyales, que por sua vez era considerada uma das linhagens mais ancestrais do clado das angiospérmicas. Na acepção do sistema APG II esta família consistia num grupo de espécies de plantas lenhosas contendo óleos essenciais repartidas por 3 géneros.
No entanto, o sistema APG II permitia a opção de segregar o género Illicium como constituindo a família Illiciaceae. ESta opção deixava apenas dois géneros nesta família Schisandraceae sensu stricto, os géneros Schisandra e Kadsura, totalizando várias dezenas de espécies das regiões tropicais e temperadas do sudeste e leste da Ásia e da América do Norte e das Caraíbas.[8][9][10]
O sistema APG IV, de 2016, tam como o seu antecessor APG III reconhece esta família e coloca-a na ordem Austrobaileyales, dadando-lhe a sua presente circunscrição.[3][4]
O nome botânico do género tipo da família, Schisandra, é derivado das palavras gregas: schizein, "divisão", e andros, "homem", uma referência ao órgão masculino que em muitas das espécies do género apresenta estames fendidos. São sinónimos taxonómicos para Schisandraceae Blume os nomes Illiciaceae Berchtold & Presl e Kadsuraceae Radogizky.
Na sua presente circunscrição, a família Schisandraceae inclui 3 géneros com cerca de 92 espécies.
Imagem | Géneros | Espécies extantes |
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Kadsura Kaempf. ex Juss., 1810 |
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Illicium L., 1759 |
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Schisandra Michx., 1803 |
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