São Roque (São Paulo)
município brasileiro do estado de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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São Roque é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo, situado na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e na Microrregião de Sorocaba. Localiza-se à latitude 23º31'45"Sul e à longitude 47º08'07" Oeste, com altitude de 771 metros. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 92 060[3] habitantes, distribuídos em 307,55 km² de área, com 106 bairros. O município é formado pela sede e pelos distritos de Canguera, Mailasqui e São João Novo[6][7].
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Município do Brasil | |||
Vista de São Roque em julho de 2022 | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Mea paulista gens "Minha nação paulista" | ||
Gentílico | são-roquense | ||
Localização | |||
Localização da Estância Turística de São Roque em São Paulo | |||
Localização da Estância Turística de São Roque no Brasil |
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Mapa da Estância Turística de São Roque | |||
Coordenadas | 23° 31′ 44″ S, 47° 08′ 06″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Região metropolitana | Sorocaba | ||
Municípios limítrofes | Araçariguama, Itapevi, Vargem Grande Paulista, Ibiúna, Mairinque, Cotia e Itu | ||
Distância até a capital | 62 km[1] | ||
História | |||
Fundação | 16 de agosto de 1657 (367 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Marcos Augusto Issa Henriques de Araújo (PODE, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [2] | 307,553 km² | ||
População total (estimativa IBGE/2020[3]) | 92 060 hab. | ||
Densidade | 299,3 hab./km² | ||
Clima | subtropical cwa | ||
Altitude | 771 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[4]) | 0,802 — muito alto | ||
PIB (IBGE/2020[5]) | R$ R$ 3.108.224.143,00 | ||
PIB per capita (IBGE/2020[5]) | R$ 33 763,03 | ||
Sítio | saoroque.sp.gov.br (Prefeitura) camarasaoroque.sp.gov.br (Câmara) |
São Roque é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
O turismo “bate volta” é muito importante na cidade. Pessoas de toda a região no raio aproximado de 100 km visitam a cidade semanalmente onde usufruem de belos passeios, restaurantes variados e dos vinhos, licores, destilados, alcachofra e doces produzidos na cidade.
Fundada na segunda metade do século XVII pelo bandeirante Pedro Vaz de Barros - mais conhecido como Vaz-Guaçu - a cidade surgiu de uma enorme fazenda e uma capela por ele erigida no local. A capela - então localizada onde hoje é a Praça da Matriz - foi levantada em devoção a São Roque por ventura com o intuito de não ser perseguido ou investigado por pratica de judaísmo.
Pedro Vaz de Barros e filho de Jerônimo Pedroso e Joana Vaz de Barros Cristãos Novos nascidos em Lisboa Portugal. A fazenda tinha por objeto o cultivo de vinhedos e de trigais, utilizando-se mão-de-obra indígena e mais tarde, de escravos africanos. Pouco depois da criação dessa fazenda, o irmão de Pedro Vaz - Fernão Paes de Barros, também veio a se instalar em São Roque, nos mesmos moldes que seu irmão, fundando uma fazenda e uma capela, contudo em louvor a Santo Antônio.[8]
A capela original a São Roque, bem como as igrejas barrocas que a sucederam no Largo da Matriz foram derrubadas e sucessivamente "modernizadas", assim como todo o entorno paisagístico do Largo da Matriz. Ao que consta, até a década de 1940, o Largo da Matriz era formado por um conjunto arquitetônico barroco, tendo a sua volta casarões.
Antes de ter sido elevado à condição de vila em 1832, o povoado foi declarado freguesia de Santana de Parnaíba, no ano de 1764. Em 1864, é elevado à categoria de município. Entre 1872 e 1875, é inaugurada a Santa Casa de Misericórdia e a estação da Estrada de Ferro Sorocabana. No final do século XIX, tem sua economia impulsionada pela chegada de imigrantes italianos.[8]
Em 8 de abril de 1834, é criado o I Cartório de Protesto de Notas e Títulos. O fórum judicial é criado em 15.04.1873, com a instalação de dois ofícios judiciais. Um ano depois, é criado o 1º Cartório de Registro de Imóveis. Em 01.01.1889, é instalado o Primeiro Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais. Em 1893, é instalado o 2º Cartório de Protesto de Notas e Títulos.[9]
Ao que consta, essas melhorias foram levadas a cabo em função da influência político do Sr. Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga, importante personalidade são-roquense, e ao que consta, amigo pessoal do Imperador D. Pedro II.[10] O Barão de Piratininga chegou, inclusive, a ser nomeado presidente da província de São Paulo no ano de 1869.[11]
Em 1890, o industrial italiano Enrico Dell'Acqua funda a BRASITAL, uma das primeiras indústrias têxteis do Brasil, a qual funcionou até meados dos anos 1970. Hoje, faz parte do patrimônio público municipal, abrigando um centro cultural e educativo, bem como a biblioteca municipal.[12]
A primeira tipografia da cidade é criada pelos irmãos Boccato, que passam a editar um semanário chamado "O Democrata". O jornal foi fundado em 1 de maio de 1917.[13] O primeiro ginásio da cidade, a escola "Horácio Manley Lane" foi fundada em 1947.[14]
O município de São Roque localiza-se numa região de morfologia bastante acidentada, atingindo 1200 metros de altitude em alguns locais, e caindo para 600 metros em outros. Pontos destacados de maior altitude podem ser citados, como:
O clima de São Roque é o subtropical Cwa, segundo a classificação climática de Köppen, com média no mês mais quente, fevereiro, de 30 °C e média no mês mais frio, julho, de 15,5 °C e a média de precipitação anual é de 1352mm, geadas ocorrem em praticamente todos os invernos. Em 17 de julho de 2000, São Roque registrou uma temperatura de -3 °C, segundo o governo do estado de São Paulo.
Gráfico climático para São Roque | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
278
28
16
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137
29
16
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136
29
16
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48
25
14
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55
23
10
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27
22
9
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81
23
8
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27
25
10
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72
26
11
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115
27
13
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152
27
14
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219
28
15
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Temperaturas em °C • Precipitações em mm Fonte: Ciiagro |
A Jundiá Transportadora Turística [16] [17] [18] [19] [20] é a empresa que opera as linhas de ônibus no município. Todas as rotas municipais saem no terminal urbano localizado aos fundos da Estação Rodoviária, e atendem toda a zona urbana e os bairros rurais, além de Mailasqui, São João Novo, Canguera e ao Catarina Fashion Outlet.
A cidade também conta com vários pontos de táxis localizados na área central e na Estação Rodoviária.
Já o transporte intermunicipal é operado por duas empresas: Rápido Luxo Campinas [21] (para Sorocaba, Mairinque, Alumínio, Ibiúna e Araçariguama[22], pela EMTU) e Viação Danúbio Azul [23] (para Itapevi, Pirapora do Bom Jesus, Vargem Grande Paulista, Cotia e Araçariguama, todas incluindo a última pela ARTESP, devido ser uma linha de viagem parcial -VP- entre São Roque e Pirapora do Bom Jesus). Todas as linhas operam em um terminal suburbano localizado ao lado da Estação Rodoviária. A Viação Cometa opera linhas rodoviárias (para São Paulo, Sorocaba, Itapetininga, Santos, São Vicente, Praia Grande e Mongaguá). Assim, por meio de transporte coletivo, somente é possível chegar à cidade por meio de ônibus, o qual é operado por duas linhas, uma via Castelo Branco passando por Araçariguama, que leva uma hora e vinte minutos e outra via Raposo Tavares passando por Cotia e Vargem Grande Paulista, que leva duas horas, dependendo da fluência do trânsito nas Marginais Tietê e Pinheiros.
O município é ligado à capital do estado por meio de duas rodovias, a Raposo Tavares SP-270 e a Castelo Branco SP-280. A primeira também liga São Roque a Sorocaba, o centro econômico regional mais importante da região. Existe uma ferrovia ligando São Roque a São Paulo e a Sorocaba: trata-se da Linha Tronco da antiga Estrada de Ferro Sorocabana. [24] A ferrovia, contudo, hoje em dia, está desativada na região, já que o transporte de passageiros foi extinto no ano de 1999, após a privatização da companhia proprietária da linha férrea, a companhia estadual FEPASA.[25]
No setor de telefonia a cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973, quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações[26][27].
São Roque é conhecida como a Terra do Vinho, pois possui em seu território diversas vinícolas, que produzem os mais variados tipos de vinho. Pode-se fazer gratuitamente o famoso Roteiro do Vinho, com degustação dos vinhos e produtos da região[28]. Um dos principais eventos é a vindima, época de colheita e pisa da uva, em que as vinícolas de São Roque promovem festas e eventos gastronômicos. A vindima acontece uma vez ao ano, entre janeiro e feveiro.
Antigamente, anualmente, no mês de outubro, a cidade promovia a "Expo São Roque", exposição que reúne produtores de vinhos, uvas e alcachofras, com o objetivo de vender os seus produtos diretamente para o consumidor final[29] (desde a pandemia de Covid, o evento ainda não voltou a acontecer).
Digna de ser visitada é a reserva ecológica conhecida localmente como "Mata da Câmara", um parque municipal no qual se pode admirar a vegetação natural da Mata Atlântica, com suas típicas orquídeas, bromélias, etc. A área faz parte do chamado "cinturão verde da Mata Atlântica", reconhecido como patrimônio natural da humanidade pela UNESCO[30].
São Roque também abriga a "Casa e a Capela do Sítio Santo Antonio", um bem cultural de relevância nacional, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional IPHAN no ano de 1941. A casa-grande foi edificada no século XVII, no ano de 1681, pelo bandeirante Fernão Paes de Barros. Trata-se de conjunto arquitetônico de natureza singular, formado por uma casa-grande e uma capela feitas em taipas de pilão, sendo a mais antiga da região. Um dos primeiros a reconhecer seu valor arquitetônico e histórico foi o escritor modernista Mário de Andrade- cuja família doou o imóvel ao Patrimônio Histórico Nacional após sua morte, conforme desejo do escritor.[31]
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