É considerado o maior "inovador na arte do conto curto";[2] os seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil; e o seu melhor trabalho dá mostras de um talento narrativo versátil e brilhante.[3][nota 1]
Foi um dos escritores mais populares da Inglaterra, em prosa e poema, no final do século XIX e início do XX.[2] O autor Henry James referiu: "Kipling me impressiona pessoalmente como o mais completo homem de gênio (o que difere de inteligência refinada) que eu jamais conheci".[2] Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1907, tornando-se o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prêmio e, até hoje, o mais jovem a recebê-lo.[4] Entre outras distinções, foi sondado em diversas ocasiões para receber a Láurea de Poeta Britânico e um título de Cavaleiro, as quais rejeitou.[5] Ainda assim, Kipling tornou-se conhecido (nas palavras de George Orwell) como um "profeta do imperialismo britânico".[6] Muitos viam preconceito e militarismo em suas obras,[7][8] e a controvérsia sobre esses temas em sua obra perdurou por muito tempo ainda no século XX.[9][10] De acordo com o crítico Douglas Kerr: "Ele ainda é um autor que pode inspirar discordâncias apaixonadas e seu lugar na história da literatura e da cultura ainda está longe de ser definido. Mas à medida que a era dos impérios europeus retrocede, ele é reconhecido como um intérprete incomparável, ainda que controverso, de como o império era vivido. Isso, e um reconhecimento crescente de seus extraordinários talentos narrativos, faz dele uma força a ser respeitada".[11] Seu poema "If" (Se) é símbolo dos Cadetes da Academia da Força Aérea.
Uma de suas obras o "Livro da Selva" foi adotado por Robert Baden-Powell, fundador do Escotismo como fundo de cena para as atividades com jovens de 7 a 11 anos, denominando os jovens dessa faixa etária como lobinhos.
Kipling nasceu em Bombaim, na chamada Índia britânica, filho de Alice Kipling (nascida MacDonald) e John Lockwood Kipling. A mãe, uma das quatro memoráveis irmãs da Era Vitoriana,[12] foi uma mulher vivaz,[13] sobre a qual o futuro Vice-rei da Índia diria: "O tédio e a Sra. Kipling não podem existir no mesmo espaço".[2] Lockwood Kipling, um escultor e designer de cerâmica, foi o diretor e professor de escultura arquitetônica na recém-fundada Sir Jamsetjee Escola de Arte e Indústria em Bombaim.[13] Os dois, que se mudaram para a Índia no início daquele ano, haviam se conhecido dois anos antes em Rudyard Lake na área rural de Staffordshire, na Inglaterra, e encantaram-se tanto com a beleza do lugar que deram o nome dele ao primeiro filho. A tia de Kipling, Georgiana, era casada com o pintor Edward Burne-Jones e a sua tia Agnes, com o pintor Edward Poynter. O seu parente mais famoso foi o primo em primeiro grau Stanley Baldwin, que foi três vezes primeiro-ministro pelo Partido Conservador nas décadas de 1920 e 1930.[14] O local de nascimento de Kipling ainda pode ser visitado, no campus do Sir J.J. Instituto de Arte Aplicada em Bombaim e serviu por muitos anos como residência do reitor. O historiador de Bombaim, Foy Nissen, esclarece que, embora a cabana ostente uma placa afirmando que aquele é o lugar onde nasceu Kipling, o fato é que a cabana original foi demolida décadas atrás e uma nova foi construída em seu lugar. O bangalô de madeira ficou vazio e trancado por muito tempo.[15]
De acordo com Bernice M. Murphy,[16] "seus pais se consideravam anglo-indianos (termo usado no século XIX por cidadãos britânicos residentes na Índia) como também ele próprio o faria, embora ele tenha vivido a maior parte de sua vida no exterior. Questões complexas de identidade e lealdade nacional foram aspectos proeminentes de sua ficção. O próprio Kipling escreveria sobre esses conflitos aos setenta anos".
Os dias de Kipling de "intensa luz e escuridão"[1] em Bombaim terminariam quando ele tinha cinco anos. Como era o costume na Índia britânica, ele e a sua irmã de três anos, Alice ("Trix"), seriam mandados para a Inglaterra – no caso deles para Southsea (Portsmouth), onde deles cuidaria um casal que recebia filhos de compatriotas britânicos vivendo na Índia. As duas crianças viveriam com o casal, Capitão Holloway e esposa, na casa deles, Lorne Lodge, pelos próximos seis anos. Em sua autobiografia, escrita 65 anos depois, Kipling lembraria aquele tempo com horror, e se perguntaria ironicamente se a combinação de crueldade e negligência que ele experimentou nas mãos da Sra. Holloway não poderiam ter apressado o começo de sua vida literária:[1]
"Se você interroga uma criança de sete ou oito anos sobre suas atividades diárias (especialmente quando ela quer dormir), ela se contradiz com satisfação. Se cada contradição for tomada como uma mentira no desjejum, a vida não é fácil. Eu experimentei um bocado de intimidação, mas isso era tortura calculada – tanto religiosa quanto científica. Ainda assim, isso me fez dar atenção às mentiras que eu, cedo, achei necessário contar: e isso, eu presumo, é a base do meu esforço literário."
No começo da Primeira Guerra Mundial , como muitos outros escritores, Kipling escrevia panfletos e poemas para motivar e assim dando suporte a Inglaterra mirando em restaurar a Bélgica depois do reino ser ocupado pela Alemanha juntos com as mais generalizadas declarações da Grã-Bretanha, acabou se estendendo para uma boa causa.
Esta é uma bibliografia das obras de Rudyard Kipling, incluindo livros, contos, poemas e coleções de suas obras.[17][18] Listadas por ano de publicação.
The City of Dreadful Night (1885),[17] – mais tarde publicado como The City of the Dreadful Night - Little Blue Book No. 357
Departmental Ditties (1886)
Plain Tales from the Hills (1888)
"Lispeth"
"Three and - an Extra"
"Thrown Away"
"Miss Youghal's Sais"
"'Yoked with an Unbeliever'"
"False Dawn"
"The Rescue of Pluffles"
"Cupid's Arrows"
"The Three Musketeers"
"His Chance in Life"
"Watches of the Night"
"The Other Man"
"Consequences"
"The Conversion of Aurelian McGoggin"
"The Taking of Lungtungpen"
"A Germ-Destroyer"
"Kidnapped"
"The Arrest of Lieutenant Golightly"
"In the House of Suddhoo"
"His Wedded Wife"
"The Broken-link Handicap"
"Beyond the Pale"
"In Error"
"A Bank Fraud"
"Tod's Amendment"
"The Daughter of the Regiment"
"In the Pride of his Youth"
"Pig"
"The Rout of the White Hussars"
"The Bronckhorst Divorce-case"
"Venus Annodomini"
"The Bisara of Pooree"
"A Friend's Friend"
"The Gate of the Hundred Sorrows"
"The Madness of Private Ortheris"
"The Story of Muhammad Din"
"On the Strength of a Likeness"
"Wressley of the Foreign Office"
"By Word of Mouth"
"To be Filed for Reference"
Soldiers Three (1888)
The Story of the Gadsbys (1888)
In Black and White (1888)
Under the Deodars (1888)
The Phantom 'Rickshaw and other Eerie Tales (1888) – incluindo "The Man Who Would Be King"
Wee Willie Winkie and Other Child Stories (1888) – incluindo "Baa Baa, Black Sheep"
Life's Handicap (1891)
American Notes (1891), non-fiction
Letters of Marque (1891)
The City of Dreadful Night and Other Places (1891) – A.H. Wheeler & Co (Indian Railway Library #14)
A History of England (1911), não-ficção, com Charles Robert Leslie Fletcher
Songs from Books (1912)
As Easy as A.B.C. (1912)
The Fringes of the Fleet (1915)
Sea Warfare (1916)
A Diversity of Creatures (1917)
The Years Between (1919)
Land and Sea Tales for Scouts and Guides (1923)
The Irish Guards in the Great War (1923)
Debits and Credits (1926)
A Book of Words (1928)
Thy Servant a Dog (1930)
Limits and Renewals (1932)
Tales of India (The Windermere Series, Rand McNally, 1935), illus. Paul Strayer
Something of Myself (1937), autobiografia
The Muse Among the Motors (1904, 1919, 1929)
Esta é uma bibliografia das obras de Rudyard Kipling, incluindo livros, contos, poemas e coleções de suas obras.[17][18]
The Light that Failed (1891)
The Naulahka: A Story of West and East (1892) (com Wolcott Balestier)
Captains Courageous (1896)
Kim (1901)
Esta é uma bibliografia das obras de Rudyard Kipling, incluindo livros, contos, poemas e coleções de suas obras.[17][18]
Algumas das obras de Kipling foram coletadas por ele; alguns outros foram recolhidos por editores de edições "não autorizadas" (Abaft the Funnel, From Sea to Sea, por exemplo). Ainda outras de suas obras nunca foram coletadas. As listas abaixo incluem todas as coleções que Kipling reconheceu como seu próprio trabalho. No entanto, é possível encontrar outras obras que apareceram em edições americanas, mas não em inglês, obras que apareceram apenas em uma publicação periódica original e algumas outras que apareceram apenas nas edições de Sussex e Burwash .
From Sea to Sea – Letters of Travel: 1887–1889 (1899)
Letters of Travel: 1892–1913 (1920)
Souvenirs of France (1933)
Brazilian Sketches: 1927 (1940)
Conjuntos coletados mais completos
The Outward Bound Edition (Nova York), 1897–1937 – 36 volumes
The Edition de Luxe (Londres), 1897–1937 – 38 volumes
The Bombay Edition (Londres), 1913–38 – 31 volumes
The Sussex Edition (Londres), 1937–39 – 35 volumes
The Burwash Edition (NovaYork), 1941 – 28 volumes
As duas últimas dessas edições incluem volume(s) de "prosa não coletada".[18][21]
Esta é uma bibliografia das obras de Rudyard Kipling, incluindo livros, contos, poemas e coleções de suas obras.[17][18]
Suas próprias coleções
Coleções emitidas durante sua vida pelo próprio poeta incluem:
Departmental Ditties and Other Verses, 1886.
Barrack Room Ballads, 1889, republicado com acréscimos em várias épocas.
The Seven Seas and Further Barrack-Room Ballads, em várias edições de 1891–96.
The Five Nations, com alguns poemas novos e alguns reimpressos (muitas vezes revisados), 1903.
Vinte e dois 'Poemas Históricos' originais contribuíram para A History of England de CRL Fletcher (uma edição mais barata foi vendida como A School History of England), 1911.
James Joyce considerou Tolstói, Kipling e D'Annunzio como os "três escritores do século 19 de maior talento natural", mas que "ele não cumpriu essa promessa". Ele também observou que todos os três escritores "tinham idéias semi-fanáticas sobre religião, ou sobre patriotismo". Diary of David Fleischman, 21 de julho de 1938, citado em "James Joyce" por Richard Ellmann, p. 661, Oxford University Press (1983) ISBN 0-19-281465-6.
Kipling, Rudyard (1935). «Something of myself». University of Newcastle (public domain). Consultado em 3 de outubro de 2006. Arquivado do original em 18 de maio de 2008also: 1935/1990. Something of myself and other autobiographical writings. Cambridge University Press. ISBN 0-521-40584-X.
Rutherford, Andrew. 1987. General Preface to Oxford World's Classics Editions of Rudyard Kipling, in "Puck of Pook's Hill and Rewards and Fairies", por Rudyard Kipling. Oxford University Press. ISBN 0-19-282575-5.
Rutherford, Andrew. 1987. Introduction to the Oxford World's Classics edition of "Plains Tales from the Hills", by Rudyard Kipling. Oxford University Press. ISBN 0-19-281652-7.
Lewis, Lisa. 1995. Introduction to the Oxford World's Classics edition of "Just So Stories", by Rudyard Kipling. Oxford University Press. pp.xv-xlii. ISBN 0-19-282276-4
Quigley, Isabel. 1987. Introduction to the Oxford World's Classics edition of "The Complete Stalky & Co.", by Rudyard Kipling. Oxford University Press. pp.xiii-xxviii. ISBN 0-19-281660-8
Sandison, Alan. 1987. Introduction to the Oxford World's Classics edition of Kim, por Rudyard Kipling. Oxford University Press. pp. xiii–xxx. ISBN 0-19-281674-8.
Douglas Kerr, University of Hong Kong. "Rudyard Kipling." The Literary Encyclopedia. 30 May. 2002. The Literary Dictionary Company. 26 de setembro de 2006.
Flanders, Judith. 2005. A Circle of Sisters: Alice Kipling, Georgiana Burne-Jones, Agnes Poynter, and Louisa Baldwin. W.W. Norton and Company, New York. ISBN 0-393-05210-9.
Sir J.J. College of Architecture (30 de setembro de 2006). «Campus». Sir J. J. College of Architecture, Mumbai. Consultado em 2 de outubro de 2006. Arquivado do original em 28 de julho de 2011
Murphy, Bernice M. (21 de junho de 1999). «Rudyard Kipling - A Brief Biography». School of English, The Queen's University of Belfast. Consultado em 6 de outubro de 2006. Arquivado do original em 14 de novembro de 2012