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antropólogo brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Roberto Augusto DaMatta OMC • ONM (Niterói, 29 de julho de 1936) é um antropólogo, conferencista, filósofo, consultor, colunista de jornal e produtor brasileiro de TV.
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Dezembro de 2016) |
Roberto DaMatta | |
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Nascimento | 29 de julho de 1936 Niterói |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | |
Ocupação | antropólogo, jornalista, escritor |
Distinções | |
Empregador(a) | Universidade de Notre Dame, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro |
Atualmente, é Professor Titular de Antropologia Social do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RiO) e Professor Emérito da Universidade de Notre Dame, ocupando a cátedra Reverendo Edmund P. Joyce.
É membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos, da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).[1]
Roberto nasceu no munícipio de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro no ano de 1936.[2][3] Formou-se ano de 1962, no curso de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), obtendo diplomas em duas modalidades, bacharel e licenciatura.[4] Após a conclusão da graduação, realizou um curso de especialização em Antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no Museu Nacional.[5]
Mudou-se para os Estados Unidos, onde realizou seu mestrado na Universidade Harvard sob orientação do pesquisador David Maybury-Lewis onde estudou o povo indígena Apinajés.[6] Em seu doutorado, realizado em 1971, Matta estudou ainda mais a fundo a estrutura social desse povo indígena.[5]
Retornando ao Brasil, tornou-se chefe de departamento em antropologia social do Museu Nacional, cargo que ocupou por quatro anos.[7] Voltou aos Estados Unidos, para lecionar na Universidade de Notre Dame, instituição que tornou-se professor emérito.[8][9]
No ano de 1974, Oswaldo Caldeira realizou para o Ministério da Educação e Cultura, com finalidades didáticas, o documentário de média metragem Aukê.[10] O filme é uma aula de Antropologia, baseada em um estudo feito quatro anos antes por Roberto chamado Mito e anti-mito entre os Timbira, que conta o surgimento do homem branco do ponto de vista indígena.[11] O próprio Roberto apresenta e explica seu trabalho ao longo do filme, que foi selecionado e exibido no Festival de Brasília de 1975.[12]
Sua obra deu ensejo para que Da Matta se tornasse um dos grandes nomes das Ciências Sociais no país, sendo autor de diversas obras de referência na Antropologia, Sociologia e Ciência Política, como Carnavais, Malandros e Heróis, A casa e a rua e O que faz o brasil, Brasil?.[13][14][15] Foi pioneiro nos estudos de rituais e festivais em sociedades industriais, tendo investigado o Brasil como sociedade e sistema cultural por meio do carnaval, do futebol, da música, da comida, da cidadania, da mulher, da morte, do jogo do bicho e das categorias de tempo e espaço.[16]
Foi o primeiro convidado do programa Manhattan Connection, criado pelo jornalista Lucas Mendes.[17] No ano de 2013, esteve no programa na edição de vinte anos do programa.[18]
Atualmente, é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e é colunista de jornais de grande circulação nacional como o O Globo e O Estado de S. Paulo.[7][19][20]
No ano de 2002, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e a Ordem do Mérito Cultural (OMC) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.[21]
No ano de 2017, recebeu duas medalhas: A Medalha “Marechal Trompowsky”, pelos relevantes serviços prestados à educação no âmbito militar e A medalha de Comendador, da Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho.[22]
Uma das maiores influências de Roberto é o antropólogo estadunidense David Maybury-Lewis (grande especialista da etnia Xavante), a quem auxiliou durante seus estudos na Universidade Harvard entre as décadas de 60 e 70. A obra de Roberto também estabelece importantes diálogos com os franceses Claude Lévi-Strauss, Louis Dumont, Émile Durkheim e Alexis de Tocqueville (este, amplamente citado no famoso ensaio sobre o "Sabe com quem está falando?" e o "jeitinho"), o escocês Victor Turner e, especialmente, com os brasileiros Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Roberto Cardoso de Oliveira.[23]
Estudioso do Brasil, de seus dilemas e de suas contradições bem como de seu potencial e de suas soluções, Roberto não se afasta de seu País mesmo ao desenvolver outros temas. A comparação com o Brasil é inevitável em suas obras.
O antropólogo revela o Brasil, o seu povo e a sua cultura através de suas festas populares, manifestações religiosas, literatura e arte, desfiles carnavalescos e paradas militares, leis e regras (quando respeitadas e quando desobedecidas), costumes e esportes.
Surge daí um Brasil complexo, que não se submete a uma fórmula ou esquema único. Para Roberto, o Brasil é tão diversificado como diversificados são os rituais, conjunto de práticas consagradas pelo uso ou pelas normas, a que os brasileiros se entregam.
Todos esses temas são abordados em sua relação com duas espécies de sujeito – o indivíduo e a pessoa –, e situados em dois tipos de espaço social, a casa e a rua.
A distinção entre indivíduo e pessoa é bem demarcada em seu original trabalho sobre a conhecida e ameaçadora pergunta: Você sabe com quem está falando?. Os seres humanos que se sentem autorizados a se dirigir dessa forma aos outros, colocam-se na posição de pessoas: são titulares de direito, são alguém no contexto social. Os seres humanos a quem tal pergunta é dirigida são, para as pessoas, meros indivíduos, mais um na multidão, um número.
A rua é o espaço público. Como é de todos, não é de ninguém: logo, tem-se ali um espaço hostil onde não valem as leis e os princípios éticos, a não ser sob a vigilância da autoridade. A convivência na rua depende de uma negociação constante entre iguais e desiguais. A casa, considerada num sentido amplo, é o espaço privado por excelência, onde estão “os nossos”, que devem ser protegidos e favorecidos, e aqui Roberto retoma e atualiza o conceito de homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda.
Além de sua obra em livros, Roberto possui centenas de artigos e ensaios em revistas científicas e coletâneas bem como verbetes em dicionários e enciclopédias no Brasil e no exterior, publicados a partir de 1963. Mantém uma coluna semanal no jornal carioca O Globo.
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