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Filme de 1965 dirigido por Roman Polanski Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Repulsion (br: Repulsa ao Sexo[1]/pt: Repulsa[2]) é um filme britânico de 1965, do gênero terror psicológico, dirigido por Roman Polanski. Baseado em uma história escrita por Polanski e Gérard Brach, o enredo segue Carol, uma jovem retraída e perturbada que, quando deixada sozinha no apartamento que divide com a irmã, começa a desenvolver paranóia aos poucos. O filme enfoca o ponto de vista de Carol e suas vívidas alucinações e pesadelos quando ela entra em contato com os homens e seus desejos por ela. Estrelado por Catherine Deneuve o filme também consta no elenco Ian Hendry, John Fraser, Patrick Wymark e Yvonne Furneaux.
Repulsion | |
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Repulsa (prt) Repulsa ao Sexo (bra) | |
Pôster oficial do filme | |
Reino Unido 1965 • p&b • 101 min | |
Gênero | terror psicológico suspense |
Direção | Roman Polanski |
Produção | Gene Gutowski |
Roteiro | Roman Polanski Gérard Brach David Stone (adaptação) |
Elenco | Catherine Deneuve Ian Hendry John Fraser |
Música | Chico Hamilton |
Cinematografia | Gilbert Taylor |
Edição | Alastair McIntyre |
Distribuição | Compton Films |
Lançamento | 11 de junho de 1965 |
Idioma | inglês |
Orçamento | £65,000 |
Receita | U$ 3.100.00«"Répulsion (1965)"» |
É o primeiro filme da Trilogia do Apartamento, de Polanski; os outros são Rosemary's Baby (1968) e Le locataire (1976).[3]
Apesar de linda, a manicure Carol Ledoux tem problemas sérios para se relacionar com os homens. Sozinha em casa após viagem de duas semanas da irmã, a moça entra numa paranóia aterrorizante. Coelhos sem cabeça, rachaduras na parede e mãos bobas entram em seu pesadelo cotidiano, que inclui cenas mudas de estupro, entre outras.[1]
A premissa de Repulsion foi concebida por Roman Polanski e Gérard Brach, que escreveram um esboço do roteiro em uma viagem à Paris.[5] Esse esboço se chamava Angel Face mais depois o diretor mudou o título para Repulsion; por achar mais coerente com os temas abordados.[6] Polanski, que recentemente se mudou de sua cidade natal; Polônia para o Reino Unido, decidiu que o filme deveria ser ambientado em Londres.[7] De acordo com Polanski, a inspiração para o roteiro veio de uma mulher à quem ele e Brach conheciam, e que Polanski soube mais tarde que ela sofria de esquizofrenia.[5]
Polanski e Brach venderam o roteiro do filme para vários estúdios ingleses, incluindo British Lion Films e Paramount Pictures, e cada um deles reprovou o projeto.[5] Eles acabaram tendo que assinar contrato com à Compton Films, um pequeno estúdio com sede na Inglaterra conhecido por fazer filmes exploitation e pornografia softcore.[8] Os executivos da Compton Films ficaram impressionados com o roteiro e concordaram em ajudar na produção e distribuição do filme.[9] Catherine Deneuve, que na época era uma atriz desconhecida de 21 anos, foi escalada para interpretar a protagonista; Carol.[10]
De acordo com Polanski, o filme foi rodado com um orçamento modesto de £65.000.[11] As cenas externas do filme foram filmadas no distrito de South Kensington, em Londres, enquanto os interiores da mansão de Carol e Helen foram filmados em um pequeno apartamento no Twickenham Studios.[12][13] A fim de capturar uma aparência autêntica, Seamus Flannery, o diretor de arte do filme, e o diretor de fotografia Gilbert Taylor, fotografou o interior de vários apartamentos locais reais de algumas mulheres jovens em uma área de classe baixa do South Kensington.[12] Comentando sobre a aparência do apartamento, o biógrafo de Polanski Christopher Sandford observa: "Ao contrário da maioria das representações de um apartamento de Londres, os detalhes e as observações do lugar estão exatamente corretos; você pode acreditar que duas garotas estrangeiras acabariam [ter que morar] ali.[12]
Filmar foi um desafio para Polanski, pois ele não estava familiarizado com Londres, e tanto ele quanto a estrela Deneuve não eram fluentes em inglês. Além disso, Polanski foi meticuloso com as tomadas: Michael Klinger, um executivo da Compton Films, relembrou ter testemunhado Polanski filmar um quadro simples da mão de Deneuve vinte e sete vezes.[14] A produção acabou excedendo o orçamento, em parte devido às tendências perfeccionistas de Polanski, totalizando aproximadamente £ 95.000 em oposição aos £ 65.000 anteriores.[14]
As tensões aumentaram entre Polanski e alguns membros do elenco durante a filmagem, incluindo Yvonne Furneaux, a quem Polanski criticava frequentemente.[15] Klinger contou que, depois de ter uma discussão com Polanski por suas críticas à Furneaux, ele respondeu: "Eu sei que ela é uma garota legal. Ela é muito legal. Ela deveria estar bancando a vadia. Todo dia eu tenho que transformá-la em uma vadia".[15] Além disso, Ian Hendry, que interpretou Michael, frequentemente voltava ao set após o almoço embriagado, o que fazias as cenas que envolvia ele demorar para termina-las[15] fazendo ele e Polanski discutirem.[16]
A trilha sonora do filme foi feita por Chico Hamilton.[17] Porém só foi oficialmente lançada em 2008 pelo selo da British label Harkit,[18] que se especializou em trilhas sonoras britânicas dos anos 60. Algumas músicas do disco, nem sequer são ouvidas no filme, como "Seduction in the Dark" e "Repulsion Nocturne".[18] A faixa principal do filme chama-se "Carol's Walk". A música também está em outro álbum de Hamilton; Chic Chic Chico (1965).[18]
O filme explora a repulsa que Carol sente pela sexualidade humana em geral e pela intensa pressão que seus pretendentes fazem a ela em particular.[19] Foi sugerido por alguns críticos que o pai da protagonista pode ter abusado sexualmente dela quando criança, o que é a base de suas neuroses e colapsos mentais.[20] Outros analisadores observaram as cenas de Carol jogando constantemente itens relacionados ao namorado de sua irmã Michael no lixo,[21] a presença dele a provoca muito algo que é notado explicitamente no começo do filme.[22] O filme também aborda a pressão que a sociedade faz com mulheres mais velhas que ainda são virgens, com Tamar McDonald afirmando que viu Carol como uma recusa em se conformar com o esperado "caminho da feminilidade" (casar, ser mãe, ser submissa ao homem e etc..).[23] Cada vez que esta "pressão" aumenta. Os pesadelos e alucinações de Carol se tornam mais intensos.[24]
Repulsion foi lançado em 10 de junho de 1965.[25] Sua primeira exibição na televisão brasileira foi em 31 de setembro de 2016 no Telecine Cult.[26]
O primeiro lançamento do filme para Vhs em 1991[27] e teve outros relançamentos para Vhs em 1997,[28] 1999[29] e 2000.[30] A versão para DVD foi lançada em 2004.[31] Em 2009 foi lançado para Blu-ray.[32] O filme está disponível no catálogo da Darkflix.[33]
No Brasil, terá um lançamento inédito em edição especial em blu-ray pelo selo Brotherhood com o livreto sendo assinado por Waldemar Dalenogare Neto.[34]
Faturou mais de três milhões de dólares na bilheteria.[35]
Repulsion recebeu análises positivas da crítica especializada.[36][37] Bosley Crowther do The New York Times afirma que o filme é "O nocaute absoluto [da] linha do terror psicológico foi realizado por Roman Polanski em seu primeiro filme em inglês".[38] Anos mais tarde, neste mesmo site; Dave Kehr fez uma avaliação favorável elogiando as técnicas e temas do filme, dizendo: "Polanski usa movimentos lentos de câmera, uma trilha sonora cuidadosamente composta de ruídos repetitivos e perturbadores (relógios batendo, sinos tocando, corações batendo) e, uma vez que Carol se barricou no apartamento escuro e apertado, efeitos explicitamente expressionistas (rachaduras repentinamente rasgando as paredes, mãos ásperas estendendo-se da escuridão para apalpá-la) para descrever um momento esquizofrênico plausível".[39] A Radio Times recomenda o filme principalmente pela direção dizendo que ela "nos leva em uma viagem profundamente perturbadora e alucinante ao colapso mental de Catherine Deneuve neste thriller psicológico britânico inesquecível".[40]
O website agregador de criticas; Rotten Tomatoes relata que 95% dos 64 críticos deram ao filme uma crítica positiva, com uma média de avaliação de 8,87/10. O consenso afirma que "o primeiro filme inglês de Roman Polanski segue a descida de uma mulher esquizofrênica à loucura e faz o público se sentir tão claustrofóbico quanto o personagem".[41] Já o Metacritic, que atribui uma pontuação média ponderada de 100 às resenhas dos principais críticos, dá ao filme uma pontuação de 91% com base em 8 resenhas.[42] Apenas três críticos escreveram análises negativas ao filme[43][44][45] a Esquire achou o filme "difícil de ver" tanto pela suas cenas quanto pelas suas mensagens e terminou a sua resenha chamando o filme de "piegas e sem graça".[43] Em uma análise negativa e irônica Pauline Kael da Vogue escreveu: "Deveríamos ter achado isso divertido? Há mais terror latente nessa noção do público do filme do que no próprio filme".[44] O periódico Sight and Sound foi mais positivo elogiando as cenas de alucinações porém diz que o resto do filme é "gorgolejante e ensaboado de intenções abafadas descendo pelo buraco da tampa como [a] água do banho".[45]
O filme serviu de inspiração para o roteiro de Black Swan (2010) e Last Night in Soho (2021).[46][47] O videoclipe da música "Hanging Around", do grupo The Cardigans, é inspirado no filme.
BAFTA 1966 (Reino Unido)
Festival de Berlim 1965 (Alemanha)
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