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Reino de Dagom (em dagani: Dagbon), muitas vezes referido como Reino Dagomba em alusão ao grupo étnico que o fundou, é um reino tradicional mossi do Gana, fundado no século XIV ou XV e que existiu oficialmente até a fundação do Gana em 1959. Ele compreende atualmente a Região Norte do país.[1][2]
Dagom é um dos reinos fundados pelos mossis no arco do rio Níger. Tanto o manuscrito do século XV de Abecal ulde Audar como a tradição oral colocam que os mossis são forâneos, quiçá oriundos do lago Chade ou da Hauçalândia. Na tradição oral, Toaziê, o "Caçador Vermelho", saiu de Tunga, ao leste do Chade, atravessou a Hauçalândia e foi ao Império do Mali, onde serviu nas tropas do mansa e se casou com sua filha Paga Uabaga. O filho deles, Copogonumbo, serviu o mansa antes de partir para os gurmas, ao sul dos songais, onde desposou a esposa do chefe local. Logo matou seu sogro e impôs-se como senhor da população local. Um de seus filhos, Na Nadega, deslocou-se para o sul, no nordeste do atual Gana, onde se estabeleceu em Pusiga, no Gambaja, que tornar-se-ia capital do Reino de Mamprusu dos mamprúsis. Ao falecer, reinou Zirili, e com a morte do último se deflaga guerra entre seus filhos. Um deles, Sitobo, foi para o sul e fundou Dagom com capital em Iendi-Dabari.[3]
Sob Niagse, filho de Sitobo, Dagom foi consolidado com a subjugação violenta dos nativos, a morte de seus chefes religiosos e a imposição de seus seguidores como chefes nas aldeias. Exceto concombas do rio Oti e dogons de Bandiagara que escaparam à dominação, os locais serviram o reino como arqueiros. Na contramão, entretanto, os Dagombas optaram por adotar a fala local, de matriz gur. Sua capital Iendi-Dabari ficara na rota que levava a Bono-Mansu, por onde se fazia o comércio de ouro proveniente do país dos acãs. Escavações no sítio revelaram ruínas do fim do século XVII, quando a cidade foi desocupada, que contém edifícios comerciais adjacentes a largos pátios descampados, onde se guardavam os animais empregados nas caravanas.[3]
O abandono da capital foi decorrência das guerras travadas contra o Reino de Gonja. Este invadiu Dagom e tomou suas porções mais a oeste, bem como impôs fragorosa derrota a Na Dariziego em Iapei. Numa das campanhas de Gonja, Iendi-Dabari foi tomada e Dagom transferiu sua sede para Iendi, uma antiga cidade concomba. Tais guerras duraram cerca de um século e findaram pouco antes do início dos conflitos entre Dagom e o Império Axante.[1] Em 1744-1745,[4] os axantes ocuparam Dagom e administraram-o até 1874.[1] Em 14 de novembro de 1899, um tratado anglo-germânico repartiu Dagom, com Iendi e boa parte da porção oriental do reino ficando sob os alemães e o restante com os britânicos. A partir de 4 de dezembro de 1899, britânicos, franceses e alemães começaram a invadir o país, com os últimos derrotando um exército Dagomba em Adibo. Em 5 de dezembro, Iendi foi destruída. Em 1914, após a Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido incorporou a totalidade de Dagom em sua colônia da Costa do Ouro.[5]
Dagom era uma sociedade patrilinear regida por um chefe que utilizava o título de Ia Na, que tinha autoridade para nomear seus subchefes. Ia Na, por sua vez, era escolhido entre os chefes de Caraga, Savelugu ou Miom.[1] Na administração, eram os eunucos que exerciam pleno poder.[3]
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